Santa Casa prepara entrada no banco Montepio
Governo vê entrada da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa no capital do Montepio Geral "com bons olhos". Solução permite dar maior solidez ao banco.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e outras instituições da área social poderão entrar no capital da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), numa solução que tem o aval do Governo e também da dona do banco, a Associação Mutualista.
Avança o Diário de Notícias (acesso livre) que Tomás Correia, presidente da Associação, tem estado em múltiplas reuniões quer com o Executivo, quer com o Banco de Portugal e a própria Santa Casa da Misericórdia, liderada por Santana Lopes, no sentido de chegar a um acordo que “poderá estar para breve”.
Contactado pelo jornal, o ministro do Trabalho e Segurança Social, Vieira da Silva, disse que vê “com bons olhos a associação da Santa Casa da Misericórdia e de outras instituições da área social à Caixa Económica Montepio Geral”.
"Vemos com bons olhos a associação da Santa Casa da Misericórdia e de outras instituições da área social à Caixa Económica Montepio Geral.”
O Montepio anunciou esta quarta-feira que registou prejuízos de 86,5 milhões de euros em 2016, um resultado bem menos negativo do que o alcançado no ano anterior, beneficiando da quebra nas dotações para o crédito malparado.
Banco tem 10% do grupo dos antigos sócios de Salgado
A CEMG detém 10,3% do grupo brasileiro Monteiro Aranha, que foi sócio de Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, em vários negócios, adianta o Jornal de Negócios (acesso pago). Esta participação acionista foi herdada pelo banco na sequência dos empréstimos que concedeu ao Grupo Espírito Santo (GES) no primeiro semestre de 2014, quando o grupo já apresentava dificuldades financeiras.
Esta participação, diz o mesmo jornal, estava avaliada em 68 milhões de euros no final do ano passado, não tendo registado grandes alterações no seu valor até hoje. Porém, com a desvalorização do real, o banco tem registado perdas cambiais com este negócio que está denominado na divida brasileira — vale cerca de 228 milhões de reais.
A Monteiro Aranha desenvolve atividades sobretudo no setor imobiliário, petroquímica e papel.
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