Vieira da Silva: “Não me conforta que tenhamos reduzido o investimento”

O ministro do Trabalho rejeita, contudo, que o corte do investimento público tenha sido a principal razão para a redução do défice. Foi a evolução "melhor do que se esperava" da economia que o fez.

A queda do investimento público, que contribuiu para a redução do défice, não agrada a Vieira da Silva. Mas a saída do Procedimento por Défices Excessivos (PDE), este ano, não vai ficar a dever-se apenas a este fator, garante o ministro. O desempenho “melhor do que se esperava” da economia é a grande razão para esse resultado.

A pergunta partiu de um leitor que acompanhava o ECO Talks, que decorreu esta manhã. “Como comenta a redução do investimento público em 1,5 mil milhões entre o realizado e o previsto no Orçamento do Estado para 2016, atingindo 1,4% do PIB, o valor mais baixo dos últimos 60 anos”, questionou o leitor, na página de Facebook do ECO.

No conjunto dos três primeiros trimestres deste ano, o défice orçamental ficou em 2,5% do PIB, precisamente a meta definida pela Comissão Europeia para Portugal. E o resultado foi, de facto, conseguido à custa de um corte muito expressivo do investimento. Sobre este assunto, António Costa, publisher do ECO, que moderou a conversa com o ministro Vieira da Silva, perguntou: “Conforta-o que a meta do défice seja alcançada à custa do corte do investimento?”

Não me conforta que tenhamos reduzido a capacidade do Estado de investir em áreas essenciais para o desenvolvimento da sociedade“, reconheceu o ministro do Trabalho. “Mas parece-me excessivo dizer que a saída do PDE se deve apenas a essa redução. Deve-se ao facto de as principais variáveis da nossa economia terem funcionado melhor do que se esperava e vamos chegar ao fim de 2016 a cumprir as metas fixadas“, salientou.

Seja como for, acrescentou, o mais importante são “as consequências desses resultados”. É que são esses resultados que superaram as expectativas que vão permitir que “também na trajetória do investimento público possa haver uma recuperação”, garantiu Vieira da Silva.

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