PS quer que Governo esclareça presença de aviões reabastecedores na Base das Lajes

  • Lusa
  • 21 Junho 2025

Francisco César, deputado e líder do PS/Açores, quer que Executivo diga se foi notificado pelas autoridades americanas sobre a presença de aviões reabastecedores na Base das Lajes.

O PS quer saber se o Governo foi notificado pelas autoridades norte-americanas sobre os aviões reabastecedores que se encontram na Base das Lajes, nos Açores, e se tenciona partilhar com os maiores partidos da oposição as razões deste movimento.

Aquilo que o PS quer saber, é se o Governo português tem conhecimento desse movimento, se foi notificado pelas autoridades americanas desse mesmo movimento, e se tenciona, como foi sempre da praxe, dar conhecimento quer aos maiores partidos políticos, a nível nacional, naturalmente, quer à própria população sobre a razão e a causa deste mesmo movimento”, sustentou Francisco César, deputado e líder do PS/Açores, em declarações à agência Lusa.

Em causa está a presença de mais de uma dezena de aviões reabastecedores da Força Aérea norte-americana na Base Aérea das Lajes, utilizada militarmente pelos Estados Unidos da América no âmbito de um acordo de cooperação.

Francisco César disse ter conhecimento de 18 aeronaves deste tipo no arquipélago, 12 estacionadas naquela infraestrutura e mais seis em permanência no ar, cuja presença “é conhecida por toda a população” devido ao movimento constante.

Além disto, é “do conhecimento geral” dos habitantes que “os militares e tripulantes desses aviões estão a dormir na ilha Terceira, inclusive em pavilhões civis” — isto porque, explicou, a base militar não tem capacidade de resposta e estão a decorrer as festas Sanjoaninas no arquipélago e a lotação dos hotéis está cheia.

O deputado e dirigente socialista realçou que este movimento “não é comum”.

“Para além disso, nós sabemos da situação de tensão no Médio Oriente, nomeadamente na questão de Israel com o Irão, também sabemos da questão da cimeira da NATO, e não há qualquer explicação, nem qualquer indução da parte do Governo, em relação a saber se este movimento está relacionado, quer com um exercício da NATO ou com a situação no Médio Oriente”, criticou.

Os socialistas esperam que, “no mínimo”, o governo norte-americano tenha notificado a Força Aérea portuguesa e esperam que o executivo PSD/CDS-PP dê aos partidos políticos e “ao público em geral” uma explicação sobre as razões desta movimentação naquela base.

Na sexta-feira, a Lusa constatou no local 12 aeronaves de reabastecimento aéreo naquela infraestrutura.

Questionada sobre a presença destas aeronaves nas Lajes, fonte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América (EUA) disse apenas que “o Comando Europeu dos EUA acolhe habitualmente aviões militares (e pessoal) dos EUA em regime transitório, em conformidade com acordos de acesso a bases e sobrevoo com aliados e parceiros”.

“Para além disso, não temos mais nada a partilhar”, acrescentou.

A Lusa perguntou se era habitual a presença deste número de aeronaves nas Lajes e se estava relacionado com a situação no Médio Oriente.

Questionou também se estava previsto um aumento de movimento de aeronaves militares na base das Lajes.

Na quarta-feira, a Lusa já tinha questionado o Departamento de Defesa dos EUA sobre um possível reforço da atividade militar nas Lajes, devido à situação no Médio Oriente, mas foi dito apenas que naquele dia não havia alterações a anunciar.

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Lisboa cai quatro posições em ‘ranking’ das melhores cidades para viver. Saiba quem lidera

A capital portuguesa é a 60.ª numa lista de 173 cidades publicada pela The Economist. Episódios de insegurança penalizam várias cidades no ranking.

Lisboa está entre as 10 cidades que perderam mais posições no “2025 Global Livability Index”, uma avaliação às condições de vida em 173 cidades elaborado pela Economist Intelligence Unit (EIU).

A capital portuguesa baixou quatro lugares face ao estudo divulgado em 2024, ficando agora na 60.ª posição. Entre as cidades com maiores quedas está Calgary, no Canadá (caiu 13 lugares), Londres (9 lugares) ou Amesterdão (6 lugares).

Copenhaga passou a ser a melhor cidade do mundo para viver, ultrapassando Viena, ao registar a pontuação máxima (100 pontos) nos critérios da estabilidade, educação e infraestrutura.

A cidade austríaca foi penalizada pela forte descida no indicador de estabilidade, devido ao aumento da insegurança. A EIU, que pertence ao grupo da The Economist, refere o cancelamento de um concerto da cantora Taylor Swift na sequência de uma ameaça de bomba, no verão de 2024, e a descoberta de um plano para atacar a estação de combóis da cidade, já este ano.

