Governo angolano revê em baixa estimativa de produção de gás natural em 2016

  • Lusa
  • 27 Setembro 2016

A fábrica Angola LNG, instalada no Soyo e que retoma a laboração nos próximos dias, após nova paralisação, deverá ficar mais de 5.000 barris equivalentes de gás abaixo da produção diária estimada.

A fábrica retomou a exportação de carregamentos de gás natural liquefeito (LNG) em junho último, dois anos após o encerramento da unidade, que representou um investimento de dez mil milhões de dólares (8,8 mil milhões de euros), devido a um incêndio num dos gasodutos. Contudo, no mês seguinte, em julho, voltou a parar, para testes e manutenção que só agora foram concluídos.

O reinício da atividade é apontado pela empresa – participada em 22,8 por cento pela estatal Sonangol – para “final de setembro” e entretanto o Governo angolano fez uma revisão em baixa a produção de gás esperada para a fábrica.

Conforme dados que constam da revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE), aprovado a 19 de setembro pelo Parlamento angolano, a produção petrolífera do país situar-se-á em 2016 nos 654,6 milhões de barris, correspondente a uma produção média diária de 1.793.400 barris.

“Incluindo a produção do Angola LNG, que poderá alcançar uma produção média diária de 54.145 barris equivalentes, abaixo dos níveis de produção média diária de 60.000 barris equivalentes inicialmente previstos”, lê-se no documento.

A Angola LNG anunciou em março deste ano que vai começar a fornecer, ainda em 2016, gás natural liquefeito ao grupo EDF, o maior produtor de energia elétrica do mundo, através de um “acordo flexível” rubricado com a EDF Trading.

O acordo de venda prevê a entrega de vários carregamentos a partir de 2016 e vigorará até 2018, anunciou a administração da fábrica angolana.

Angola é atualmente o maior produtor de petróleo da África subsariana, mas o gás associado tem sido queimado ou reinjetado nos poços.

Instalada no Soyo, província do Zaire, no norte de Angola, a fábrica Angola LNG encontrava-se paralisada desde 10 de abril de 2014, tendo sido lançada uma intervenção de reabilitação na unidade.

O nível projetado de produção e processamento da unidade é de cerca de 5,2 milhões de toneladas de LNG por ano, além de propano, butano e condensados, mas a laboração foi então suspensa.

Lançado em 2007 para aproveitar o gás natural resultante da exploração petrolífera, o projeto reúne, além da Chevron (36,4%), a Sonangol (22,8%), a britânica BP Exploration (13,6%), a italiana Eni (13,6%) e a francesa Total (13,6%).

A capacidade de produção da Angola LNG envolve ainda 125 milhões de metros cúbicos de gás natural para consumo doméstico e tem uma frota dedicada de sete navios tanque e três cais de carregamento.

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