OCDE: Balança comercial castiga PIB na Europa
A diferença entre as exportações e as importações prejudicou a evolução da economia da Europa no terceiro trimestre. A balança comercial deteriorou-se nas quatro principais economias europeias.
Não é a Europa quem está a puxar pela economia mundial. O crescimento económico em cadeia — do segundo para o terceiro trimestre — baixou na Alemanha e recuperou muito ligeiramente em França e Itália. O Reino Unido continuou estável, mas há um traço geral na economia europeia: a deterioração da balança comercial está a contribuir negativamente para a subida do PIB, segundo os dados revelados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico esta terça-feira.
Há algo que une Itália, França, Alemanha e Reino Unido: o saldo das exportações e importações está a dar um contributo negativo à economia. A Alemanha baixou o crescimento do PIB em cadeia do segundo para o terceiro trimestre fruto da queda da contribuição da balança comercial que passou de 0,5% para -0,3%. O mesmo aconteceu na Itália (de 0,3% para -0,1%), França (de 0,5% para -0,6%) e Reino Unido (de 0,4% para -1,2%).
O crescimento em cadeia do Produto Interno Bruto, dentro da OCDE, acelerou no terceiro trimestre de 2016 para 0,5%, face aos 0,4% no trimestre anterior. Esta variação compara a evolução do PIB entre o período que compreende julho, agosto e setembro e o período de abril, maio e junho. Apesar de refletir de forma mais direta a evolução corrente do PIB, o valor desta taxa é mais influenciável pelos efeitos de sazonalidade.
Taxa de crescimento económico em cadeia no terceiro trimestre de 2016
Esta evolução positiva registada pela OCDE deve-se a dois países: os Estados Unidos da América que passaram de 0,4% no 2º trimestre para 0,9% no 3º trimestre e o Canadá de -0,3% para os 0,9% nos mesmos períodos. O Reino Unido é o país que regista o terceiro maior crescimento do PIB em cadeia, dentro do G7, com 0,6%, o mesmo valor do segundo trimestre. A regredir no crescimento económico está a Alemanha que passou de 0,4% para 0,2%, assim como a economia japonesa que passou de uma subida do PIB em cadeia de 0,5% para os 0,3%.
Mas o que contribuiu para esta evolução positiva? A OCDE explica que foi uma mudança nos inventários que transformou o contributo negativo no segundo trimestre em contributo positivo no terceiro trimestre. Além disso, as exportações líquidas fortaleceram o seu contributo para o crescimento económico da OCDE. Em sentido contrário, o consumo privado e o investimento estão a desacelerar face ao trimestre anterior. O contributo positivo, mas pouco expressivo da despesa governamental continua igual há sete trimestres.
Entre os 35 países membros da OCDE, foi no Canadá e nos EUA que o crescimento económico em cadeia — do segundo para o terceiro trimestre — foi mais alto. O crescimento do PIB em cadeia do Canadá foi influenciado principalmente por uma mudança de paradigma da balança comercial: no segundo trimestre o contributo era de -1,3%, mas nos três meses seguintes subiu para 0,4%. Já nos EUA, a aceleração da economia foi o resultado genérico de todas as componentes, exceto do consumo privado que travou.
Editado por Paulo Moutinho
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