A Europa Ocidental continua a ser a que oferece melhores condições de habitualidade, perdendo apenas no critério da educação para os Estados Unidos. Foi, no entanto, a região que mais caiu face à análise efetuada no ano passado, devido à evolução negativa justamente do critério da estabilidade, devido “à maior frequência de ameaças terroristas, protestos violentos e ataques antissemitas”. Seis das 10 cidades que mais perderam posições no ranking são europeias.

A cidade de Al Khobar, na Arábia Saudita, subiu 13 posições, registando a maior subida no ranking para o 135.º lugar, seguida de Jacarta, na Indonésia, que galgou 10 posições para 132.º.

Cidades nas 10 posições mais altas:

1.ª Copenhaga, Dinamarca

2.ª Viena, Áustria

3.ª Zurique, Suíça

4.ª Melbourne, Austrália

5.ª Genebra, Suíça

6.ª Sydney, Austrália

7.ª Osaka, Japão

8.ª Auckland, Nova Zelândia

9.ª Adelaide, Austrália

10.ª Vancouver, Canadá

Cidades nas 10 posições mais baixas

164.ª Caracas, Venezuela

165.ª Kiev, Ucrânia

166.ª Port Moresby, Papua Nova Guiné

167.ª Harare, Zimbabué

168.ª Lagos, Nigéria

169.ª Argel, Argélia

170.ª Karachi, Paquistão

171.ª Dhaka, Bangladesh

172.ª Tripoli, Líbia

173.ª Damaco, Síria

O estudo da EIU atribuiu uma classificação com base em mais de 30 fatores qualitativos e quantitativos, distribuídos por cinco categorias: estabilidade, cuidados de saúde, cultura e ambiente, educação e infraestruturas. Cada fator numa cidade é classificado como aceitável, tolerável, desconfortável, indesejável ou intolerável.

Para os indicadores qualitativos, é atribuída uma classificação com base no juízo dos analistas internos e colaboradores locais da EIU. Para os indicadores quantitativos, a classificação é calculada com base no desempenho relativo de vários dados externos.

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Chefs da alta gastronomia recriam pratos icónicos do Porto

Chefs da alta gastronomia prestam homenagem aos pratos icónicos da Invicta. Entre eles, Rui Paula, Pedro Lemos, Marco Gomes e Janaína Torres, eleita melhor chef feminina do mundo em 2024.

Chef Rui Paula20 junho, 2025

São experiências sensoriais com pratos icónicos que contam histórias da Invicta, como as tripas à moda do Porto pela mestria dos chefes Marco Gomes e Diego Rossi; a francesinha pela estrela Michelin Rui Paula e Miguel Carretero Sánchez, vencedor do prémio “Melhor Croquete do Mundo”. Esta sexta-feira e sábado é a vez de Pedro Lemos, estrela Michelin, e Janaína Torres, eleita melhor chef feminina do mundo, homenagearem os “filetes de polvo com arroz do mesmo”.

No âmbito da segunda edição do Global Kitchen in Porto, chefes de renome cozinham pratos identitários e icónicos da Invicta, numa iniciativa do município portuense. Na despedida da edição deste ano a proeza coube ao chef estrela Michelin Pedro Lemos e à brasileira Janaína Torres, considerada em 2024 a melhor chef feminina do mundo pela lista The World’s 50 Best Restaurants.

Chef Pedro Lemos20 junho, 2025

“Poucos pratos transmitem tão bem a essência da cozinha popular portuguesa como os filetes de polvo com arroz do mesmo. A receita tornou-se amplamente conhecida na cidade e, tal como outros pratos tradicionais, tem sido reinterpretada por chefes contemporâneos que lhe reconhecem o valor cultural e o potencial gastronómico”, começa por assinalar Catarina Santos Cunha, vereadora com o Pelouro do Turismo e da Internacionalização do município portuense.

Catarina Santos Cunha acredita que “o Porto tem tudo para se afirmar como um destino gastronómico de excelência a nível mundial”. E a prová-lo estão os pratos icónicos por estes dias recriados pelos chefes de alta gastronomia de comer e sonhar por mais. Mas é preciso mestria para o fazer, como afirma ao ECO o chef Rui Paula, com duas estrelas Michelin na Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira (Matosinhos). Na hora de dar azo à imaginação na alta gastronomia, nota, “é preciso ter algum cuidado para não perder e desvirtualizar o sabor da francesinha”.

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Depois de aviso de Trump, Espanha recusa “fazer o que ele quer” nos gastos com defesa

  • Lusa
  • 21 Junho 2025

Casa Branca insiste que Espanha tem de cumprir meta de 5% de despesa em defesa."Senhor Trump, o tempo do ordeno e mando no nosso país acabou", respondeu a ministra do Trabalho.

A ministra do Trabalho e vice-presidente do Governo espanhol respondeu hoje ao Presidente norte-americano, Donald Trump, lembrando que Espanha é soberana e “não vai fazer o que ele quer” após críticas sobre as contribuições para a NATO.

