“O povo deseja estabilidade política”, alerta Aguiar-Branco

  • ECO
  • 25 Abril 2025

Em ambiente solene, o Parlamento honra o Papa Francisco e festeja meio século de democracia, com os olhos postos nas eleições legislativas de 18 de maio e no futuro do país.

No dia em que se assinalam 51 anos das primeiras eleições livres em Portugal, José Pedro Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República, destacou a importância do gesto de todos os portugueses que, há mais de meio século, saíram à rua para votar.

O presidente do Parlamento lamentou ainda o imobilismo que sente no país e na Europa, defendendo que “os políticos não podem ser meros comentadores da realidade, como se não tivessem o poder para alterar o estado de coisas. Não são meros espetadores, são construtores da realidade”, e que “o povo deseja estabilidade política”.

A sessão desta sexta-feira do Parlamento conta com discursos dos representantes dos partidos com assento parlamentar, do presidente da Assembleia da República e do Presidente da República, sendo acompanhada com particular atenção pelo contexto político atual. Revela as principais intervenções no liveblog do ECO.

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Marcelo a pedir aplausos para o PCP, analfabetos a votar e milionários improváveis. As primeiras eleições livres foram há 50 anos

Quando faltam 23 dias para as Legislativas antecipadas de 18 de maio, cumprem-se 50 anos das eleições que levaram a São Bento os primeiros 250 deputados eleitos livremente e em sufrágio universal.

“Votai, mas votai com consciência. Não nos envergonhará a falta de cultura política, porque até essa sempre nos foi negada e escamoteada”. O apelo ao voto de Francisco da Costa Gomes, Presidente da República de setembro de 1974 a junho de 1976, assinalava a necessidade de chamar os portugueses a um momento novo das suas vidas.

As eleições que viriam a decorrer a 25 de abril de 1975 cumprem-se nesta sexta-feira 50 anos, eram as primeiras livres, por sufrágio direto e universal. A idade era o determinante do direito de voto e acabavam-se exceções como a da iliteracia. Estava dado o passo para a criação da Assembleia Constituinte, cuja função era a elaboração da Constituição da República Portuguesa.

A televisão era um meio privilegiado para as autoridades, enquanto no terreno se destacavam as ações dos partidos políticos. Como aquela em que Marcelo Rebelo de Sousa, membro do Partido Popular Democrático — PPD, com ainda era designado o atual PSD –, foi a Grândola e, perante uma sala cheia e hostil, pediu uma salva de palmas para o PCP, pelo trabalho dos comunistas na instauração de uma democracia. A sala explodiu num aplauso.

Marcelo conquistou o direito a falar do programa do PPD, recorda ao ECO Helena Roseta, então candidata a deputada na Constituinte por este partido (do qual se viria a desvincular uma década depois, aquando do apoio a Mário Soares para as Presidenciais de 1986).

Havia curiosidade enorme das pessoas, toda a gente aparecia nas sessões. As pessoas estavam a ver o país mudar e queriam ser parte da história. É uma coisa que não há hoje. O país acordou para a democracia com curiosidade de experimentar. Não havia tanto cinismo. Valorizava-se muito a ideia de que todos temos direito à opinião.

Helena Roseta

Deputada eleita para a Assembleia Constituinte pelo PPD

Naqueles tempos verdadeiramente excecionais, a realidade era bem distinta da atual, desde logo nas contas dos partidos. O CDS apresentava receitas de 1.781 contos (cerca de 9.000 euros) na campanha, valor aproximado aos 1.483 contos (quase 7.500 euros) do MDP/CDE.

O PS, partido que sairia vencedor, apresentou, segundo os números da Comissão Nacional de Eleições, cerca de 11.200 contos (cerca de 55 mil euros), o PPD ficou em cerca de um terço (3 mil contos) e, surpreendentemente, o PCP apresentava receitas superiores a 7 mil contos (35 mil euros), mais do dobro do PPD.

Enquanto o PS se destacava no capítulo das “contribuições pecuniárias para campanha eleitoral” e “produtos de venda de artigos de propaganda”, ambas as dotações acima de 5 mil contos (25 mil euros), o PCP brilhava nos fundos próprios, com mais de 4 mil contos (20 mil euros).

A corrida eleitoral exigia esforços máximos para conquistar uma população que nunca votara em liberdade. “Havia curiosidade enorme das pessoas, toda a gente aparecia nas sessões de esclarecimento. As pessoas estavam a ver o país mudar e queriam ser parte da história. É uma coisa que não há hoje. O país acordou para a democracia com curiosidade de experimentar. Não havia tanto cinismo. Valorizava-se muito a ideia de que todos temos direito à opinião”, diz aquela que foi uma das 19 mulheres eleitas a 25 de abril de 1975.

Íamos fazer sessões para sítios onde havia hostilidade ao PPD, como no Alentejo, mas não tenho memória de andar com segurança”, diz Roseta. Aqueles eram tempos de “certa inocência, com muita curiosidade antes das eleições” e com “menos malícia e cinismo nas sessões” de esclarecimento.

Foi precisamente numa delas que Pedro Roseta, seu marido e também ele eleito para a Constituinte a 25 de abril de 1975, acompanhou Marcelo Rebelo de Sousa a Grândola. “Nas sessões de esclarecimento, um pequeno grupo aparecia para provocar, mas não era uma situação generalizada. Tínhamos de sair com grandes tiradas da mesa para virar a questão”. De todas as chapeladas orais, recorda precisamente a do atual Presidente da República.

“Uma das pessoas que era perita nisso era o Marcelo. Há uma célebre sessão em Grândola, pouco depois do 25 de abril. O PPD era considerado um partido fascista. Chegaram a Grândola o Marcelo e o Pedro, num café havia folhetos com um esqueleto e morte ao PPD”, descreve. O Marcelo diz ‘quero começar por fazer homenagem aos que durante 48 anos lutaram, peço uma salva de palmas para o PCP'”. A plateia correspondeu. “É o caso mais óbvio de virar um auditório”, realça.

