Desde um projeto jornalístico com o objetivo de escrutinar a democracia até aos livros que mais marcam, passando pela economia e pela música, em Portugal o podcast está vivo e recomenda-se.
Nem todos concordam se se trata de um distanciamento da rádio ou de um prolongamento natural dela, mas uma coisa é certa: os podcasts vieram para ficar. Em Portugal, o fenómeno disparou, em especial no último ano, e pode bem estar à beirinha de rebentar. Conheça já seis projetos, desde a música à política e ao jornalismo, passando pela literatura e sem esquecer a economia, numa viagem rápida pelo que se faz atualmente em português.
Um podcast é um programa em áudio difundido através da Internet por episódios — formato que já é usado em Portugal há mais tempo do que talvez se imagine. Em 2006, o investigador Luís Bonixe fez um levantamento — ao que tudo indica, o único feito até hoje — da produção de podcasts no país. “Na altura tinha encontrado cerca de 50 pessoas que faziam podcasts, e as rádios ainda não estavam a utilizar muito esse formato”, afirma ao ECO. “Dez ou onze anos depois, é um cenário completamente diferente”.
É uma possibilidade que de repente se abriu para um conjunto de pessoas que não estava satisfeita com aquilo que passava na rádio.
Agora, a maior parte das rádios nacionais disponibilizam os seus programas em formato de podcast para poderem ser ouvidos noutros horários além do da emissão nas ondas radiofónicas, e há cada vez mais podcasts independentes a serem produzidos exclusivamente para a Internet.
A produção independente de podcasts “é, desde logo, um exercício de liberdade de expressão, e de colocar cá fora outras visões de programas que a rádio — porque está formatada para um determinado modelo — não consegue fazer”, afirma o investigador. E as próprias rádios também estão a utilizar cada vez mais estas novas oportunidades, para “colocar cá fora um tipo de programação alternativo, seja em formato de podcast seja em formato de webradio“.
O aparecimento do podcast acaba por ser uma “possibilidade que de repente se abriu para um conjunto de pessoas que não estava satisfeita com aquilo que passava na rádio”, afirma Luís Bonixe. Uma possibilidade que se podia ilustrar em inúmeros capítulos. Aqui ficam seis.
Politicamente: Da esquerda à direita
Começou por causa das viagens longas nos transportes. Ruben Martins gostava de passar o tempo a ler mas começou a ficar enjoado. “Os podcasts foram a ajuda ideal”, afirma o jornalista, que estudava então na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS). Um podcast em específico chamou-lhe a atenção: uma emissão da rádio pública norte-americana que se focava na atualidade política, o NPR Politics Podcast. “Ouvi aquilo e pensei: eu consigo fazer isto em português para um público que hoje em dia não tem nenhum programa dedicado”, explica Ruben ao ECO.
O Politicamente nascia aqui, mas não pelas mãos de Ruben apenas: “Falei com a pessoa com quem mais gostava de trabalhar, a Inês Ameixa, e ela disse logo que sim”. Entre os dois, criaram um podcast de política, nacional e internacional, com episódios de 20 minutos e entrevistas que foram desde dirigentes de juventudes partidárias até presidentes da Câmara.
Duas temporadas depois, o arquivo do Politicamente não é só um repositório das notícias da semana em que foi sendo emitido. Sem se prender apenas à atualidade, o podcast aproveita para explicar o que é um Orçamento do Estado, qual a importância da política universitária e das campanhas para as Associações de Estudantes, passando por uma reportagem na Festa do Avante e por uma exploração do que fazem, ao certo, os famosos “jovens nem-nem”.
“Um dos episódios de que mais gosto é o episódio sobre as eleições dos Açores“, relembra Ruben Martins. Na mais pequena ilha do arquipélago, a Ilha do Corvo, “é super engraçado perceber que há uma campanha política de 15 dias mas eles fazem uma campanha só de dois dias”, porque a reduzida população se cansaria rapidamente de uma campanha mais longa. Os candidatos organizam jantares em dias diferentes, e “a população vai ao jantar de um e depois ao jantar do outro”.