“A nossa soberania vale o mesmo que a sua e vamos defendê-la”, afirmou Yolanda Díaz, acrescentando que Madrid não aceita essas pressões, em resposta a Trump, depois de este ter acusado Espanha de sempre ter pago “muito pouco” como membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

Durante um discurso no congresso da maior confederação de sindicatos espanhola, a Comissiones Obreras, a ministra de Espanha declarou ainda: “Senhor Trump, o tempo do ordeno e mando no nosso país acabou”, numa referência à ditadura que o país viveu no passado.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, recusa o novo objetivo proposto aos membros da NATO de aumentarem a despesa com defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB), considerando-o “contraproducente” e “incomportável” para a realidade do país, como referiu numa carta, enviada esta quarta-feira, ao secretário-geral da organização, Mark Rutte.

Em vésperas da cimeira da NATO, a realizar-se nos dias 24 e 25 de junho, em Haia, Trump respondeu a essa rejeição afirmando que Espanha “sempre pagou muito pouco”.

Trump voltou a sublinhar que, exceção feita aos Estados Unidos, todos os membros da NATO deveriam destinar 5% do seu PIB às despesas com a defesa e que “Espanha deve pagar o mesmo que os outros”.

“Eu não acho que (nós) devemos, mas acho que eles deveriam”, porque “temos (os Estados Unidos) suportado a NATO há muito tempo”, disse Trump aos jornalistas, questionado sobre o assunto esta sexta-feira.

Espanha, garantiu hoje a ministra do Trabalho no congresso sindical, não vai “consentir” essas pressões porque prefere ter “investimento social, direitos, liberdades, justiça”, acrescentando também que o seu país não aceita lições dos Estados Unidos.

Os 32 aliados da NATO reúnem-se na terça e quarta-feira em cimeira na cidade holandesa de Haia sob a urgência de gastar mais em defesa, dada a instabilidade geopolítica mundial.

Fala-se de uma meta de alocar 3,5% do PIB dos 32 países aliados a gastos militares tradicionais (forças armadas, equipamento e treino) e 1,5% do PIB adicionais em infraestruturas de dupla utilização, civis e militares (como relativas à cibersegurança, prontidão e resiliência estratégica), um acréscimo face ao atual objetivo de 2%.

Esta é a proposta que o secretário-geral da NATO vai levar à cimeira, mas as percentagens ainda não estão fechadas e também está por definir a meta temporal para chegar a tais gastos, se 2032 ou 2035.

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Paquistão vai propor Donald Trump para Nobel da Paz

  • Lusa
  • 21 Junho 2025

O Governo paquistanês fundamentou a futura nomeação com a "liderança decisiva" e a "intervenção diplomática" de Trump durante o conflito com a Índia. Presidente dos EUA diz que não será galardoado.

O Governo do Paquistão anunciou hoje a intenção de nomear formalmente o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, para o Prémio Nobel da Paz, pela intervenção na crise com a Índia.

O Governo paquistanês fundamentou a futura nomeação com a “liderança decisiva” e a “intervenção diplomática” de Trump durante o conflito entre as duas potências nucleares, segundo um comunicado.

“Num momento de intensa turbulência regional, o Presidente Trump demonstrou uma grande visão estratégica e uma excecional habilidade política mediante uma sólida interação diplomática com Islamabade e Nova Deli, que reduziu a escalada de uma situação que se deteriorava rapidamente, alcançando finalmente um cessar-fogo”, referia-se no texto.

O anúncio foi conhecido depois de uma recente reunião, em Washington, entre o chefe do Exército do Paquistão, Asim Munir, e o Presidente norte-americano.

“Não receberei um Prémio Nobel da Paz por conter a guerra entre a Índia e o Paquistão (…). Não o receberei, mesmo que o faça, mas as pessoas sabem e isso é tudo o que me importa”, escreveu na sexta-feira Trump na sua rede social Truth Social.

As afirmações de Trump sobre o papel de mediador, no entanto, chocam com a postura oficial de Nova Deli.

A crise entre os dois vizinhos com armas nucleares ocorreu em maio, quando ambas as nações se bombardearam mutuamente.

A escalada desencadeou-se após um atentado terrorista que custou a vida a dezenas de turistas num destino turístico na Caxemira administrada pela Índia.

Nova Deli acusou o Paquistão de patrocinar o ataque, uma alegação sobre a qual não apresentou provas públicas e que Islamabade nega.

Na sexta-feira, quando anunciou a antecipação da assinatura do acordo entre a República Democrática do Congo com o Ruanda, para a próxima segunda-feira, inicialmente marcado para dia 27, Trump escreveu: “Não receberei um Prémio Nobel da Paz independentemente do que faça, incluindo Rússia/Ucrânia e Israel/Irão, quaisquer que sejam esses resultados, mas já o sabemos”, reivindicando também a manutenção da paz entre o Egito e a Etiópia.