Uma das pessoas que era perita nisso era o Marcelo. Há uma célebre sessão em Grândola, pouco depois do 25 de abril. O PPD era considerado um partido fascista. Chegaram a Grândola o Marcelo e o Pedro, num café havia folhetos com um esqueleto e morte ao PPD”, descreve. O Marcelo diz ‘quero começar por fazer homenagem aos que durante 48 anos lutaram, peço uma salva de palmas para o PCP.

Helena Roseta

Deputada eleita para a Assembleia Constituinte pelo PPD

“O país estava armado até aos dentes, o risco de guerra civil era real”, recorda Helena Roseta. “Havia militantes que levavam pancada e ficavam magoados”, recorda.

Era este o ambiente com que o país seguia para eleições, uma decisão do Movimento das Forças Armadas que Álvaro Cunhal chegou a tentar travar em 1974, conta ao ECO Carlos Brito, histórico do PCP e um dos deputados eleitos para a Constituinte.

Com uma parte do espetro político dominado por “caciques reacionários”, o PCP sentia que “o povo não podia votar em liberdade”, diz Carlos Brito. “Certa esquerda propunha eleições adiadas até ser resolvida a questão. A partir de determinada altura, o Álvaro Cunhal vai junto do Vasco Gonçalves tentar o adiamento. A resposta foi determinante”, recorda Carlos Brito: “a data da eleição é um compromisso de honra dos militares e como tal vai ser cumprido”.

Certa esquerda propunha eleições adiadas até ser resolvida a questão [do condicionamento dos eleitores por uma ala da esquerda]. A partir de determinada altura, o Álvaro Cunhal vai junto do Vasco Gonçalves tentar o adiamento. A resposta foi determinante

Carlos Brito

Deputado eleito para a Assembleia Constituinte pelo PCP

Efetivamente, na RTP, a 17 de dezembro de 1974, passava o filme do Movimento das Forças Armadas (MFA) em que o então aspirante José Nuno Martins explicava o processo de recenseamento eleitoral. “Meio de expressão da vontade popular” e “uma arma do povo”, assim era destacada a importância do voto a uma população com taxa de analfabetismo a rondar os 25%, anos-luz dos 3% de 2021, segundo números da Pordata.

“Sem que o povo possa exprimir a sua opinião, sem que o povo possa criticar as autoridades, sem que o povo possa dizer quais são as suas necessidades, em suma, sem que o povo escolha as suas autoridades, não há Governo que seja efetivamente um Governo democrático”, versava então o MFA.

Privados de literacia para lerem o nome dos partidos, os símbolos de cada um eram a marca que as comissões de esclarecimento incutiam, aponta Helena Roseta — ainda que, cinco décadas passadas, ainda tenha havido quem, em 2024, confundisse AD com ADN, segundo alegou a coligação nas legislativas de há um ano.

De 1926 até à revolução de 25 de abril de 1974, o Parlamento era monocolor, apenas com a União Nacional, partido único da ditadura, que seria renomeado Acção Parlamentar com Marcelo Caetano, o líder do regime que caiu a 25 de abril de 1974.

No referido programa na RTP, o MFA apontava eleições para a Constituinte para março e um universo eleitoral que quintuplicava de um milhão de votantes para cinco milhões. Na realidade, as eleições seriam proteladas para 25 de abril de 1975, a pedido dos partidos que pretendiam mais tempo para preparar o ato eleitoral, recapitula Helena Roseta.

Da campanha iniciada em março, Carlos Brito recorda um “entusiasmo que na presente campanha eleitoral não há”. O histórico comunista recorda o “sentimento de vitória” do momento do voto.

Chegados a 25 de abril de 1975, sobrava a ansiedade pelos resultados, recorda Helena Roseta. “Já nem me lembro de onde votei. O PPD tinha ido a jogo sem líder, O Sá Carneiro estava doente no estrangeiro”, conta. “O Magalhães Mota não tinha metade do impacto do Sá Carneiro”, acentua, e “toda a comunicação social estava dominada pelo PCP, estatizada”, com a liderança do Diário de Notícias e do seu diretor-adjunto José Saramago — futuro Nobel da Literatura –, relembra.

A vontade de mudança, a curiosidade, ou outros motivos quaisquer, levaram a uma participação superior a 90%, a mais alta de sempre em eleições livres em Portugal. “Naquele momento, as pessoas queriam escolher”, afirma Helena Roseta. Há exatamente 50 anos, “a festa estava na rua, a poesia estava na rua”.

Veio o resultado (mais de 30 horas depois, segundo a RTP) e o sucesso do PCP que alguns esperavam e outros temiam, não se confirmava. Vitória do PS, com 37,9%, que leh valeram 116 dos 250 deputados que então foram eleitos. Seguiu-se o PPD, com 26,4% e 81 deputados, mais do dobro dos 30 deputados e 12% do PCP.

“O PPD em segundo lugar, ninguém queria acreditar”, diz a deputada da Constituinte, eleita junto de mais 80 colegas de partido.

A Assembleia Constituinte contaria ainda seis deputados para o CDS, cinco para o MDP/CDE, um para a Associação de Defesa dos Interesses de Macau (só mais de 20 anos depois Portugal entrego aquele território à China) e outro para a UDP. Este era “intratável, um esquerdista incapaz de dialogar”, recorda Carlos Brito, ex-dirigente do Partido Comunista.

Helena Roseta, por seu lado, fala numa “linha mais radical que defendia as Forças Armadas. A UDP não acreditava muito na democracia parlamentar”, diz. O país passava a estar representado no seu todo na Assembleia, com distribuição de deputados por círculos eleitorais segundo o método de Hondt. Ao longo destes 50 anos, várias alterações foram introduzidas na distribuição, desde logo com introdução dos círculos fora de Portugal (ver tabela).

