Saúde financeira das PME melhora em 2015

O ritmo cardíaco da economia portuguesa está melhor. O exame dos dados do INE dão nota positiva às PME e às empresas de alojamento e restauração.

A riqueza gerada pela produção das PME não financeiras cresceu 7,8% de 2014 para 2015. Os dados constam no relatório preliminar, divulgado esta quarta-feira pelo INE, sobre as Estatísticas das Empresas em Portugal para o ano passado. “As PME registaram aumentos, quer no Volume de negócios quer no VAB, superiores aos das empresas de grande dimensão”, escreve o INE no relatório.

O aumento de 7,8% verificou-se no excedente bruto de exploração, indicador económico que mede a riqueza gerada pela produção após o pagamento da mão-de-obra e impostos. A tendência positiva reflete-se também no Valor Acrescentado Bruto (VAB) que aumentou 5,4% nas pequenas e médias empresas portuguesas.

A melhoria é transversal a todos os indicadores. Tudo aumentou: o número de empresas PME (0,4%), a quantidade de pessoal ao serviço (2%), o volume de negócios (3,3%) e os gastos com pessoal (3,4%). De acordo com o INE, o salário médio mensal numa PME, em 2015, foi de 900 euros em comparação com 1170 euros nas grandes empresas.

Nas PME que são sociedades não financeiras – em menor número em relação às empresas – verifica-se a mesma tendência positiva, transversal aos vários indicadores.

Turismo (alojamento e restauração) foi setor que mais melhorou

As empresas de alojamentos e de restauração melhoraram a sua situação financeira e económica em 2015. Em relação a 2014, o setor do alojamento e restauração aumentou o seu volume de negócios em 8,9%, o VAB em 13,2%, os gastos com pessoal em 7,1% e o excedente bruto de exploração em 26,9%.

O setor da agricultura e pescas conseguiu também um bom desempenho entre 2014 e 2015, com o volume de negócios a aumentar 6,6%, o VAB 13,4%, os gastos com o pessoal 7,7% e o excedente bruto de exploração 10,1%.

"Embora na generalidade dos indicadores analisados, tenha havido uma melhoria geral da situação económica e financeira das sociedades em praticamente todos os setores de atividade, o alojamento e restauração evidenciou-se como aquele em que a melhoria foi mais expressiva em 2015”

Instituto Nacional de Estatística

O VAB e o pessoal ao serviço das empresas não financeiras registaram crescimentos de 4,8% e de 2,6%, respetivamente, face a 2014. Em específico as empresas com natureza de sociedade aumentaram a rendibilidade. Além disso tiveram um aumento em 3% da proporção de sociedade com resultados líquidos positivos.

Na generalidade os indicadores do INE evoluíram de forma positiva, com destaque para a taxa de investimento que aumentou 1,2 pontos percentuais para 18,91%. Essa evolução foi acompanhada pela melhoria dos rácios de autonomia financeira o que traduz uma melhoria geral na situação financeira das sociedades.

Produtividade e paridade de género

A produtividade aparente do trabalho das empresas não financeiras (aferida pelo quociente entre o VAB e pessoal ao serviço) foi de 22,63 mil euros em 2015, 2,0% acima do valor registado em 2014.

“Os setores da indústria e energia, transportes e armazenagem e informação e comunicação evidenciaram produtividades acima da média nacional, ainda assim, destes três setores, apenas no da Indústria e energia esta produtividade superou a observada no ano anterior (+2%)”, destaca o INE.

Os dados divulgados referem ainda que em média, cada sociedade empregou 7,3 pessoas em 2015 (4 homens e 3 mulheres), com o setor da indústria e energia a registar a maior dimensão média (16,5 pessoas), mais do dobro do total das sociedades.

Os setores do alojamento e restauração e outros serviços, foram os únicos em que o número de mulheres por sociedade superou, ainda que ligeiramente, o número de homens, refere o INE.

Editado por Mónica Silvares

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