Entre notícias, análise, entrevistas e reportagens, Rúben e Inês aproveitaram para desenvolver uma sonoplastia muito particular. Um objetivo que era deles desde o início. Desde logo, os dois amigos decidiram que iriam “fazer uma coisa web only, para se ouvir em fones e com uma sonoplastia que prenda as pessoas do início ao fim do programa“, afirma o cofundador do Politicamente.
No final da segunda temporada, o futuro do podcast está ainda incerto. Os dois criadores começaram agora a trabalhar como jornalistas e ainda avaliam se vão poder retomar o trabalho no Politicamente, que requer uma certa periodicidade e investimento de tempo. Entretanto, vale a pena passar pelo arquivo, disponível aqui… ou no seu smartphone.
Recomendações de Ruben Martins:
- Almofada de Ar Fresco — “Uma revisão irónica do que não interessa da atualidade e que, ao mesmo tempo é tão indispensável às nossas vidas. Com direito a passagem pelo maior parque de diversões da web: as caixas de comentários das notícias. Por André Marques Santos”.
- Radio Ambulante — “Um podcast distribuído pela NPR que conta histórias latino-americanas provenientes de todos os países de fala espanhola, incluindo os Estados Unidos. Procuramos levar a estética da boa crónica da imprensa escrita à rádio”.
Brandos Costumes: Não é só 70’s e 80’s
“Quando lancei o podcast, aí uma semana depois, estava no Cinco para a Meia Noite a ser entrevistado pelo [Nuno] Markl”, conta Pedro Paulos. “E ele catalogou-me, sem eu me ter catalogado, como um programa dos anos 1970 e 80”. Não é uma categoria a que o podcast Brandos Costumes, criado e apresentado por Pedro Paulos, deva ser limitado. É um programa de música banhado a nostalgia, é verdade, mas não se fica por aí. “Era o que mais me fascinava, mas nunca quis ficar restrito a isso”, afirma o produtor.
Quando ouve o nome Dina, é quase certo que pense em Amor de Água Fresca e pouco mais. No episódio 14 do Brandos Costumes, Pedro Paulos dá a ouvir o primeiro disco da cantora portuguesa, Dinamite, para mostrar outros registos e “as músicas para além dos êxitos” da cantora.
É esse o lema do podcast musical pelas mãos do produtor que é também criador do Obrigado, Internet!, com Fernando Alvim e Nuno Dias. No Brandos Costumes, ouvem-se as músicas que ficaram de fora das compilações dos anos 1970 e 1980 embora merecessem lá estar, e aquelas que podiam ter sido singles. “A Kris Kopke com Kodak, acho que devia estar em compilações”, exemplifica. “Foi das coisas mais bem feitas e que teve menos fama, porque ela simplesmente se fartou da cena musical toda e foi-se embora”.
Entre oportunidades para mostrar canções perdidas da Ágata ou para explorar a sonoridade italodisco que está escondida no pimba, Pedro Paulos entrevista os seus ídolos e as personagens que marcaram a música portuguesa: Vítor Rua, Nanã Sousa Dias, Lena D’Água ou Rui Pregal da Cunha.
Mas o podcast não se fica pelo rótulo que Nuno Markl lhe quis dar naquela primeira entrevista logo a seguir ao lançamento, nem se esgota no baú. “Comecei a ver que faz sentido fazer coisas de agora”, afirma Pedro Paulos, que entretanto se tem dedicado a fazer também entrevistas mais ligadas à atualidade musical, com o músico Luís Severo ou João Moura, criador do portal Rapnoticias.pt e membro do podcast Três Pancadas de Sam The Kid.
E agora, o próximo passo? Vem aí um livro sobre o primeiro ano do Brandos Costumes, para contar a história do projeto com transcrições e outros brindes. O anúncio oficial está para breve, assim como o lançamento de uma campanha na plataforma de crowdfunding para criativos Kickstarter. Por agora, Pedro Paulos tem as mãos cheias, entre o podcast independente Brandos Costumes, o Obrigado, Internet! em podcast e na Antena 3, e também um novo projeto de música, na Rádio Quântica: o Saturno.
