Comité Olímpico pondera mover alguns eventos dos Jogos de Tóquio para a Coreia do Sul
As provas de remo e canoagem poderão saltar para o outro lado do Mar do Japão como forma de poupar custos num evento que a organização queria "low-cost".
Algumas das provas dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 poderão passar para a Coreia do Sul, segundo relatos na imprensa japonesa citados pelo jornal britânico The Guardian, devido ao aumento desmesurado dos custos para organizar um evento cujo orçamento já quadruplicou relativamente à estimativa original para mais de 25 mil milhões de euros.
As provas de canoagem e de remo poderão ser mudadas para a cidade sul-coreana de Chungju, uma das que acolheu os Jogos Asiáticos de 2014, se não se conseguir encontrar um local adequado para as realizar no Japão, que seja consensual entre a recém-eleita governadora de Tóquio, Yuriko Koike, e os organizadores das Olimpíadas. A notícia parte de dois jornais japoneses, o Kyodo News e o Asahi Shimbun, que citam fontes próximas do processo.
Um grupo de peritos reunidos por Yuriko Koike para avaliar formas de poupar na organização dos Jogos Olímpicos, cujo orçamento já disparou desde que os Jogos foram atribuídos à capital japonesa, concluiu que seria menos dispendioso realizar as provas de remo e canoagem no norte do Japão do que construir as infraestruturas necessárias na própria capital. O conselho recomendou ainda que não se construíssem novos estádios para a natação e o voleibol, renovando antes as instalações que já existem.
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O Comité Olímpico Internacional e as federações desportivas já pediram que as provas ficassem todas em Tóquio, por isso a decisão de mudar algumas para outra cidade (e talvez outro país) seria razão para algum conflito.
Koike, eleita em julho para o cargo de governadora da capital, tinha como principal promessa de campanha ajudar a reduzir a despesa, e tem tido os olhos nos gastos com os Jogos Olímpicos, o que poderá criar alguma tensão junto dos organizadores, o Comité Olímpico Internacional.
O presidente do Comité Olímpico Internacional, Thomas Bach, que esteve em Tóquio esta terça-feira, não quis comentar as notícias sobre uma possível mudança para a Coreia do Sul, mas afirmou que os organizadores estão tão comprometidos como a governadora de Tóquio com a redução dos custos. “Estou certo de que vamos ver uma redução significativa dos custos comparativamente com o que temos visto até agora vindo da imprensa”, disse Bach, citado pelo The Guardian.
Os Jogos Olímpicos de 2020 foram atribuídos a Tóquio em 2013, quando a capital japonesa prometeu fazer uns Jogos “compactos” em que 28 em 31 provas teriam lugar num raio de cinco quilómetros da Aldeia Olímpica. Esta ideia de umas Olimpíadas “compactas” cairá por terra se a canoagem e o remo passarem para o norte do Japão ou para a Coreia do Sul.
O preço dos Jogos Olímpicos de Tóquio já quadruplicou desde a estimativa dada na sua candidatura, para três biliões de yen, ou 25 mil milhões de euros, de acordo com as estimativas da imprensa. A confirmar-se, seria três vezes superior ao custo dos Jogos Olímpicos de Londres.
Editado por Mariana de Araújo Barbosa.
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