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Turquia acusa Israel de arrastar região para um “desastre total”

  • Lusa
  • 21 Junho 2025

"Não existe um problema palestiniano, libanês, sírio, iemenita ou iraniano, mas existe claramente um problema israelita", afirmou Hakan Fidan, ministro dos Negócios Estrangeiros turco.

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, acusou hoje Israel de arrastar a região para uma “desastre total”, no nono dia de guerra com o Irão.

“Israel está agora a arrastar a região para a beira do desastre total ao atacar o Irão, nosso vizinho”, disse o chefe da diplomacia turca numa cimeira da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), em Istambul.

“Não existe um problema palestiniano, libanês, sírio, iemenita ou iraniano, mas existe claramente um problema israelita”, afirmou Hakan Fidan, apelando ao fim da “agressão sem limites” contra o Irão.

Temos de evitar que a situação degenere numa espiral de violência que ponha em causa a segurança regional e mundial.

Hakan Fidan

Ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia

“Temos de evitar que a situação degenere numa espiral de violência que ponha em causa a segurança regional e mundial”, acrescentou o ministro turco perante dezenas de homólogos dos países membros da OCI.

Falando depois, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou os países ocidentais de darem “apoio incondicional” a Israel, afirmando que Ancara não permitirá que as fronteiras regionais sejam redesenhadas “com sangue”.

“É essencial que demonstremos uma maior solidariedade para pôr fim aos atos de banditismo de Israel, não só na Palestina, mas também na Síria, no Líbano e no Irão”, acrescentou, dirigindo-se aos 57 países membros da OCI, uma organização fundada em 1969 que pretende ser a voz do mundo muçulmano.

Já na passada terça-feira o Presidente turco tinha acusado o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de ser “a maior ameaça” para o Médio Oriente, numa conversa telefónica com o Emir do Qatar, informou a presidência turca.

Israel lançou na madrugada de 13 de junho uma ofensiva sobre o Irão, argumentando que o avanço do programa nuclear iraniano e o fabrico de mísseis balísticos por Teerão representam uma ameaça direta à sua segurança.

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Hyundai Inster. Mobilidade elétrica sem complexos de tamanho

O compacto elétrico da sul-coreana Hyundai desafia as ruas e recantos de Lisboa com uma abordagem descomplicada e engenhosa, cumprindo exatamente o prometido, sem luxos nem exageros.

Durante os mais recentes arraiais dos Santos Populares de Lisboa, entre as sardinhas assadas do Bairro Alto e as marchas de Santo António, o ECO testou aquele que pode bem ser o próximo fenómeno das ruas estreitas da capital: o Hyundai Inster.

Num mercado onde os elétricos pequenos lutam entre a necessidade de serem acessíveis e a tentação de parecerem crescidos, este sul-coreano de 3,82 metros promete resolver a equação com uma receita simples: ser genuinamente prático sem fingir ser aquilo que não é.

Com preços a partir dos 24.900 euros para a versão Comfort, o Inster posiciona-se numa faixa competitiva face ao Citroën ë-C3 e ao Renault 5, embora seja consideravelmente mais caro que o Dacia Spring. A versão Style testada, já com a bateria de 42kWh e 97 cavalos, situa-se nos 27.450 euros, um valor que coloca o pequeno coreano numa posição interessante para quem procura um primeiro elétrico sem grandes concessões.

Para famílias urbanas que procuram um segundo carro elétrico ou para quem dá os primeiros passos na mobilidade elétrica, o Inster surge como uma opção equilibrada.

O maior trunfo do Inster reside numa solução aparentemente simples, mas inteligente: os bancos traseiros deslizam individualmente sobre o mesmo eixo, permitindo variar a capacidade da bagageira entre os 238 litros (bancos totalmente recuados) e os 351 litros (bancos à frente). Esta modularidade, rara num carro deste segmento, transforma radicalmente a utilização prática do veículo, permitindo adaptar o espaço às necessidades do momento.

A solução é ainda mais inteligente quando se descobre que todos os bancos, incluindo o do passageiro da frente, podem ser rebatidos completamente, criando uma superfície plana que transforma o interior numa espécie de acampamento sobre rodas. Esta versatilidade é um argumento forte para quem vive em apartamentos pequenos e precisa de um carro que seja também arrecadação móvel.

Equipamento de série generoso

Para os 25 mil euros de investimento, o Inster não dececiona no capítulo do equipamento. De série chega um ecrã de 10,25 polegadas com todas as funcionalidades comuns, climatização automática, carregamento por indução, keyless, sensores de estacionamento traseiros e um conjunto completo de assistências à condução que incluem cruise control adaptativo. Este nível de equipamento destaca-se face à concorrência, especialmente quando comparado com o Spring, que por menos dinheiro oferece significativamente menos conteúdo.

Com a bateria de 42kWh, o Inster promete 327 quilómetros de autonomia em ciclo WLTP, valores que se aproximaram da realidade durante os nossos percursos alfacinhas. O consumo médio de 14,3 kWh/100km mostrou-se consistente, mesmo com o ar condicionado a trabalhar nas tardes quentes de junho. Para um utilizador urbano, estes números traduzem-se numa autonomia semanal sem preocupações.