Apurados os resultados, a Assembleia Constituinte começou a trabalhar às 16h12 de 2 de junho de 1975. “A história, juiz implacável, dirá um dia se fomos ou não capazes de desempenhar cabalmente a missão que o eleitorado nos atribuiu nessa grande e inesquecível jornada cívica que foi o 25 de abril de 1975”, dizia então o presidente interino da Assembleia Constituinte, Henrique de Barros, na sessão inaugural do primeiro parlamento eleito em período democrático.

Ao contrário de hoje, não havia desconfiança para com os políticos, mas o mesmo não se podia dizer relativamente a militares, explica Helena Roseta: “todo o trabalho de preparação das eleições é feito com um Governo provisório, que não era Governo eleito. Não se desconfiava dos partidos enquanto tal. A desconfiança aparece de não se cumprir o que se promete”. Dos seus primeiros meses enquanto deputada da Constituinte, dá como exemplo das dificuldades o baixo salário dos deputados e os atrasos nos vencimentos.

O início da Constituinte foi marcado por “muita oratória”, recorda Carlos Brito, em que já existiam os apartes que hoje motivam tanta contestação por alegadas intervenções atentatórias da honra de deputados, mas estes eram políticos, e não pessoais, recorda o ex-deputado da Constituinte. Ainda assim, “os deputados estavam muitos períodos em roda livre. Os principais chefes estavam envolvidos numa certa posição da barganha do dia-a-dia”, desfia. “A certa altura, os deputados compenetraram-se na missão histórica que lhes estava confiada e começou a elaboração do texto constitucional”.

A certa altura, os deputados compenetraram-se na missão histórica que lhes estava confiada e começou a elaboração do texto constitucional.

Carlos Brito

Deputado eleito à Assembleia Constituinte pelo PCP

A votação e aprovação da Constituição da República Portuguesa, documento para o qual foi constituída a Assembleia eleita a 25 de abril de 1975, acabaria por acontecer um ano depois. A 2 de abril de 1976, a Constituição foi aprovada, iniciando um percurso de reconhecido sucesso, já com 49 anos de vida, durante os quais se registaram sete revisões constitucionais. Destas, as duas primeiras, em 1982 e 1989, significaram, como pontos mais relevantes, a extinção do Conselho da Revolução e criação do Tribunal Constitucional, e o fim da proibição de reversão das nacionalizações.

Carlos Brito recorda-se de o Presidente da República, Costa Gomes, se deslocar de Belém para São Bento, de forma a assinar o diploma ali aprovado. “Coisa extraordinária. O Presidente da República sair de Belém para evitar que a conspiração progredisse”.

“O Álvaro Cunhal não queria acreditar. Não tinha depositado confiança política naquela Assembleia Constituinte”. Mas o líder histórico do PCP viria a tornar-se grande defensor da Constituinte, assegura Carlos Brito, enaltecendo o trabalho de Mário Soares e do PS no texto constitucional.

A opor-se esteve, assegura o comunista, Francisco Sá Carneiro, que, ainda antes da votação, terá vociferado “isto é uma constituição marxista”. Ainda assim, recorda, apesar desta alegada vontade do líder, “os deputados do PPD estiveram envolvidíssimos na Constituição. O Vital Moreira e o Jorge Miranda destacaram-se como defensores. Isolaram o Sá Carneiro”, assegura.

Pelo meio, os 250 deputados iniciais da democracia portuguesa enfrentaram o Verão Quente, período de forte agitação social, política e militar, de que resultaram, por exemplo, as nacionalizações, o cerco de 36 horas à Assembleia da República a 12 de novembro, e o 25 de novembro, dia em que o país esteve próximo da guerra civil.

Há exatamente 49 anos, com a Constituição da República Portuguesa já aprovada, decorreriam as primeiras eleições para a Assembleia da República, com nova vitória do PS, com 35% dos votos e 107 deputados, entre 263 eleitos. Seguiram-se PPD, com 24,3%e 73 deputados, CDS, com 16% e 42 eleitos, PCP, com 14,4% e 40 assentos e a UDP, um dos partidos que viriam a dar lugar ao Bloco de Esquerda mais de 20 anos depois, com um deputado único.

As regiões autónomas iriam a votos também em 1976, mas a 27 de junho, dia em que também é eleito o Presidente da República Ramalho Eanes, único, neste período de 49 anos, vindo do setor militar. Finalmente, a 12 de dezembro, há autárquicas. O processo eleitoral livre por sufrágio universal, iniciado há 50 anos, estava definitivamente implementado. A 19 de julho de 1987 seria altura de eleger, pela primeira vez, deputados portugueses ao Parlamento Europeu.

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Trump faz EUA perderem charme junto dos turistas europeus

  • Lusa
  • 25 Abril 2025

A confederação europeia de turismo teme que viagens dos europeus para EUA caiam ainda mais, depois de em março terem registado uma correção de 20%.

O líder do bloco europeu de agências e operadores turísticos, Eric Drésin, referiu esta sexta-feiraà Lusa que o número de europeus a visitar os EUA deverá continuar a cair, sobretudo devido a Donald Trump.

Nos primeiros dois meses “falávamos de uma quebra de 10% em relação ao ano passado”, mas a situação agravou-se depois do confronto verbal envolvendo o Presidente norte-americano e o homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky, no final de fevereiro, disse o secretário-geral da Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos (ECTAA, na sigla em inglês).

Eric Drésin falava durante o primeiro dia da 13.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau, que vai decorrer na região semiautónoma chinesa até domingo.

“A discussão na Sala Oval entre Zelensky e Trump prejudicou muito a imagem de Trump e a última decisão sobre as tarifas também foi muito negativa”, afirmou, numa referência às taxas impostas às importações norte-americanas.

Como resultado, em março, a ECTAA registou “uma redução de 20%” na procura por viagens para os Estados Unidos, “um dos destinos mais tradicionais na Europa”, sublinhou o dirigente.

