Criação de emprego vai continuar a aumentar a partir de abril

  • Marta Santos Silva
  • 14 Março 2017

Os empregadores portugueses esperam continuar a contratar a partir da primavera, com boas perspetivas em todos os setores. A região Sul é a que prevê o maior volume de contratação.

A criação de emprego vai continuar a aumentar em abril: espera-se que, no segundo trimestre de 2017, haja um aumento de 10% da criação líquida de emprego, um aumento duas vezes superior ao que estava previsto para janeiro, fevereiro e março. As projeções são da ManpowerGroup, cujo Employment Outlook Survey, divulgado esta terça-feira, antevê ainda que as grandes empresas em Portugal aumentem a criação de emprego em 18% este trimestre, sobretudo na região Sul.

Entre os empregadores sondados pela ManpowerGroup, 81% previam manter o seu volume de contratação atual, 12% antecipavam aumentá-la e 2% apontavam para uma redução. É uma projeção mais otimista do que no início do ano — quando já era positiva — e que se espera que venha a ter outros impactos positivos.

“O Manpower Employment Outlook Survey projeta, para o segundo trimestre de 2017, que continuaremos a assistir a uma tendência positiva no mundo do trabalho em Portugal”, afirma Nuno Gameiro, country manager da ManpowerGroup Portugal, no comunicado da empresa. “A criação líquida de emprego vai aumentar 10%, o que certamente terá um efeito positivo no consumo privado, com impacto direto na economia nacional”, garante. “Se a esta projeção juntarmos a análise ao comportamento das taxas de juro comunicadas pelo Banco Central Europeu, podemos esperar que exista um efeito positivo no crescimento do nosso Produto Interno Bruto”, acrescenta.

Finanças e Seguros são dos setores mais positivos

Anteveem-se melhorias na contratação em todos os setores, mas as mais significativas surgirão no setor das Finanças, Seguros, Imobiliário e serviços, onde “a criação líquida de emprego é de 19%”. E onde é que as perspetivas são menos assinaláveis? Nos setores da Indústria e Público, onde os aumentos serão de 2% e 4%, respetivamente. Entre o máximo e o mínimo encontram-se expectativas de subida na Construção (12%) ou no Comércio Grossista e Retalhista (13%).

Comparativamente com os primeiros três meses do ano, o período de abril a junho deverá ser marcadamente melhor para a maioria do setores, incluindo no Fornecimento de Eletricidade, Gás e Água onde se regista um aumento de 12 pontos percentuais em comparação. Mas há dois setores onde as perspetivas de contratação são mais modestas, incluindo o dos Transportes, Logística e Comunicações.

“Quando comparado com as projeções para o último trimestre, a criação de emprego vai crescer ao dobro da velocidade, e a sazonalidade explica a mudança nos setores que esperam criar mais empregos”, acrescenta ainda Nuno Gameiro.

As grandes e médias empresas preveem os aumentos mais acentuados no seu volume de contratações, enquanto as pequenas e microempresas anteveem aumentos mais modestos, mas também eles positivos.

Um mau momento para o Brasil

Já fora de Portugal, entre os 43 países onde decorreram sondagens da ManpowerGroup, a expectativa também é maioritariamente positiva. Em 39 dos 43 países que participam, a contratação deverá aumentar ou manter-se estável, com oportunidades parecidas às do primeiro trimestre. As melhores perspetivas registam-se em Taiwan, com previsão de aumento de 24%, no Japão, 23%, na Eslovénia, 22%, e também na Índia onde a expectativa é um aumento de 18%.

Já piores destinos para quem procura emprego são a Suíça e Bélgica, onde não se preveem aumentos, e a Itália e o Brasil, onde se preveem reduções na contratação. Em Itália, o corte antecipado é de 2% e no Brasil espera-se uma queda de 4%.

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