Carlos Costa: Lone Star é “um acionista forte para o Novo Banco”
O governador do Banco de Portugal está confiante na venda do Novo Banco ao Lone Star e acredita que o fundo norte-americano seria "um acionista forte" e traria estabilidade ao sistema financeiro.
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, está confiante na venda do Novo Banco ao Lone Star, acreditando que o fundo norte-americano seria “um acionista forte” para o banco de transição e traria estabilidade ao sistema financeiro nacional.
“Estou confiante que sim, o primeiro-ministro também disse que sim. Seria muito bom para a estabilidade do sistema financeiro que a operação se concretizasse”, referiu Costa na segunda parte da entrevista ao Público (acesso pago).
Depois de salientar os reforços de capital da Caixa Geral de Depósitos e BCP e ainda a aquisição do BPI pelo espanhol La Caixa, o governador declarou: “Se tivermos a seguir o Novo Banco com um acionista forte, que além disso assegura diversidade do ponto de vista de origem dos capitais, que assume um plano de negócios consistente com o financiamento da economia e com a estabilidade financeira. E se depois, em cima disso, conseguirmos (como estamos a conseguir) que a Caixa Económica se revele uma entidade forte, estamos com um plano de estabilização do sistema financeiro em plena marcha”.
O processo de venda do Novo Banco deverá ficar fechado nas próximas semanas. Nesta altura, decorrem as negociações com Bruxelas, nomeadamente com a DGcomp, a autoridade da concorrência europeia, para avaliar se o modelo de alienação do banco poderá ser realizado com o Estado a permanecer no capital da instituição, com 25%, permitindo que o Novo Banco deixe de ser considerado um banco de transição.
“Caixa Económica está estabilizada”
Na mesma entrevista, Carlos Costa assegurou que a Caixa Económica, o banco da associação mutualista Montepio Geral, “está estabilizada”, estando neste momento “num processo de reformulação do modelo de governo”. “Tem uma administração profissionalizada e está a dar passos sérios no sentido de se transformar num pilar financeiro do terceiro setor”, disse o governador.
Para o supervisor, mais importante do que os problemas do acionista, “é assegurar que o banco não está exposto ao acionista”. “Essa é que é a raiz do contágio. Se um acionista tiver dificuldades, vende ações e a sua participação sem afetar o banco. Só afeta se ele também beneficiar de crédito. O crédito entre entidades relacionadas não pode ser aceite”, explicou Costa.
"A Caixa Económica está estabilizada, está num processo de reformulação do modelo de governo, tem uma administração profissionalizada.”
E é possível que um caso como o BES se repita hoje em dia? “Podemos ter a garantia hoje de que há mecanismos de seguimento muito mais potentes do que havia nessa época. Temos a garantia de que hoje há uma grande atenção aos efeitos de euforia, nas fases de expansão, de forma a limitar bolhas creditícias e bolhas imobiliárias. Podemos ter a garantia de que há instrumentos de intervenção, se a questão for detetada a tempo. Ninguém pode pensar que antecipa o ato antes de ele ser produzido”, considerou o governador.
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