Like & Dislike: o winner do banqueiro Horta Osório

O português, um aficionado do ténis, deu a volta ao Lloyds Bank e ainda entregou aos contribuintes britânicos um cheque de mil milhões de euros.

A história do colapso do Lloyds começa onde muitas outras histórias da banca começaram. Na dia da queda do Lehman Brothers. Dois dias depois, o Halifax Bank of Scotland (HBOS) afundava e, para evitar o colapso do sistema financeiro britânico, o Lloyd’s saiu em socorro do banco escocês. Uma fusão que quase afundava os dois de vez e que obrigou o Tesouro britânico a injetar mais de 20 mil milhões de libras no banco para evitar o colapso.

O Estado ficou dono de 43,4% do capital do banco britânico. Seguiram-se prejuízos, o escândalo dos seguros de proteção de pagamento que veio a lume, o caso da manipulação da Libor que ameaçavam derrubar o maior de retalho e comercial do Reino Unido.

Até que, em 2011, alguém se lembrou de chamar um banqueiro, o antigo homem forte do Santander em Portugal, e que já tinha rumado à Inglaterra para tomar conta do Abbey National que, entretanto, tinha sido comprado pelo banco espanhol. Deu nas vistas e foi chamado para o maior dos desafio: recuperar o Lloyds Bank e permitir aos contribuintes britânicos recuperar os mais de 20 mil milhões de euros que injetaram no banco.

Se é bom em badminton, não jogue ténis com Horta Osório

As dificuldades não foram poucas e, no final do primeiro ano à frente do Lloyds, o português teve de meter uma baixa médica por excesso de trabalho, insónias e stress.

Mas regressou e, pouco tempo depois, até aceitou jogar uma partida de ténis com um jornalista do Financial Times no Queen’s Club em Londres (conteúdo pago). Nessa partida, Osório confidenciou ao jornalista que partiu o pulso da mão direita e que os médicos disseram que nunca mais voltaria a jogar ténis. Não desistiu e aprendeu a jogar com a mão esquerda e, claro está, facilmente ganhou a partida ao jornalista do FT que tinha alguma experiência em badminton e pouco mais.

Foi este Horta Osório que agarrou no Lloyd’s e cortou, despediu, reestruturou, vendeu, e permitiu que o banco que, em 2011, era o quinto em market cap no Reino Unido, passasse para segundo lugar, só atrás do HSBC. E esta quarta-feira foi anunciado que o Tesouro britânico vendeu a totalidade das ações que ainda detinha no banco, tendo conseguido não só recuperar os 20,3 mil milhões injetados pelos contribuintes, mas também um lucro extra de mil milhões de euros. Por isto, Horta Osório merece um like.

O Like & Dislike é um espaço de opinião.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Like & Dislike: o winner do banqueiro Horta Osório

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião