Acordo de livre comércio à espera de Trump ou Hillary

Ministros da UE falham acordo. Destino do acordo que pretende criar o maior mercado mundial está nas mãos de Hilary Clinton ou de Donald Trump.

Ainda não é desta. O acordo de livre comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia não vai estar concluído até ao final do mandato do Presidente Obama. O anúncio oficial foi feito hoje pelo ministro eslovaco do Comércio, Peter Ziga, cujo país ocupa a presidência rotativa da União Europeia.

“Não é realista [pensar que é possível] alcançar um acordo final ainda durante a presidência de Obama”, disse o responsável. Apesar da contestação crescente que o acordo tem vindo a conquistar junto dos europeus, os governos tentaram hoje fazer um último esforço para pressionar o avanço das negociações que há muitos os analistas vaticinam estarem condenadas. De facto, ao final do dia, o sprint final falhou.

"Não é realista [pensar que é possível] alcançar um acordo final ainda durante a presidência de Obama.”

Peter Ziga

Ministro eslovaco do Comércio


Esta decisão dos ministros do Comércio coloca nas mãos de Hilary Clinton ou de Donald Trump o destino deste ambicioso acordo comercial que pretende criar o maior mercado mundial com 850 milhões de consumidores e que se estende do Havai à Lituânia. Caberá ao vencedor das eleições norte-americanas negociar o Acordo de Parceria Transatlântica para o Comércio e Investimento, vulgarmente conhecido por TTIP. Contudo, ambos os candidatos têm feito campanha contra o acordo.

Segundo a comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmstroem, que tem liderado as negociações, serão necessários cinco a seis meses para uma nova Administração americana entrara totalmente em funções e assim congelar efetivamente as negociações. “Quando poderemos recomeçar é um bocadinho cedo para especular até sabermos como será a Administração” norte-americana, disse Malmstroem em Bratislava.

As negociações arrastam-se desde 2013 e à medida que vão sendo conhecidos os detalhes dos dossiês a contestação na Europa tem vindo a aumentar. As manifestações têm-se multiplicado pelas capitais europeias. Países como França e Alemanha, que vão a votos em 2017, não podem ignorar os seus eleitorados, assustados com os impactos que o TTIP poderá ter nos padrões de vida europeus em termos de saúde e de ambiente.

Os líderes europeus vão discutir o TTIP na cimeira de Bruxelas em outubro e Malmstroem reconheceu que era claro que os governos estavam a ouvir o seu eleitorado: “Todos vivemos no mundo real e estamos conscientes que há protestos em alguns países. Estamos verdadeiramente empenhados a que, em conjunto, conseguiremos um bom acordo que tenham em conta os diferentes interesses e as linhas vermelhas” de cada país.

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