Drésin explicou que as viagens de negócios sentiram “um declínio acentuado, sendo que “as perspetivas não são boas” para o resto do ano porque “a desaceleração da economia significa menos viagens de negócios”.

O secretário-geral da ECTAA não tem dúvidas que o segmento das viagens de lazer “também será afetado”. Existe “uma minoria” de pessoas que não quer viajar para os Estados Unidos “só por causa de Trump”, reconheceu Drésin, que apontou ainda decisões contra a comunidade LGBTQ como “um outro obstáculo”.

Logo após tomar posse, em 20 de janeiro, Donald Trump aprovou várias ordens executivas a obrigar as agências federais norte-americanas a reconhecerem apenas o sexo feminino e masculino.

As políticas agressivas da Administração Trump nas fronteiras levaram a Tourism Economics a prever que o turismo internacional para os EUA deverá cair 9,4% em 2025, quando a expectativa anterior era de um crescimento de 9%.

A 28 de março, Portugal avisou os cidadãos de potenciais problemas em viagens para os EUA, com advertências específicas sobre a identidade de género e para o facto de um visto não dar entrada automática.

A 9 de abril, o presidente da empresa de consultoria Tourism Economics, Adam Sacks, disse que as notícias de turistas europeus revistados e detidos à entrada dos EUA tiveram um efeito significativo.

O “alarido mediático” das detenções — que nalguns casos chegaram a três semanas sem motivos concretos — levaram países como França, Dinamarca, Alemanha, Finlândia e Reino Unido a avisarem os seus cidadãos, disse Drésin.

As políticas agressivas da Administração Trump nas fronteiras levaram a Tourism Economics a prever que o turismo internacional para os EUA deverá cair 9,4% em 2025, quando a expectativa anterior era de um crescimento de 9%.

Mas o secretário-geral da ECTAA diz que há outros fatores em jogo, incluindo a taxa de câmbio entre o euro e o dólar, que “não é favorável aos europeus”, e a “enorme inflação” nos Estados Unidos.

Segundo Drésin, uma vez que os europeus continuam a querer viajar, “existe uma boa oportunidade para a China se reposicionar como um destino atrativo, com gastronomia, natureza, cultura”.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 25 de abril

  • ECO
  • 25 Abril 2025

Ao longo desta quinta-feira, 25 de abril, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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PwC será o novo auditor da Ferrovial para os exercícios de 2025, 2026 e 2027

  • Servimedia
  • 25 Abril 2025

A PwC foi nomeada como novo auditor da Ferrovial, de acordo com a decisão aprovada pela Assembleia Geral de Acionistas da empresa na quinta-feira.

A PwC vai auditar as contas da Ferrovial para 2025, 2026 e 2027, substituindo a EY, que era responsável pela auditoria das contas da empresa entre 2020 e 2024.

A Ferrovial é um dos principais operadores mundiais de infra-estruturas, com presença em mais de 15 países e mais de 24.000 empregados em todo o mundo. Está cotada simultaneamente no Nasdaq, na bolsa espanhola, onde é membro do IBEX 35, e na Euronext Amsterdam.

A auditoria da Ferrovial vem juntar-se a uma série de auditorias recentes efetuadas pela PwC, incluindo as da Moeve, Globalvía, Merlín Properties e Applus+, entre outras.

A PwC salienta que é a primeira empresa de auditoria do mundo em termos de receitas e, em Espanha, é a primeira empresa de auditoria em termos de honorários no Ibex 35, onde analisa as contas do Banco Santander, Telefónica, CaixaBank, Acerinox, Sacyr, Bankinter, Repsol e Merlin Properties. “Esta liderança é determinada pela qualidade e talento dos profissionais da empresa, pela sua experiência com clientes de alto nível, pela sua proximidade e transparência na comunicação”.

A decisão adoptada hoje pela Assembleia Geral de Acionistas da Ferrovial confirma a proposta feita pelo Conselho de Administração da empresa em 31 de julho de 2024 num facto relevante à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV), no qual propôs que a PwC se tornasse o novo auditor da empresa “como resultado do início da negociação na Nasdaq, tendo em conta o aumento dos requisitos de informação”, diz a empresa.

“Durante o processo de concurso, a Comissão de Auditoria e Controlo e o Conselho de Administração da Ferrovial consideraram que a PwC dispõe de uma equipa de auditoria sólida e altamente qualificada no âmbito da regulamentação norte-americana Sarbanes-Oxley (SOX), que regula o controlo interno e a transparência financeira das empresas cotadas em bolsa, e pela sua vasta experiência na auditoria de emitentes privados estrangeiros. Os candidatos foram também avaliados pela sua experiência, qualidade da equipa, envolvimento planeado de especialistas, independência, qualidade do serviço, rede internacional e inovação na abordagem de auditoria, entre outros critérios”, acrescenta a consultora.

SUSTENTABILIDADE

A Assembleia Geral de Acionistas da Ferrovial também aprovou a PwC como a empresa responsável pela verificação e emissão de um parecer sobre as informações de sustentabilidade da empresa para os exercícios de 2025, 2026 e 2027. A PwC passa assim a ser a empresa responsável pela auditoria da informação não financeira da multinacional para cumprir a CSRD, a Diretiva da UE sobre Relatórios de Sustentabilidade Empresarial (2022/2464).

O compromisso da Ferrovial com o desenvolvimento de soluções sustentáveis é firme, estando a multinacional já incluída no Dow Jones Sustainability Index e no FTSE4Good, e aplica os princípios do Global Compact das Nações Unidas, assinado pela operadora em 2002, em todas as suas operações, salienta a PwC.

IA

“Num contexto em que as alterações climáticas se tornaram uma ameaça real e em que o desenvolvimento de novas normas e regulamentos internacionais está a ter um grande impacto nas organizações, a equipa de auditoria da PwC está claramente empenhada na sustentabilidade há anos. A empresa conta com uma vasta equipa de especialistas em áreas chave como a garantia e gestão de risco e as alterações climáticas, combinando estas competências para ajudar a criar confiança nos relatórios não financeiros, um aspeto cada vez mais relevante para os acionistas e investidores”, refere a consultora.