O maior ponto fraco do Inster reside na qualidade dos materiais interiores. Abundam os plásticos duros por todo o habitáculo, numa medida que surpreende negativamente quando comparada com o Renault 5, que consegue integrar alguns elementos mais nobres.

Nas subidas do Chiado e nos engarrafamentos típicos dos Santos Populares, o Inster não ficou para trás. O binário instantâneo de 147 Nm e o peso contido de 1.380 kg permitem uma condução ágil e responsiva em cidade. O raio de viragem de 10,6 metros facilita as manobras de estacionamento, embora se esperasse melhor num carro desta dimensão.

O maior ponto fraco do Inster reside na qualidade dos materiais interiores. Abundam os plásticos duros por todo o habitáculo, numa medida que surpreende negativamente quando comparada com o Renault 5, que consegue integrar alguns elementos mais nobres. A 25 mil euros, seria legítimo esperar acabamentos mais cuidados, especialmente nas zonas de contacto direto.

O motor de 97 cavalos revela as suas limitações quando se abandona o perímetro urbano. A aceleração dos 0-100 km/h em 11,7 segundos é adequada para cidade, mas fica aquém quando se pretende uma condução mais dinâmica. A velocidade máxima de 140 km/h é suficiente, mas o Inster não esconde alguma falta de fôlego nas ultrapassagens. E acima dos 50 km/h, começam a notar-se ruídos de vento e de rolamento que comprometem o conforto a bordo. Esta questão torna-se mais evidente em autoestrada. Para um carro concebido primariamente para uso urbano, não é um defeito grave, mas limita a versatilidade.

O Inster representa uma proposta inteligente no segmento dos elétricos compactos, destacando-se pela versatilidade interior única e por um nível de equipamento generoso face ao preço praticado. Os 25 mil euros pedidos encontram justificação numa soma de características que poucos rivais conseguem igualar em simultâneo.

Para famílias urbanas que procuram um segundo carro elétrico ou para quem dá os primeiros passos na mobilidade elétrica, o Inster surge como uma opção equilibrada. As limitações existem e são evidentes — materiais interiores, performance em estrada aberta e algum ruído –, mas não comprometem a utilização para a qual foi concebido.

Numa altura em que os elétricos pequenos lutam entre serem acessíveis ou completos, este sul coreano consegue ser ambos, sem grandes dramas nem revoluções. Talvez seja precisamente esta honestidade que o torna apelativo numa época em que muitos construtores prometem mais do que conseguem entregar.

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Governo vai procurar despesa de outros ministérios que possa ser registada como gastos em defesa

  • Lusa
  • 21 Junho 2025

Ministro das Finanças afirma que Governo irá "identificar se há algumas despesas que hoje já existem em outros ministérios […] e que neste momento não estejam a ser registadas” como gastos em defesa.

O Governo admite que Portugal “não será dos mais rápidos” dos aliados da NATO a aumentar os gastos com defesa, mas garante que o país “não ficará para trás” e que isso será feito com gestão orçamental rigorosa.

Nós não seremos dos mais rápidos, mas também não ficaremos para trás. O país não pode ficar para trás nesta questão, isso seria crítico, até porque Portugal defende uma enorme fronteira da Europa, a fronteira do Atlântico Norte”, disse o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, em entrevista à agência Lusa.

A poucos dias da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) – marcada por fortes tensões geopolíticas no Médio Oriente e na Ucrânia e pela necessidade de aumentar o investimento em defesa -, o governante assegurou “um crescimento da despesa nos próximos anos” de acordo com o plano que Portugal irá apresentar na ocasião e que prevê chegar à meta de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) já este ano.

Nós naturalmente teremos de fazer uma gestão orçamental cada vez mais rigorosa para garantir três coisas: que reforçamos a nossa capacidade de defesa, que mantemos e melhoramos o nível de proteção social e o nosso Estado social e que mantemos o equilíbrio das contas públicas e a redução da dívida pública.

Joaquim Miranda Sarmento

Ministro das Finanças

“Nós naturalmente teremos de fazer uma gestão orçamental cada vez mais rigorosa para garantir três coisas: que reforçamos a nossa capacidade de defesa, que mantemos e melhoramos o nível de proteção social e o nosso Estado social e que mantemos o equilíbrio das contas públicas e a redução da dívida pública”, elencou Joaquim Miranda Sarmento.

Apontando que “essa gestão tem sido feita e vai continuar a ser feita”, o ministro indicou sem especificar que isso “passa naturalmente por ser cada vez mais criterioso nas escolhas que se fazem”.

Questionado se tal passa por alterar a contabilização atual, Joaquim Miranda Sarmento indicou que Portugal seguirá o conceito de despesas da NATO, mas irá “identificar se há algumas despesas que hoje já existem em outros ministérios […] e que neste momento não estejam a ser registadas”.

