Durão Barroso: Reformas de Macron têm 50% de hipóteses
As propostas do novo presidente francês seriam boas para a França, diz o ex-presidente da Comissão Europeia, mas este vai ter de trabalhar muito para as concretizar.
Durão Barroso elogiou esta segunda-feira a vitória de Emmanuel Macron nas eleições francesas como “extremamente importante”, já que “a França é o país mais central para a União Europeia”. O atual consultor da Goldman Sachs assinalou, no entanto, que Macron tem “mais de 50% de hipóteses” de concretizar as suas reformas mas vai ter de se esforçar para o conseguir.
Na conferência organizada pelo Financial Times em Lisboa, FT Business of Luxury, o ex-presidente da Comissão Europeia realçou a importância das eleições francesas para o fortalecimento da União Europeia. “Sem a França, simplesmente não podemos ter uma União Europeia”, afirmou, citado pela Bloomberg.
"Claro que não conseguirá fazer tudo, mas se fizer 50-60% daquilo que quer isso será positivo para o crescimento sustentável da França.”
Sublinhando que as reformas que Emmanuel Macron pretende fazer no mercado de trabalho e economia franceses seriam positivas para o país, Durão Barroso disse que o presidente tinha mais de 50% de hipóteses de as conseguir aplicar, mas que terá de ser rápido. “Se procrastinar, não será bem-sucedido”, afirmou. “Claro que não conseguirá fazer tudo, mas se fizer 50-60% daquilo que quer isso será positivo para o crescimento sustentável da França”.
Brexit “foi um erro” que vai custar caro
Durão Barroso aproveitou ainda para comentar o Brexit, que considerou “um erro para o Reino Unido e para a Europa” pelo qual “iremos pagar um alto custo”. Para o consultor da Goldman Sachs, Londres vai continuar a ser um dos principais centros financeiros do mundo e, acrescentou, vai ser muito difícil negociar algumas das questões. “Os bancos internacionais vão tentar deslocalizar parte dos seus negócios para várias cidades europeias, não apenas uma”, assinalou ainda, de acordo com a Bloomberg.
O antigo presidente da Comissão Europeia assinalou ainda a tendência para uma visão nacionalista da economia que se está a fazer sentir “nos Estados Unidos, na China, no Japão”, e que pode criar problemas na Europa, por ser uma visão anti-União Europeia.
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