Conclui ainda que nos últimos anos tem feito “uma aposta firme em colocar a inovação tecnológica ao serviço das suas equipas de auditoria”. De facto, a PwC Auditores está a trabalhar para incorporar na sua plataforma tecnológica novas funcionalidades generativas de Inteligência Artificial (IA), que irão revolucionar a capacidade e rapidez na obtenção, processamento e análise de dados e informação, colocando este avanço ao serviço dos profissionais, clientes e supervisores”.

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SHEIN destaca o talento e a criatividade espanhóis num evento com diferentes especialistas do setor

  • Servimedia
  • 25 Abril 2025

A empresa organizou uma mesa redonda com a participação do criativo e publicitário Gonzalo Figari, da artista e fotógrafa Lupe de la Vallina e da artista plástica e professora Marta de la Rocha.

SHEIN, o retalhista global de moda e estilo de vida, realizou um evento em Madrid dedicado à criatividade espanhola, para promover jovens talentos e incentivar a colaboração em Espanha. O evento reuniu especialistas, profissionais do setor e designers do programa SHEIN X para debater os desafios criativos e as oportunidades na indústria da moda.

Durante o encontro, foi realizada uma mesa redonda com a participação de Gonzalo Figari, presidente do clube de criatividade / c de c e fundador da CandyStore; Marta de la Rocha, vice-reitora e vice-diretora da área de Moda no Campus Criativo da Universidade Europeia; e Lupe de la Vallina, artista e fotógrafa especializada em retratos. Os especialistas partilharam as suas reflexões sobre o significado do que é ser criativo hoje em dia; sobre o processo criativo e o desenvolvimento de uma ideia, o equilíbrio entre intuição e metodologia, bem como os desafios da criatividade num contexto marcado pelo imediatismo, pela tecnologia e pela mudança cultural. Discutiram também a importância da moda como uma das formas mais visíveis de expressão criativa, capaz de contar histórias, quebrar estereótipos e gerar novos imaginários sociais.

Durante a conversa, Gonzalo Figari sublinhou que “a criatividade é uma forma de interpretar o mundo e de se ligar às emoções. Hoje, mais do que nunca, precisamos de propostas que rompam com os moldes, que contem histórias e reflitam quem somos”. Por seu lado, Marta de la Rocha sublinhou: “A moda é uma das indústrias mais dinâmicas e criativas do mundo, que se encontra num ponto de transformação devido às novas tecnologias. Chegou o momento de apoiar os jovens criadores a desenvolverem as suas competências e a trazerem uma nova visão ao setor”.

Por último, Lupe de la Vallina destacou “o desafio emocionante de redescobrir o que é autenticamente humano no processo criativo, agora que a inteligência artificial está a substituir e a melhorar os nossos conhecimentos técnicos”, acrescentando que “para os jovens criativos é fundamental colocarem-se em jogo quando lançam propostas ao mundo, evitando a tentação de se refugiarem num conjunto infinito de referências, porque só assim terão uma voz interessante”.

SHEIN X

Neste contexto, a SHEIN reafirmou o seu compromisso com os jovens talentos em Espanha. O encontro serviu também para partilhar algumas informações sobre o programa de apoio SHEIN X para jovens talentos. Atualmente, mais de 175 criadores espanhóis fazem parte deste programa, que já apoiou mais de 5300 criadores no lançamento das suas coleções. Graças a esta iniciativa, os designers podem concentrar-se no que é mais importante: criar e expressar a sua visão, enquanto a SHEIN se encarrega da produção, marketing e distribuição, oferecendo-lhes a oportunidade de vender as suas coleções em mais de 150 países e chegar a milhões de clientes em todo o mundo.

Durante o evento, foram também apresentadas algumas das mais recentes coleções de quatro designers espanhóis que fazem parte da SHEIN X. Lucila Fernández, que faz parte da SHEIN X desde 2024, apresentou uma coleção inspirada no romance de verão e nos tradicionais folhos andaluzes. Alba Barcia, no programa desde agosto de 2024, mostrou uma proposta baseada na elegância do corpo humano e no poder de desfrutar o presente. Rakel Sánchez Eguía, que também se junta ao SHEIN X em 2024, apresentou uma coleção que explora a delicadeza feminina através de silhuetas etéreas e detalhes como laços e folhos. Por último, Leire Macho Esteban, que faz parte do programa desde 2024, apresentou uma coleção inspirada no amor em todas as suas formas, com tons de borgonha e vermelho profundo.

Alessandra Bonito Oliva, Diretora de Comunicação Corporativa da SHEIN-ST,-, sublinhou que “na SHEIN estamos empenhados em promover um ecossistema inclusivo e dinâmico onde o talento tem a oportunidade de se expressar livremente através de programas como o SHEIN X. Os designers apreciam muito a colaboração e a visibilidade que oferecemos, e estamos muito satisfeitos por podermos promover o incrível talento emergente em Espanha, que é um mercado-chave na nossa estratégia global”.

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A maternidade tardia e a baixa fertilidade nos países avançados terão um forte impacto económico e social, afirma Ivirma

  • Servimedia
  • 25 Abril 2025

O duplo fenómeno do envelhecimento da população e da diminuição das taxas de natalidade obriga os países a repensar o seu modelo de crescimento.

Algumas das medidas que poderão contribuir para a construção de uma sociedade mais equilibrada e sustentável nas próximas décadas, segundo a Ivirma, incluem a aposta numa nova economia de cuidados, o reforço do apoio à natalidade e a promoção da reprodução assistida no âmbito das políticas públicas.