Há algumas despesas da GNR que já estão no conceito [sem serem contabilizadas] e estamos a analisar se é possível alargar um conjunto adicional de despesas.

Joaquim Miranda Sarmento

Ministro das Finanças

“Há algumas despesas da GNR que já estão no conceito” sem serem contabilizadas e, por isso, “estamos a analisar se é possível alargar um conjunto adicional de despesas”, exemplificou.

Além disso, “vamos naturalmente aumentar as capacidades de defesa do país nas suas múltiplas vertentes”, prometeu o ministro, referindo estar já a ser feito um levantamento “com cautela e com peso e medida para não colocar em causa o equilíbrio das contas públicas”.

Os 32 aliados da NATO reúnem-se na terça e quarta-feira em cimeira na cidade holandesa de Haia sob a urgência de gastar mais em defesa, esperando que não haja guerra, mas preparando-se para o pior, dada a instabilidade geopolítica mundial.

Fala-se de uma meta de alocar 3,5% do PIB dos 32 países aliados a gastos militares tradicionais (forças armadas, equipamento e treino) e 1,5% do PIB adicionais em infraestruturas de dupla utilização, civis e militares (como relativas à cibersegurança, prontidão e resiliência estratégica), um acréscimo face ao atual objetivo de 2%.

“Veremos com a evolução […] da cimeira o que é que poderemos decidir”, adiantou Joaquim Miranda Sarmento à Lusa.

Governo admite empréstimos europeus para defesa e compras conjuntas na UE

O Governo admite recorrer ao programa europeu de 150 mil milhões de euros em empréstimos a condições favoráveis para reforço da defesa, defendendo também aquisições conjuntas na UE, nomeadamente para venda de um avião militar produzido em Portugal.

É possível que se use algum, que se recorra ao SAFE, embora as condições de financiamento do SAFE, neste momento, não sejam particularmente mais favoráveis do que as condições de financiamento da República [portuguesa], mas estamos a analisar todas as alternativas que existem”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento.

Há um avião militar que é produzido em Portugal e o [Ministério da] Defesa está, neste momento, a desenvolver acordos com outros países para a compra desse avião.

Joaquim Miranda Sarmento

Ministro das Finanças

A poucos dias da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) – marcada por fortes tensões geopolíticas no Médio Oriente e na Ucrânia e pela necessidade de aumentar o investimento em segurança -, o governante apontou também que “há um avião militar que é produzido em Portugal e o [Ministério da] Defesa está, neste momento, a desenvolver acordos com outros países para a compra desse avião“.

A ideia seria não só que Portugal beneficiasse destes empréstimos comunitários (iniciativa designada como SAFE), mas que também fizesse parte de projetos europeus, podendo ainda vender equipamentos produzidos no país.

“O que o Ministério da Defesa está a fazer […] é a estabelecer protocolos com outros países para que esses países possam adquirir este avião que é produzido maioritariamente em Portugal”, assinalou Joaquim Miranda Sarmento na entrevista à Lusa.

O ministro das Finanças aludia ao KC-390, um avião bimotor produzido com componentes feitas em Évora e da empresa brasileira Embraer.

É um avião de transporte militar multifacetado para uso tático e logístico, que por ter alcance intercontinental pode ser usado em operações militares, designadamente da NATO.

No final de maio, o Conselho da UE adotou este pacote de 150 mil milhões de euros em empréstimos a condições favoráveis para compras conjuntas que reforcem a defesa comunitária, que os países podem solicitar a Bruxelas até final do ano.

Previsto está que este pacote de empréstimos, designado como SAFE, facilite compras conjuntas de material militar entre os Estados-membros e seja financiado através de dívida conjunta emitida pela UE e depois transferida sob a forma de créditos aos Estados-membros que os solicitarem. Este novo instrumento europeu de crédito em circunstâncias extraordinárias é uma das medidas do plano de 800 mil milhões de euros para defesa na UE.

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ECO Quiz. Competitividade, salários e apagão

  • Tiago Lopes
  • 21 Junho 2025

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou?

Portugal caiu uma posição no ranking mundial de competitividade, passando para o 37.º lugar. O país destaca-se especialmente nas áreas de infraestruturas (subindo ao 25.º lugar) e eficiência governativa (agora 35.º), apesar do desempenho mais fraco na eficiência empresarial e no desempenho económico, zonas em que recuou para o 42.º lugar.

Mais de metade dos 81 ex-alunos do programa The Lisbon MBA da Católica|Nova, ouvidos num barómetro para o ECO, prevêem um abrandamento dos aumentos salariais em Portugal em 2025. Este sentimento de contenção reflete “a perceção de fragilidade no mercado de trabalho”.

O ECO publica todas as semanas um quiz, que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento.

