Samsung: além do Note 7, já arderam 17 mil milhões na bolsa
A polémica em torno das baterias do Note 7 já tirou 17 mil milhões de dólares ao valor da Samsung. Mas não vai ficar por aqui. A empresa já disse adeus ao seu modelo mais caro.
Os Galaxy Note 7 têm estado a explodir durante o seu carregamento. E o incêndio propagou-se às ações da Samsung: a empresa já perdeu 17 mil milhões de dólares (15,3 mil milhões de euros) desde que começaram os problemas com o modelo mais caro da companhia sul coreana.
A Samsung caiu 8%, a maior queda desde 2008, altura da crise financeira, na última sessão, isto depois de anunciar que suspendeu a produção do mais recente topo de gama. Um descalabro em bolsa que custou milhares de milhões aos acionistas. E que deverá continuar a pesar no desempenho das ações que valem agora 1,545 milhões de won da Coreia do Sul.
Ações da Samsung com queda a pique

É que depois de ter dito que iria parar a produção e interromper as vendas e trocas do aparelho, a empresa teve que tomar uma decisão difícil: dizer adeus ao Note 7. Fontes próximas dizem que a empresa enviou um comunicado ao regulador onde confirmar que tomou a “decisão final” sobre o fim da produção. Isto significa que já não vai produzir ou vender o telemóvel.
E o impacto pode não se limitar à Samsung e generalizar-se aos seus fornecedores, mas também aos rivais. As ações das tecnológicas registaram a queda mais acentuada entre as cotadas e já perderam 2,1% no espaço de apenas uma semana.
A empresa está a enfrentar o aumento da concorrência a nível dos smartphones topo de gama. Estamos a caminho da época do Natal e a Apple já apresentou o iPhone 7 e a Google apresentou o Pixel, que usa o mesmo software da Samsung. Agora perdeu o aparelho que poderia usar como trunfo neste mercado.
Alerta dos reguladores
A questão do sobreaquecimento das baterias já envolveu vários reguladores. Nos EUA, o responsável pela segurança dos produtos pediu à empresa para parar de vender ou trocar os telemóveis. A Samsung já disse estar a cooperar com as autoridades.
Na China, os reguladores disseram que a Samsung vai expandir a recolha para um valor acima dos 190.000 aparelhos, mais 100 unidades em relação ao que era esperado. Gigantes do comércio eletrónico, como a Alibaba, deixaram de vender o Note 7 a partir de hoje.
"O que é que vai acontecer à próxima versão do telemóvel quando for revelada e de que forma é que isto vai afetar as vendas? (…) Não é apenas o telemóvel, é todo o ecossistema por detrás — ecrãs, chips de memória. Se as suas vendas caírem, então as vendas de outras áreas do negócio vão ser penalizadas. É uma espiral”
A Samsung pediu a todos os retalhistas e fornecedores para pararem de vender e trocar o modelo. A empresa não diz quantos telemóveis é que serão afetados pela interrupção das vendas. Os analistas estimam que a recolha original vai custar entre 1 mil milhões e 2 mil milhões de dólares à Samsung. O número vai certamente aumentar com o fim do Note 7.
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