O relatório “Shaping the Future: Socioeconomic Challenges and Opportunities in Aging Societies”, elaborado pela PwC e apresentado no 11.º Congresso Internacional de Ivirma, realizado em Barcelona, salienta que a baixa taxa de natalidade se tornou um dos maiores problemas em países como a Espanha, a Itália, o Reino Unido e os Estados Unidos, como indica o relatório “Shaping the Future: Socioeconomic Challenges and Opportunities in Aging Societies”, apresentado no 11.º Congresso Internacional de Ivirma, realizado em Barcelona. O estudo alerta para o facto de o declínio das taxas de fertilidade poder conduzir a uma redução de 30% da população e de mais de 60% do PIB até ao final do século.

“Vivemos numa situação em que a taxa de natalidade é cada vez mais baixa e a esperança de vida é maior, o que tem consequências importantes do ponto de vista da população”, explica Javier Sánchez-Prieto, Diretor Executivo da Ivirma Global, “Atualmente, o número de filhos por mulher desceu para 1,2, abaixo do limiar de substituição, e a idade média para ter filhos é de 32 anos e está a aumentar. Atualmente, caiu para um número de filhos por mulher de 1,2, abaixo do limiar de substituição, e a idade média para ter filhos situa-se nos 32 anos e continua a aumentar.

O Professor Antonio Pellicer, Presidente Executivo da Ivirma e Professor de Obstetrícia e Ginecologia, salienta que “em Espanha, 11% das crianças nascem através da medicina reprodutiva, o que mostra como este défice pode ser parcialmente colmatado”.

O professor salienta que dados recentes indicam que 1 em cada 5 mulheres admite ter menos filhos do que desejaria, o que realça a importância da medicina reprodutiva. A sociedade apela a um maior acesso e informação sobre os cuidados reprodutivos como uma questão de Estado para garantir um futuro demográfico sustentável.

O relatório da PwC refere ainda que o atraso na idade média do primeiro filho aumentou quatro a cinco anos na última geração em países como Espanha, Itália, Estados Unidos e Reino Unido, atingindo 32 anos para os dois primeiros. Este atraso coincide com um declínio drástico da fecundidade natural, com as probabilidades de gravidez espontânea aos 30 anos a diminuírem para menos de metade em relação aos 25 anos, e a continuarem a diminuir a cada ano que passa.

Neste contexto, a fertilidade e as tecnologias de reprodução assistida consolidam-se como ferramentas essenciais para tornar possível a maternidade e a paternidade em milhões de casos. A Espanha é líder na utilização destas técnicas, com cerca de 11% dos nascimentos ocorridos através de reprodução assistida. Se países como os Estados Unidos, o Reino Unido ou a Itália atingissem o mesmo nível, gerar-se-iam mais de 375.000 nascimentos adicionais por ano, o que atrasaria o início do declínio populacional em 7 a 22 anos.

Com mais de 200 clínicas em 15 países, a Ivirma salienta que se tornou uma rede global em medicina reprodutiva. Acrescenta que o seu modelo combina “décadas de investigação, inovação clínica e cuidados centrados nas pessoas” e que “reforça a sua capacidade de influenciar as políticas públicas, facilitar a igualdade de acesso ao tratamento e desenvolver novas soluções médicas para os desafios emergentes”.

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Especialistas avançados apontam para o papel fundamental da dieta na microbiota de cães e gatos com doenças gastrointestinais

  • Servimedia
  • 25 Abril 2025

Este fenómeno pode afetar a capacidade de absorção de nutrientes deste órgão, bem como enfraquecer o sistema imunitário, segundo os especialistas da Advance.

A dieta de cães e gatos com problemas gastrointestinais pode desempenhar um papel fundamental na recuperação da microbiota destes animais, cujas condições clínicas têm frequentemente um efeito negativo no estado dos microrganismos vivos que habitam o intestino.

Toñi Reales, veterinária da marca especializada em nutrição animal, explica que os animais de estimação com distúrbios gastrointestinais apresentam frequentemente sintomas como diarreia, vómitos ou obstipação e, em alguns casos, “estes problemas evoluem para doenças crónicas mais complexas, como a síndrome do intestino irritável, enteropatias crónicas ou outras doenças inflamatórias”. Podem também afetar o comportamento e provocar apatia ou sonolência em cães e gatos.

Neste tipo de quadros clínicos, estudos demonstraram que estes animais de companhia com queixas gastrointestinais podem apresentar “alterações na composição e diversidade da sua microbiota intestinal”. Em comparação com animais saudáveis, os animais com problemas digestivos apresentam muitas vezes um desequilíbrio na sua microbiota, conhecido como disbiose, o que implica uma menor presença de bactérias benéficas.

Isto pode afetar a capacidade do intestino para absorver nutrientes, bem como enfraquecer o sistema imunitário, diz Reales: “A dieta tem uma influência direta no aparecimento, progressão e controlo de condições como os distúrbios gastrointestinais em cães e gatos”, diz ela, acrescentando que também desempenha um papel importante na restauração do equilíbrio da microbiota.

ALIMENTAÇÃO

“Uma dieta desequilibrada, seja por excesso de calorias, baixo teor de fibras ou ingredientes de baixa qualidade, pode levar a um ganho de peso progressivo, alterações na digestão e mudanças na microbiota intestinal”, ressalta.

Nesse contexto, ele destaca que as dietas de prescrição veterinária – formuladas para atender a necessidades nutricionais específicas – tem-se estabelecido como um recurso eficaz para melhorar a saúde intestinal de cães e gatos. Estas dietas podem incluir probióticos, prebióticos e fibras para apoiar uma microbiota equilibrada.

Os especialistas sublinham a importância do aconselhamento veterinário para estabelecer uma dieta adaptada às necessidades de cada animal de estimação e recordam que uma nutrição adequada é essencial para preservar a saúde digestiva e o bem-estar geral dos cães e gatos.

 

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Gilead desenvolve um modelo que pode identificar 70% dos casos de risco de VIH não diagnosticados

  • Servimedia
  • 25 Abril 2025

A Gilead Sciences anunciou na quinta-feira que desenvolveu um modelo inovador de previsão do risco de VIH que identifica as pessoas com elevado risco de contrair o VIH.