 

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Trump avisa Sánchez antes da cimeira de Haia. Espanha “tem de pagar o mesmo que os outros” para a NATO

Após Pedro Sánchez recusar cumprir meta “irracional e contraproducente” de gastar 5% do PIB em Defesa, o presidente dos EUA sublinhou que Espanha "sempre pagou muito pouco à NATO".

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse esta sexta-feira que a NATO “terá de lidar com Espanha”, que “deve pagar o mesmo que os outros”, numa reação à rejeição espanhola para se comprometer com um objetivo de gastos na defesa equivalentes a 5% do Produto Interno Bruto (PIB).

“Creio que Espanha deve pagar o mesmo que os outros”, disse Trump, questionado sobre as declarações do primeiro-ministro espanhol. Pedro Sánchez recusou a meta para aumentar a despesa com defesa para 5% do PIB, classificando a medida como “irracional e contraproducente”.

“Espanha tem sido um país que sempre pagou muito pouco. Ou eram bons negociadores ou simplesmente não estavam a fazer o que era correto. Espanha deve pagar o mesmo que todos os outros”, reforçou o presidente dos EUA.

As declarações de Donald Trump surgem a poucos dias da cimeira de Haia, onde será proposto este reforço do investimento na defesa dos atuais 2% para 5%. A proposta de Mark Rutte, novo secretário-geral da NATO, é que 3,5% sejam em gastos diretos com defesa (capacidades militares) e 1,5% em infraestruturas e indústria de segurança.

 

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Juíza contraria ordem de Trump e autoriza Universidade de Harvard a inscrever alunos internacionais

  • Lusa
  • 20 Junho 2025

Trump assinou ordem executiva a suspender por seis meses entrada no país de novos estudantes internacionais aceites por Harvard, acusando a universidade de "radicalismo" e "ligações preocupantes".

Uma juíza federal norte-americana autorizou esta sexta-feira a Universidade de Harvard a continuar a inscrever alunos internacionais, contrariando determinações do executivo de Donald Trump.

Uma ordem da juíza distrital Allison Burroughs mantém a capacidade de Harvard inscrever estudantes estrangeiros enquanto é decidido o caso que opõe a universidade ao executivo.

Harvard processou em maio o Departamento de Segurança Interna, após este ter retirado a certificação da universidade para receber estudantes estrangeiros.

A ação terá obrigado os cerca de 7.000 estudantes estrangeiros de Harvard a pedirem transferência, sob pena de passarem a estar ilegalmente nos EUA.

A universidade considerou a ação uma retaliação ilegal por rejeitar as exigências da Casa Branca para rever as suas políticas em relação a protestos no campus, admissões, contratações e outros assuntos.

Donald Trump tinha assinado uma ordem executiva que suspendia por seis meses a entrada no país de novos estudantes internacionais aceites por Harvard, acusando a universidade de “radicalismo” e “ligações estrangeiras preocupantes”.

Essa medida foi igualmente suspensa por uma decisão da juíza Allison Burroughs, que sublinhou a necessidade de conceder “certas proteções aos estudantes internacionais” da universidade.

Entretanto, alegando que Harvard se tornou excessivamente liberal e tolerou o assédio antissemita, o executivo de Trump cortou quase três mil milhões de dólares (2,62 mil milhões de euros) de financiamento, incluindo em bolsas de investigação, cancelou contratos federais e ameaça revogar o seu estatuto de isenção fiscal.

Em abril, a secretária da Segurança Interna, Kristi Noem, exigiu que Harvard entregasse uma série de registos relacionados com qualquer atividade perigosa ou ilegal de estudantes estrangeiros.

Harvard afirma ter cumprido a ordem, mas Noem afirmou que a resposta foi insuficiente e, a 22 de maio, revogou a certificação de Harvard no Programa SEVIS (Student and Exchange Visitor), o principal sistema através do qual os estudantes estrangeiros são autorizados a estudar nos Estados Unidos.

A sanção colocou imediatamente Harvard em desvantagem, pois competia pelos melhores estudantes do mundo, afirmou a instituição no seu processo, e prejudicou a sua reputação como centro de investigação global. “Sem os seus estudantes internacionais, Harvard não é Harvard”, afirmava o processo.

Algumas instituições no estrangeiro rapidamente ofereceram convites aos estudantes de Harvard, incluindo duas universidades em Hong Kong.

O reitor de Harvard, Alan Garber, afirmou anteriormente que a universidade tinha feito mudanças para combater o antissemitismo. Mas Harvard, disse, não se afastará dos seus “princípios fundamentais e legalmente protegidos”, mesmo depois de receber ultimatos federais.

Uma das universidades mais prestigiadas do mundo, Harvard acolhe atualmente 10.158 estudantes internacionais de 150 países, incluindo 2.126 da China, segundo dados relativos ao ano letivo 2024/2025 publicados no portal do gabinete internacional da instituição.

