Braga espera retorno de 12 milhões de euros na Semana Santa

Autarquia de Braga calcula que a Semana Santa tem um impacto económico de 12 milhões de euros. Taxa de ocupação de 90% no alojamento, com restauração e comércio sob grande afluência de turistas.

Reza o ditado que depois da tempestade vem a bonança e, após um “jejum” de dois anos devido à pandemia da Covid-19, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, e o diretor-geral da associação empresarial local (AEB), Rui Marques, calculam que as celebrações da Semana Santa tenham “um impacto superior a 12 milhões de euros” para a cidade dos Arcebispos, ao som do repicar dos sinos.

“Estamos otimistas de que este vai ser um ano extraordinário”, começa por notar o diretor-geral da AEB, tendo por base os indicadores recolhidos junto dos operadores dos setores do alojamento, restauração e comércio. E que apontam para um retorno de 12 milhões de euros durante a Semana Santa de 2022, que se estende entre o (último) domingo de Ramos e este domingo de Páscoa.

Estamos otimistas de que este vai ser um ano extraordinário.

Rui Marques

Diretor-geral da Associação Empresarial de Braga

O facto de os consumidores fazerem, com alguma antecedência, as reservas de alojamento e de almoços e jantares, no setor da restauração, também ajuda a fazer mais cedo este balanço financeiro. “Houve uma mudança de comportamento dos consumidores, ao fazerem reservas prévias”, aponta Rui Marques. Esperando que supere os valores de 2018, o ano que a AEB tem como referência no âmbito de um estudo de impacto económico, feito pela Universidade do Minho, que dava conta nesse ano de um retorno financeiro de 10 milhões de euros, nos três setores, durante a Semana Santa.

As indicações que vamos recolhendo junto das unidades hoteleiras é que muitas delas estarão, durante estes dias, completamente esgotadas.

Ricardo Rio

Presidente da Câmara Municipal de Braga

“As indicações que vamos recolhendo junto das unidades hoteleiras é que muitas delas estarão, durante estes dias, completamente esgotadas, com taxas de ocupação muito elevadas, a rondar os 90%”, adianta ao ECO o presidente da Câmara de Braga.

Temos uma taxa de ocupação de 90% nos nossos hotéis, o que é inédito desde a pandemia, com 60% portugueses e 40% espanhóis, franceses e alemães que vêm gozar férias e aproveitam as celebrações da Semana Santa”, confirma, por sua vez, Varico Pereira, administrador do grupo dos Hotéis Bom Jesus (do Elevador, do Lago e do Parque) – têm como pano de fundo este santuário declarado Património Mundial pela Unesco – e do Hotel João Paulo II, junto ao Santuário do Sameiro, com vista privilegiada para a cidade. O gestor considera esta “uma excelente oportunidade para o setor do turismo recuperar da pandemia, em que [viveu] tempos bastante complicados”.

Temos uma taxa de ocupação de 90% nos nossos hotéis, o que é inédito desde a pandemia, com 60% portugueses e 40% espanhóis, franceses e alemães.

Varico Pereira

Administrador do grupo dos Hotéis Bom Jesus

Também José Dias, do restaurante Bem-me-Quer, localizado às portas da cidade, diz que “desde a pandemia que não tinha uma época tão boa, com 100% de reservas nestes dias”. O comerciante tem uma maior procura da parte de clientes portugueses e espanhóis, a que se seguem os franceses, belgas, americanos e canadianos. Com casa cheia, José Dias diz que “é uma lufada de ar fresco depois do jejum em termos de frequência de espaços, nos últimos dois anos”.

O autarca de Braga, Ricardo Rio, recorda que “nos anos anteriores não deixou de haver Semana Santa, mas decorreu com manifestações digitais e com programas bastante mais controlados”. Este ano, afirma, “já voltam as manifestações populares, como é o caso das procissões, assim como todo o programa cultural e turístico associado a esta altura, que se espalha por toda a cidade e que é também uma fonte de atração de pessoas e de visitantes”.

Economia volta a animar Bracara Augusta

Estas festividades vão alavancar os setores da hotelaria, comércio e restauração da cidade, que podem encher os bolsos depois de dois anos complicados por causa de uma pandemia que impediu que acontecem nos moldes habituais. Com as procissões de Nossa Senhora da ‘Burrinha’, do Senhor Ecce Homo e do Enterro do Senhor, como expoente máximo das celebrações da Semana Santa daquela que é conhecida como “a Roma portuguesa”. Milhares de pessoas vão assistir a estes cortejos bíblicos nas ruas do centro histórico. “É um regresso em massa dos turistas à cidade por ocasião da Semana Santa”, atesta Ricardo Rio.

“Acho que já estamos a viver um período de quase normalidade, embora os números de pessoas com Covid-19 não sejam ainda tão baixos como já chegaram a ser há algumas semanas”, refere o autarca social-democrata, para quem “as pessoas estão a encarar a pandemia com um sentido de responsabilidade, cumprindo as regras sempre que elas são aplicáveis, para retomarem paulatinamente a normalidade”. O administrador do grupo dos Hotéis Bom Jesus nota que “as pessoas não têm tanto receio da Covid-19, mas protegem-se com máscaras”.

Estes eventos religiosos podem, assim, confirmar uma tendência de retoma na atividade turística que já se começava a sentir nos últimos meses. Só no primeiro trimestre deste ano, a AEB registou um crescimento de 25% em relação a período homólogo de 2019, isto é, antes do surgimento da Covid-19, como revelam os dados cedidos pelo diretor-geral desta associação empresarial.

 

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