Ex-Presidente argentina Cristina Kirchner acusada em caso de corrupção

  • Leonor Rodrigues e Lusa
  • 27 Dezembro 2016

Um juiz argentino formalizou hoje acusações contra a antiga Chefe de Estado Cristina Fernández Kirchner num caso de corrupção que envolve adjudicação de obras públicas.

Um juiz argentino formalizou esta terça-feira as acusações contra a antiga Presidente Cristina Fernández Kirchner num caso de corrupção e branqueamento de capitais relacionado com obras públicas.

O juiz federal Julian Ercolini formalizou hoje as acusações de associação ilícita e gestão fraudulenta contra Cristina Kirchner, depois de ter sido feita uma auditoria à Administração Nacional de Estradas. Com ela são também acusados o antigo ministro do Planeamento, Julio de Vido, e o ex-secretário das Obras Públicas, José López, detido desde junho, por ter tentado esconder oito milhões de dólares num convento de Buenos Aires. A Justiça argentina congelou ainda dez mil milhões de pesos (608 milhões de euros) à ex-Presidente

Ercolini acusa a ex-Presidente de se “aproveitar ilegal e deliberadamente dos fundos atribuídos a obras públicas rodoviárias”, na província de Santa Cruz, mas também de favorecer a empresa do construtor Lázaro Báez, em licitações públicas.

Por isso, o empresário, dono da Austral Construcciones, também terá de responder no processo, juntamente com outros empresários, como Nelson Periorri e Carlos Kirchner, primo do ex-Chefe de Estado, Nestor Kirchner, marido da atual de Cristina Kirchner que o sucedeu no cargo após a sua morte em 2010, de acordo com o Clarín.

Além destas acusações, a Justiça investiga Kirchner por alegadas operações financeiras ilegais relacionadas com o banco central argentino, de acordo com a ABC. Em causa está a autorização da venda de dólares, a preço inferior ao praticado no mercado, para tentar manter a cotação do peso face ao dólar artificialmente baixa. A operação visava obter fundos para financiar a campanha de Daniel Scioli, o candidato presidencial por si apoiado, mas que acabou por ser derrotado por Mauricio Macri, em 2015.

Kirchner sempre negou as acusações que têm sido levantadas, nomeadamente o pagamento de subornos através do aluguer de quartos de hotéis, detidos pela ex-Chefe de Estado e que não eram utilizados. “Alguém pensar que, num plano de obras públicas milionário, se faz uma manobra de corrupção com um, dois ou três imóveis que têm valores absolutamente irrisórios, por favor… Isso seria um caso único de corrupção”, ironizou Cristina Kirchner numa entrevista em julho deste ano. Para a ex-responsável trata-se de “um gigantesca manobra de perseguição política”. Uma afirmação que sustenta com o fato de vários elementos da sua família estarem a ser investigados.

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