Recomendações de Pedro Paulos:
- Song Exploder — “Um podcast onde os músicos desconstroem as suas canções e, pedaço a pedaço, contam a história de como foram feitas. Produzido por Hrishikeh Hirway”.
- Dor Crónica — De Fernando Alvim. “Textos, textos bons – e para equilibrar alguns meus, pronto – mas sobretudo textos que talvez ainda não conheçam e que passarão a ouvir de um outro modo. Charles Sangnoir, o meu pianista, fará a música que acompanhará a minha leitura”.
Economicus: Economistas a beber uma cerveja
Dois (às vezes quatro) economistas a conversar durante 40 minutos a uma hora pode não parecer uma premissa muito apelativa para um programa em áudio. Mas é precisamente esse estereótipo que os economistas Manuel Costa Reis e Miguel Vian querem desmontar com o Economicus, um podcast que não se assusta com o Orçamento de Estado ou com a temática do vencedor do prémio Nobel da Economia, mas também não se perde apenas em termos técnicos. “São economistas a beber uma cerveja”, resume Manuel Costa Reis.
“Se falares com uma pessoa na rua e perguntares se lê o Diário Económico, das duas uma, ou lê mas não percebe nada do que lá vem, ou não lê porque acha que não vai perceber”, afirma Miguel Vian. “Era giro termos uma conversa entre duas pessoas que fizesse com que a malta não achasse que os economistas são aliens“.
Enquanto economistas com amigos economistas, os grandes temas da área acabavam por surgir à mesa do café, e gravá-las, para o fã de podcasts Manuel Costa Reis, foi a continuação natural. No arquivo, até agora curto pela dificuldade de manter uma periodicidade regular quando outros deveres se enfiam no caminho do podcasting, é possível ser uma mosca na parede destas conversas, com temas que vão do falhanço das sondagens na previsão da eleição de Trump até ao OE 2017 — com “montes de barbaridades” pelo meio.
O Economicus não é filho único, antes pelo contrário. É um dos cinco podcasts atualmente disponíveis na Fita, a primeira rede portuguesa de podcasts, que é obra de Manuel Costa Reis.
“Quis criar um conjunto de podcasts em português: não havia quase nenhuns há um ano e meio”, afirma o economista, que reconhece que, no último ano, tem havido uma explosão de novo conteúdo de qualidade. A Fita prima pelo ecletismo: além do programa de economia, outros podcasts incluem o MVP, sobre a NBA, o Murro no Estômago, sobre MMA, e o Stand-up Underground, com comediantes portugueses. Para breve, a Fita espera contar com oito podcasts diferentes.
Recomendações de Manuel Costa Reis:
- What’s the Point — “Um programa sobre a era dos dados. Cada semana, Jody Avirgan traz histórias e entrevistas sobre como os dados estão a mudar vidas”.
- Conta-me tudo — “Um podcast de storytelling, apresentado por David Cristina. Semanalmente pode ouvir histórias reais de pessoas especiais, porque as melhores histórias são as que são partilhadas”.
Biblioteca de Bolso: Livros que marcam
“O meu desafio foi: vamos fazer um podcast“. A desafiante, a produtora Inês Bernardo. O desafiado, o jornalista José Mário Silva. O tema, esse, rapidamente se tornou óbvio. “Entre conversas sobre o que poderia ser, houve uma ideia luminosa. Não existia nada sobre isto, especialmente em Portugal, e porque não fazer alguma coisa sobre livros?”
Havia critérios a cumprir. “Que não fosse aborrecido, que fosse acessível, que as pessoas quisessem ouvir”, resume Inês Bernardo ao ECO. “Falar sobre os livros de que gostamos, não os melhores livros mas os que tiveram impacto na nossa vida por algum motivo, nalgum momento”.
O Biblioteca de Bolso é o podcast que resultou desta negociação. Nem banal, nem aborrecido, nem sempre a mesma conversa acerca dos livros que inspiraram tal obra a tal autor, é antes uma conversa descontraída entre pessoas entusiasmadas por livros. Já 55 episódios depois, a um ritmo semanal que, admitem os autores, não é fácil de manter, já puseram o microfone do podcast Carlos Vaz Marques, Bárbara Bulhosa, José Eduardo Agualusa, José Luís Peixoto, Gonçalo M. Tavares, e outros dos principais vultos no mundo literário português.