No mês passado, a administração Trump suspendeu temporariamente a marcação de novas entrevistas para a obtenção de vistos para estudantes estrangeiros que pretendem estudar nos EUA, enquanto se preparava para alargar a análise da sua atividade nas redes sociais, segundo as autoridades.

Estudantes de todo o mundo têm esperado ansiosamente que os consulados dos EUA reabram as entrevistas para obtenção de vistos, à medida que a janela que lhes resta para reservar as suas viagens e fazer os preparativos para alojamento se estreita antes do início do ano letivo.

Esta semana, o Departamento de Estado indicou que está a reiniciar o processo suspenso para estrangeiros que se candidatam a vistos de estudante, mas os candidatos serão obrigados a desbloquear as contas nas redes sociais para análise.

Segundo o departamento, os funcionários consulares estarão atentos a publicações e mensagens que possam ser consideradas hostis aos Estados Unidos, ao seu Governo, cultura, instituições ou princípios fundadores.

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Sistemas de controlo fronteiriço nos aeroportos precisam de “período de adaptação”

  • Lusa
  • 20 Junho 2025

Novos sistemas de controlo de fronteiras nos aeroportos portugueses estão a fazer com que passageiros oriundos de países de fora do Espaço Schengen esperem várias horas pelo controlo de imigração.

O Sistema de Segurança Interna (SSI) indicou esta sexta-feira que os sistemas de controlo de fronteiras instalados há um mês nos aeroportos necessitam de “um período de adaptação” devido à complexidade, apesar da operação estar a decorrer como o previsto.

Há cerca de um mês foram instalados nos aeroportos portugueses novos sistemas de controlo de fronteiras, o que está a fazer com que passageiros oriundos de países de fora do Espaço Schengen esperem várias horas pelo controlo de imigração, como ainda aconteceu esta semana.

Algumas companhias aéreas, como é o caso da Easyjet, estão a alertar os passageiros fora do Espaço Schengen para as possíveis filas e atrasos no controlo de fronteira nos aeroportos portugueses.

Fonte oficial da PSP, polícia que controla as fronteiras nos aeroportos, disse à Lusa que as filas não estão relacionadas com a falta de recursos humanos, mas sim porque o sistema está lento.

Numa resposta enviada à Lusa, o Sistema de Segurança Interna (SSI), que integra a Unidade de Coordenação de Fronteiras e Estrangeiros, estrutura criada no SSI depois da extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, refere que o aumento de filas no controlo de passaportes deve-se ao “crescimento do número de passageiros, entre 10% e 15%, dependendo dos aeroportos, aumento do número de voos e a sua concentração em determinados períodos do dia e à maior exigência nos controlos obrigatórios definidos por regulamentos europeus”.

O SSI sublinha que, com estes novos sistemas, “o controlo fronteiriço passou a incluir um número acrescido de verificações de segurança e consultas a bases de dados internacionais, impostos pelos regulamentos, o que significa “mais segurança e tecnologia e, naturalmente, a necessidade de um período de adaptação, tanto dos próprios sistemas, como dos profissionais no terreno”.

“Os sistemas estão a funcionar e, apesar da complexidade, a operação decorre como previsto. Importa referir que, estamos na altura de maior afluência de passageiros, o que podemos assegurar é que todas a entidades envolvidas estão a trabalhar diariamente em estreita colaboração, para garantir a melhor experiência de viagem possível”, precisa o SSI.

Questionado sobre os motivos dos sistemas estarem lentos e quando o problema será resolvido, o SSI respondeu: “Com base na monitorização em curso, foram entretanto implementadas diversas ações para melhorar o serviço, com o reforço da capacidade de rede, a instalação de novos equipamentos de comunicação, colocação em funcionamento de mais equipamentos automáticos de controlo de passageiros (Rapids) para os Aeroportos de Lisboa, Faro, Porto, Funchal, Ponta Delgada, Porto Santo e Lages, bem como formação contínua dos guardas de fronteira”.

O Sistema de Segurança Interna garante que, “em colaboração com todas as entidades e empresas parcerias envolvidas, acompanha ao minuto a situação em todos os aeroportos nacionais” e atua de “imediato para solucionar todas as situações de forma a minimizar o impacto causado aos viajantes”.

“A prioridade é garantir que o processo de adaptação aos novos sistemas se realize da forma mais eficaz, com o menor impacto possível”, refere ainda o SSI.

Os sistemas em causa são o ‘VIS4’ (Sistema Europeu de Informação sobre Vistos), o ‘PASSE+’ (Sistema Nacional de Controlo de Fronteiras Aéreas e Terrestres) e o Portal das Fronteiras.

Recentemente, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) alertou para o quadro de exaustão dos profissionais afetos à Unidade de Estrangeiros e Fronteiras devido a várias situações que se vivem nos aeroportos, tendo chamado a atenção que com a proximidade do verão são necessárias diligências para “ultrapassar os obstáculos e mitigar os danos junto dos cidadãos, mas principalmente junto dos profissionais da PSP”.

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