Analisando apenas a informação sobre as doenças previamente diagnosticadas, a idade e o sexo de uma pessoa à nascença, o modelo demonstrou a sua capacidade de detetar mais de 70% dos casos de VIH em qualquer população, rastreando menos de 4% das pessoas e atingindo uma prevalência de VIH superior a 2,5%.

“Estes resultados demonstram a oportunidade de otimizar a utilização dos recursos de saúde, reduzindo o número de pessoas que precisam de ser testadas para o VIH, aumentando simultaneamente a percentagem de novos diagnósticos e, por conseguinte, a eficiência do sistema de saúde”, afirmou a Gilead.

Este avanço, disse a empresa, “representa um passo crucial na deteção precoce do VIH, uma infeção com a qual se estima que 11.000 pessoas em Espanha (7,5% das pessoas que vivem com VIH em Espanha) vivem sem o saber, representando um risco considerável em termos de novas transmissões. Além disso, o diagnóstico tardio, que em 2023 estava presente em 49% dos novos casos, está associado a uma maior progressão da infeção, a um aumento dos custos dos cuidados de saúde e a uma maior morbilidade e mortalidade.

Luis Armenteros, responsável pela unidade de VIH da Gilead Sciences em Espanha e Portugal, afirmou: “Este desenvolvimento é mais uma demonstração do compromisso da Gilead com as pessoas que vivem com VIH. A nossa empresa tem estado presente desde a sua criação nos principais marcos desta epidemia e continuamos a estar presentes, fornecendo soluções inovadoras para enfrentar o desafio contínuo da infeção oculta pelo VIH e do diagnóstico tardio.

OPORTUNIDADES

O CEO e fundador da Telomera, José Luis Enríquez, um parceiro tecnológico da Gilead, observou que “o modelo surgiu de uma preocupação clínica real: estão a ser perdidas muitas oportunidades de diagnóstico do VIH, especialmente em fases avançadas da infeção. O principal desafio é identificar as pessoas com VIH que não foram detetadas pelo sistema de saúde”.

Especialistas em doenças infecciosas e VIH também participaram no desenvolvimento do modelo, incluindo o Dr. Miguel García-Deltoro, chefe do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital Geral Universitário de Valência, e o Dr. Arkaitz Imaz, coordenador do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital Geral Universitário de Valência. Arkaitz Imaz, coordenador da Unidade de VIH e DST do Hospital Universitário de Bellvitge.

O modelo de previsão do risco de VIH foi gerado de forma a poder ser integrado em sistemas de registos de saúde eletrónicos, permitindo assim a automatização do processo de atendimento, de modo a que o sistema informático possa alertar o clínico que atende uma pessoa com elevado risco de ter VIH, reduzindo as oportunidades perdidas de diagnóstico e melhorando a eficiência do sistema de saúde.

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Montenegro disse que é “impossível” governar com o Chega. Ventura ignorou caso Spinumviva

  • Luis Claro
  • 24 Abril 2025

Luís Montenegro aproveitou o debate para tentar captar o eleitorado do Chega, enquanto André Ventura concentrou críticas na saúde.

O debate entre Luís Montenegro e André Ventura, esta quinta-feira à noite, na SIC, ficou marcado pela declaração do líder da AD de que “é impossível governar com o Chega”. Ao contrário do que se podia esperar, Ventura ignorou o caso Spinumviva e atacou o Governo pelas falhas na saúde e por agir com “a mesma lógica do Partido Socialista”.

O candidato da AD foi direto ao assunto e logo no início do debate afastou qualquer possibilidade de uma aliança com o Chega. Montenegro acusou o adversário de se comportar “como um cata-vento” e de não ter “maturidade” para exercer funções governativas.

É por essa postura que nunca terá lugar no Conselho de Ministros“, reforçou o atual primeiro-ministro, depois de ter ouvido Ventura rejeitar servir de “muleta” do Governo.

“Luís Montenegro só quer muletas como a Iniciativa Liberal e o CDS. Não contará connosco”, disse.

André Ventura insistiu no tema da saúde e, em vários momentos do debate, tentou colar o goverGno da AD aos executivos socialistas. “Parece que estou sentado à frente do António Costa versão olhos azuis”, disse o presidente do Chega, acusando o governo da AD de ser o responsável por “um desastre na saúde e nas matérias de corrupção”.

"“É por essa postura que nunca terá lugar de Conselho de Ministros””

Luís Montenegro

primeiro-ministro

Depois de Luís Montenegro apelar aos eleitores que há um ano votaram no Chega para optarem nestas eleições pela AD, André Ventura acusou o primeiro-ministro de ter sido aquele que “mais nomeações fez nos últimos vinte anos e que mais tachos criou“.

André Ventura “não sabe o que diz e vai ser desmentido”, respondeu Montenegro com críticas ao programa do Chega que iria “trazer a Portugal um défice de 14%”.

“Se o nosso é irrealista, o do PSD é estratosférico”, atirou o candidato do Chega.

Uma das surpresas deste debate foi o facto de André Ventura ter optado por ignorar o caso da empresa familiar do primeiro-ministro, que levou à convocação de eleições antecipadas. Optou por concentrar as críticas nas falhas na área da saúde e no combate à corrupção.

Luís Montenegro apostou em aproveitar este frente-a-frente para tentar captar o eleitorado do Chega com o objetivo de reforçar a maioria. E lembrou que o Chega foi um fator de instabilidade durante a legislatura ao colocar-se ao lado do PS.

“O André Ventura esteve ao lado do Partido Socialista para impedir a diminuição da carga fiscal para a classe média. Fez um favor ao PS”, afirmou.

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Marcelo defende “celebração incontroversa” do 25 de Abril

  • Lusa
  • 24 Abril 2025

O Presidente, presente no jantar promovido pela Associação 25 de Abril, diz que a data merece "uma evocação, celebração incontroversa" e agradeceu aos capitães de Abril o seu "gesto histórico".