E se acabarem os convidados? “Nunca!”, respondem em coro Inês e José Mário. “Acho que esse problema não se põe”, continua o jornalista. “Temos falado sobretudo com pessoas que trabalham no mundo do livro, escritores, editores… Mas também nos interessava falar com pessoas fora do meio literário, sejam cineastas, atores, arquitetos, pintores. Também são leitores, e às vezes grandes leitores, excelentes leitores“, conclui.
Mas é para os escritores que o Biblioteca de Bolso é uma oportunidade especial. “Os escritores falam normalmente sobre os livros que escrevem e os livros que os inspiram”, explica Inês Bernardo. “Aqui cria-se um espaço para falarem de outros livros”.
Recomendações de Inês Bernardo e José Mário Silva:
- On the Media — “Podcast semanal que explora como se faz a ‘salsicha’ mediática, com um olhar incisivo sobre as flutuações no mercado das ideias, e uma análise das ameaças à liberdade de informação e expressão na América e no estrangeiro”.
- A Mosca — “Um programa de rádio da responsabilidade de Alexandre Pinto, que teve o seu início no ano de 2013. Desde então, a missão passa por mostrar o que de melhor existe no mundo da música, sem nenhuma preferência por géneros”.
L’Espace: Uma intro à eletrónica
O L’Espace só fez um ano esta quinta-feira, mas Emanuel Botelho tem muitos anos de rádio — 12 ou 13, pelo menos, na Rádio Universitária de Coimbra (RUC). É um nativo das ondas FM para quem a ligação entre os podcasts e a rádio é só mais uma manifestação “da teoria da convergência dos meios: a centralização de tudo na Internet”. O L’Espace é o único podcast neste artigo que é um programa de rádio, e para Emanuel Botelho é apenas natural. O podcast “é uma transição natural da rádio, uma transposição para o futuro”, e acaba por ser aquilo que impede que a rádio fique abandonada no passado.
O L’Espace, que surgiu após um convite feito pela Vodafone FM ao músico e DJ Emanuel Botelho para criar um programa de autor, tem a rádio escrita nos genes, desde a entoação na voz colocada de Emanuel até ao debitar, no início de cada programa, das frequências em que é possível ouvi-lo. Difundido no iTunes e noutras plataformas de podcasts, junta-se à maior parte dos podcasts mais populares em Portugal — desde Governo Sombra a Mixórdia de Temáticas passando pelo Mata Bicho de Bruno Nogueira — que são originalmente programas de rádio, gravados e depois disponibilizados na Internet.
Um ano depois, Emanuel Botelho está ao leme de um projeto muito particular de música eletrónica. Que tipo de música eletrónica? “Sem barreiras de estilo e sem barreiras de tempo, nem fico só centrado nos clássicos nem quero mostrar só novidades, e também não pretendo ser só virado para o independente nem só para o mainstream…”, descreve.
É uma espécie de curso em eletrónica para quem não conhece bem o género musical — uma definição que não assusta Emanuel. “É precisamente essa a minha ideia”, afirma. “Acho que o meio dos programas de nicho mais centrados no underground já tem muita coisa a ser feita. A Rádio Quântica, por exemplo, é um projeto excelente a dar atenção e notoriedade a esse meio. O que eu pretendo fazer não é bem isso”. Antes pelo contrário. O L’Espace é uma viagem eclética pelos mundos da música eletrónica, sem se limitar, num foguetão que parte todas as sextas-feiras às 22:00.
Recomendações de Emanuel Botelho:
- WFMU — “Uma estação de rádio não comercial, apoiada pelos ouvintes, a emitir a partir de Jersey City, Nova Jérsia, do outro lado do rio de Manhattan. Atualmente a estação de rádio livre a emitir há mais tempo nos Estados Unidos”.
