Como é que as empresas “trabalham” a inovação?

As empresas para produtos de maior valor acrescentado têm de inovar e estarem ligadas entre si. A inovação colaborativa é já uma realidade no tecido empresarial nacional.

As empresas inovam diariamente mas não o fazem sozinhas. A inovação colaborativa é uma realidade no seio do tecido empresarial pelo menos a avaliar pelas empresas presentes, no 14.º Encontro Nacional de Inovação da COTEC, que teve lugar esta terça-feira, em Matosinhos.

Teresa Martins, presidente da Enermeter, a primeira empresa portuguesa a exportar sistemas automáticos de inspeção para controlo de qualidade na indústria automóvel alemã, desenvolvidos com base em tecnologias de visão artificial adianta que estão “associados e ligados aos diversos clusters e sempre ligados o mais possível às universidades”.

João Cortez da Celoplás, referência mundial na produção de peças plásticas de elevada precisão para a indústria doméstica, automóvel, militar e da saúde com a fabricação de dispositivos médicos inovadores, corrobora desta opinião. O gestor adianta que a Celoplás “inova todos os dias e está constantemente ligada a Universidades quer fora de Portugal quer no exterior”.

Já Luís Flores da Introsys, uma empresa portuguesa que atua no setor da automação, enquanto fornecedora de sistemas de controlo para a indústria automóvel admite que “muitas vezes vamos atrás do que nos é imposto pelos nossos clientes“. Flores diz, no entanto, que “ir atrás” não os limita em termos de inovação, as empresas conseguem é desenvolver caminhos comuns”.

"Muitas vezes vamos atrás do que nos é imposto pelos nossos clientes. No entanto, ir atrás”não nos limita em termos de inovação, as empresas conseguem é desenvolver caminhos comuns.”

Luís Flores

Introsys

No fundo trata-se de estarem próximo das empresas com quem trabalham, quer a montante, quer a jusante num “envolvimento muito grande e próximo com os clientes”.

Para a presidente da Enermeter não é possível falar em ciclos longos na inovação. “Acontece tudo muito rápido”, diz para acrescentar: “As grandes tendências na inovação tecnológica são a automação, a digitalização e a comunicação entre os sistemas”.

 

"As grandes tendências na inovação tecnológica são a automação, a digitalização e a comunicação entre os sistemas.”

Teresa Martins

Presidente da Enermeter

Na Vision Box, Bento Correia não tem dúvidas: “Inovamos todos os dias porque aquilo que fazemos não existe no mercado”. “Há um work in progress que nos faz evoluir”, refere.

Outro aspeto comum às empresas é o foco no cliente. “Inovar sim, mas sempre com o foco no cliente e no sentimento de que é preciso gerir o dia-a-dia da empresa, cumprir prazos, pagar salários e claro inovar”.

De resto, as empresas competem no mercado global porque como diz, o presidente da Bluepharma a empresa investe para inovar e inova para internacionalizar.

A Bluepharma, empresa que atua no setor farmacêutico, por seu turno, refere que “a dimensão do país não se compadecia com a atividade” por isso tiveram de “ir para fora, mas para isso foi necessário apostar em parcerias em áreas como o I&D, industria e comercial”:

Políticas públicas que não perturbem

Roland Kupers, o orador convidado do Encontro da COTEC já tinha posto o dedo na ferida. As redes colaborativas devem ser estimuladas por políticas públicas, até porque a inovação não é um processo isolado. Kupers frisou mesmo que podiam ser entidades públicas a “fazer o exercício de cenários futuros com as PME a partilharem essa visão do futuro”. Mas agora os empresários vão mais longe.

João Cortez, da Celoplás, adianta “sentimo-nos mais acarinhados fora do país do que pelas nossas entidades oficiais”.

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