Revive. Governo leva mais três monumentos a concurso público

A Casa de Marrocos, em Idanha-a-Velha, os Pavilhões do Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha, e a Quinta do Paço de Valverde, em Évora, vão a concurso público ainda no primeiro trimestre.

O Governo vai levar a concurso público a concessão de mais três imóveis, no âmbito do programa Revive. A Casa de Marrocos, na vila romana de Idanha-a-Velha, os Pavilhões do Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha, e a Quinta do Paço de Valverde, em Évora, vão a concurso ainda no primeiro trimestre, adiantou ao ECO a secretária de Estado do Turismo.

Pavilhões do Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha
Pavilhões do Parque D. Carlos I, nas Caldas da RainhaWikimedia Commons

Os três imóveis fazem parte da lista de 30 monumentos abrangidos pelo Revive, programa lançado pelo Governo para recuperar e valorizar património histórico através do turismo. Os edifícios, onde se incluem mosteiros, conventos, castelos e fortes, vão a concurso público e a sua concessão ficará a cargo de grupos privados. Os investidores ficarão responsáveis por explorar estes monumentos como hotéis, restaurantes, museus ou espaços para eventos, sendo obrigados a abrir os espaços ao público.

A Casa de Marrocos foi construída durante o século XX e ainda está inacabada. “Crê-se que o solar tenha sido edificado sobre o antigo fórum romano”, pode ler-se no site do Revive. Já os Pavilhões do Parque D. Carlos I foram projetados nos finais do século XIX para serem um hospital, mas nunca chegaram a cumprir essa função. Serviram para albergar um quartel militar, uma esquadra da polícia e uma escola secundária, estando hoje desativados. Por fim, a Quinta do Paço de Valverde foi construída no início do século XVI e servia de local de descanso aos membros da diocese de Évora.

Quinta do Paço de Valverde, em Évora.
Quinta do Paço de Valverde, em Évora.Wikimedia Commons

Ao ECO, Ana Mendes Godinho refere que o Revive “está a suscitar interesse junto de investidores de renome internacionais”. Sem referir nomes, a secretária de Estado do Turismo adianta que já recebeu contactos de investidores espanhóis, americanos e brasileiros, havendo também procura por parte de portugueses.

Quanto ao tipo de investidores, há de tudo. “Os próprios imóveis têm dimensão diferente e fins diferentes. A mensagem que tem passado de que os imóveis serão só hotéis não é verdade. O objetivo é que, em conjunto com o Ministério da Cultura, imóvel a imóvel, sejam definidos os fins para que os imóveis poderão ser utilizados”, explica a governante.

Casa de Marrocos, na vila romana de Idanha-a-Velha.
Casa de Marrocos, na vila romana de Idanha-a-Velha.Rui Ornelas / Flickr

Para já, só um dos monumentos já está atribuído: a concessão do antigo Convento de São Paulo, em Elvas, ficará a cargo do grupo Vila Galé, que vai investir à volta de cinco milhões de euros para construir aqui um hotel de 64 quartos.

A mensagem que tem passado de que os imóveis serão só hotéis não é verdade.

Ana Mendes Godinho

Para já, não há expectativas sobre quando é que as restantes concessões estarão atribuídas. “É um programa em curso. Idealmente, o que pretendemos é que isto se transforme numa nova forma de vermos o património”, refere Ana Mendes Godinho. Aliás, diz, tem recebido “diariamente, de vários presidentes de câmaras, sugestões de novos imóveis para serem incluídos no programa, porque veem nele uma oportunidade de se encontrar uma forma de dar vida ao nosso património”.

“Esta também é uma forma de voltar a dar o património às pessoas. O modelo que encontrámos garante que o património será sempre público. Damos a concessão e, no final da concessão, o património retorna para a exploração por parte do Estado”, conclui a governante.

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