É Apenas Fumaça: Escrutínio da democracia
É difícil descrever melhor o É Apenas Fumaça do que como ele se descreve a si próprio. “O É Apenas Fumaça é um projeto de media independente, onde se fala sobre a sociedade com quem quer falar sobre ela”, lê-se no site do projeto. Produzido por uma equipa de sete fundadores, o podcast foi lançado em junho de 2016, com o objetivo de servir de contraponto à comunicação social tradicional.
“O papel da comunicação social não é só reportar quando existem factos novos”, disse ao ECO Ricardo Ribeiro, um dos fundadores e produtores do É Apenas Fumaça. “É também falar de direitos humanos até eles serem respeitados, falar de corrupção até ela não existir, falar de alterações climáticas até o ser humano parar de destruir o planeta. Continuar a falar dos temas até já não ser preciso falar sobre eles”.
Um papel que o É Apenas Fumaça cumpre zelosamente, com uma entrevista a Luaty Beirão depois de ter passado a grande atenção gerada pela sua prisão juntamente com 16 outros ativistas angolanos, ou um episódio sobre o Plano Nacional de Barragens, dez anos depois de ele ter sido aprovado. É um projeto com uma orientação política clara: são progressistas. “Acreditamos que todos devem ter direitos humanos assegurados e necessidades básicas garantidas, e isto não é de esquerda nem de direita”, esclarece Ricardo Ribeiro. Nesse enquadramento, vão construindo a sua agenda: ora B Fachada a falar de música de intervenção, ora Bernardo Pires de Lima sobre a União Europeia, ora António Pedro Dores sobre as prisões portuguesas, escolhendo tanto caras conhecidas da opinião publicada portuguesa como as vozes mais marginais que não falam nos jornais.
"Acreditamos que todos devem ter direitos humanos assegurados e necessidades básicas garantidas, e isto não é de esquerda nem de direita.”
Mas o É Apenas Fumaça também não foge à atualidade. Entre os seus segmentos, o Na Rua destaca-se como sendo aquele em que o microfone é mais obviamente passado para o lado que não o costuma segurar. “Os comentadores são sempre os mesmos e vêm quase sempre do mesmo grupo demográfico”, diz Ricardo Ribeiro. O Na Rua, uma rubrica recorrente do podcast, junta reportagens gravadas em manifestações. “Se formos a manifestações dar a voz às pessoas e perguntarmos ‘Quem és tu e porque estás aqui’, quem ouvir talvez vá achar: ‘Eu também acredito naquilo, porque é que não estou ali?'”, explica Ricardo.
Porquê fazer um projeto destes no formato áudio? “Na prática, a escolha pelo áudio envolveu dois fatores”, conta Ricardo Ribeiro. “Já ouvíamos muitos podcasts e broadcasts na Internet, por isso para nós fazia sentido, e a segunda razão é que a voz é essencial para que consigas perceber o contexto do que as pessoas estão a dizer. Quando fazes uma transcrição, é difícil pôr o mesmo contexto: as hesitações, o segundo em que a pessoa não respondeu”.
Usar a transparência do áudio para “escrutinar a democracia” é então o objetivo do É Apenas Fumaça, que já se expandiu para um novo projeto separado, o podcast Rua do Mundo, com Bernardo Pires de Lima, Mónica Ferro, Rui Tavares e correspondentes internacionais que contam o que se passa pelo planeta fora na política. E não se vai ficar por aqui. O É Apenas Fumaça está a juntar contribuições para poder continuar a fazer mais episódios, mais reportagens, e mesmo investir no jornalismo de investigação — tudo sem receitas de publicidade, preservando a independência que os fundadores consideram indispensável.
Recomendações de Ricardo Ribeiro:
- Democracy Now! — “Um programa de rádio nacional, diário, independente e premiado, apresentado pelos jornalistas Amy Goodman e Juan Gonzalez”.
- Rádio Afrolis — “Um espaço de expressão cultural feito por afrodescendentes a viver em Lisboa. Artistas, menos artistas, pessoas comuns e menos comuns falam sobre negritude, racismo e identidade revelando facetas da consciência negra emergente em Portugal”.
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A paisagem do podcast português em seis episódios
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