François Fillon: “Não se pode pedir aos alemães que paguem a nossa dívida”
"Hoje, mutualizar a dívida é uma fantasia, só pode conduzir ao enfraquecimento da zona euro. Não se pode pôr a carruagem à frente dos bois", disse o candidato da direita francesa às presidenciais.
O candidato da direita às eleições presidenciais francesas, François Fillon, disse hoje, em Paris, que “não se pode pedir aos alemães para pagar” a dívida dos outros países europeus.
“Hoje, francamente, pedir aos alemães para pagar a nossa dívida, não acho que seja uma solução que tenha muito sucesso”, respondeu François Fillon quando questionado pela agência Lusa sobre se é a favor a uma renegociação da dívida de países como Portugal e uma possível mutualização da dívida pelos países europeus.
François Fillon começou por explicar que a sua “prioridade é organizar a zona euro” e que só “quando a Europa for reorganizada se poderá falar de mutualização da dívida”.
“Hoje, mutualizar a dívida é uma fantasia, só pode conduzir ao enfraquecimento da zona euro. Não se pode pôr a carruagem à frente dos bois. Primeiro, é preciso implementar um governo económico, implementar o dispositivo de Fundo Monetário Europeu que propus, e desenvolver um processo de harmonização fiscal. Quando todos estes esforços estiverem feitos poderemos evocar a questão da dívida”, afirmou o candidato do partido Os Republicanos à presidência francesa.
Durante a apresentação do seu programa sobre a Europa, na sede de campanha do seu partido, François Fillon disse querer “restabelecer ou estabelecer a soberania do euro”, afirmando que “após mais de 15 anos de existência, a zona euro deve tornar-se uma verdadeira potência económica mundial” e que se deve “fazer do euro uma verdadeira moeda de reserva como o dólar ou a moeda chinesa”.
“Devemos dotar a zona euro de um verdadeiro governo económico, com chefes de Estado e de governo que se apoiem num secretariado independente da Comissão que será o embrião do futuro Tesouro europeu e num MES [Mecanismo Europeu de Estabilidade] transformado num verdadeiro FMI europeu para assegurar a nossa independência financeira”, declarou.
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