O Presidente da República defendeu esta quinta-feira, no início de um jantar promovido pela Associação 25 de Abril, que esta data histórica merece “uma evocação, celebração incontroversa” e agradeceu aos capitães de Abril o seu “gesto histórico”.

“[O 25 de Abril] é um facto incontroverso, que merece uma invocação incontroversa, um agradecimento incontroverso e uma evocação, celebração incontroversa”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, perante centenas de pessoas, na Estufa Fria, em Lisboa.

A participação do chefe de Estado neste jantar comemorativo do 51.º aniversário do 25 de Abril de 1974, na Estufa Fria, em Lisboa, já estava prevista, mas apenas durante a tarde desta quinta foi divulgada à comunicação social.

Marcelo Rebelo de Sousa não ficou para jantar e à saída, em passo apressado, para ir ver os debates políticos televisivos desta noite, recusou comentar a opção do Governo de adiar os “momentos festivos” do 25 de Abril da sua responsabilidade por causa do período de luto nacional pelo Papa Francisco, iniciado esta quinta.

Quanto à opção de abranger o 25 de Abril nos três dias de luto nacional que o Governo decretou, com o seu acordo, o chefe de Estado comentou: “Penso que o critério é aproximar, se possível, da data de funeral [do Papa, que será no sábado, 26 de Abril]”.

Interrogado se vai participar em tudo o que tinha previsto para estes dias, o Presidente da República respondeu: “Sim, sim. Só houve um ponto em que eu tive um problema de calendário e acabei por pedir o adiamento para realizar no dia 2 de maio”.

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Israel condena Espanha por ter cancelado compra de armamento

  • Lusa
  • 24 Abril 2025

O governo espanhol anunciou que ia anular a compra de 15,3 milhões de balas a Israel, um negócio que provocou uma crise na coligação governamental. Contrato tinha um valor de 6,6 milhões de euros.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel condenou esta quinta-feira “veementemente” o cancelamento de um contrato de compra de armamento por Espanha a uma empresa israelita.

Israel condena veementemente a decisão do governo espanhol de rescindir unilateralmente um contrato assinado com a empresa de defesa IMI Systems, bem como o seu anúncio de que se absterá de concluir acordos de defesa com empresas israelitas no futuro”, disse um porta-voz ministerial à AFP.

O Governo espanhol garantiu esta quinta que ia anular a compra de 15,3 milhões de balas a Israel, que provocou uma crise na coligação governamental. Fontes oficiais do Governo espanhol, uma coligação formada pelo Partido Socialista (PSOE) e a plataforma de esquerda Somar, disseram à agência Lusa que o contrato com uma empresa israelita para comprar munições, no valor de 6,6 milhões de euros, vai ser rescindido “de forma unilateral”.

Segundo as mesmas fontes, esta decisão foi tomada pelo chefe do Governo, o socialista Pedro Sánchez, e pela vice-presidente Yolanda Díaz, do Somar, assim como pelos ministérios envolvidos.

“Os partidos do Governo de coligação progressista estão firmemente comprometidos com a causa da Palestina e a paz no Médio Oriente. Por isso, Espanha não compra nem vende armamento a empresas israelitas desde 07 de outubro de 2023”, disseram as mesmas fontes, numa referência ao ataque a Israel do grupo islamita palestiniano Hamas, que desencadeou uma resposta militar de Telavive e a guerra no território palestiniano de Gaza, onde já morreram mais de 50 mil pessoas.

O Governo espanhol garantiu que “os processos de compra que continuam abertos” com empresas israelitas foram iniciados antes de 7 de outubro de 2023 e todos os que estiverem relacionados com armamento “não se vão executar”. A notícia de que Espanha avançou com a compra de 15,3 milhões de balas a uma empresa de Israel abriu, na quarta-feira, “a maior crise” da legislatura no Governo de Pedro Sánchez, segundo um dos partidos da plataforma Somar.

“A Esquerda Unida não vai tolerar que nenhuma verba financie um Estado genocida. Não é suficiente pedir explicações. (…) O PSOE abriu a maior crise desde que formámos o Governo em 2023”, disse o líder da Esquerda Unida (IU, na sigla em espanhola), Antonio Maíllo.

O líder parlamentar da IU, Enrique Santiago, admitiu mesmo a possibilidade de o Somar sair total ou parcialmente do Governo e defendeu a demissão de dois ministros socialistas, a da Defesa, Margarita Robles, e o da Administração Interna, Fernando Grande-Marlaska, que autorizou o contrato de compra de balas a Israel, destinadas a serem usadas pela força policial Guarda Civil.

O Somar tem cinco ministros no Governo liderado pelo socialista Pedro Sánchez. A IU, em concreto, tem uma ministra, Sira Rego, que tem a pasta da Juventude e Infância e é filha de pai palestiniano.

A dirigente do Somar com maior protagonismo e peso no Governo é Yolanda Díaz, ministra do Trabalho e uma das vice-presidentes de Pedro Sánchez, que na quarta-feira não falou em crise na coligação ou na possibilidade de abandonar o cargo, mas considerou estar em causa uma “violação flagrante dos acordos” assumidos no seio do Governo e pediu explicações ao colega da Administração Interna, assim como um recuo na compra das balas a Israel.

O Ministério da Administração Interna confirmou na quarta-feira que tinha avançado com a aquisição de 15,3 milhões de balas a uma empresa de Israel, apesar do embargo de compra de armas a este país anunciado pelo Governo espanhol e de em outubro de 2024 o executivo ter garantido que ia cancelar este contrato em concreto, depois de ter sido noticiado que a Guarda Civil tinha adjudicado a aquisição a uma empresa israelita.

O ministério justificou que tinha seguido um parecer da Advocacia Geral do Estado, que recomendou que não fosse rescindido o contrato atendendo ao custo que teria por causa da “fase adiantada” de operacionalização em que já estava.

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