Centeno quer subsídio de desemprego europeu para superar crise
Ministro das Finanças admite que bom momento de Portugal se deve às reformas iniciadas há mais de uma década. E diz que Geringonça é invejada na Europa, mas que não deve envergonhar-se de ser exemplo.
Mário Centeno considera que a Europa deve avançar para a criação de uma solução conjunta de apoio ao desemprego que permita ajudar os países a superar mais rapidamente situações de crise económica, como aquela que Portugal acabou de passar. O ministro das Finanças admite que o bom momento económico do país se deve a reformas iniciadas há mais de uma década. E diz que a Geringonça é invejada na Europa, mas que não deve ter vergonha de ser exemplo para os outros.
Num artigo de opinião publicado esta quinta-feira no Público (acesso condicionado), Centeno começa por dizer que a resposta europeia à crise foi errada: não deu tempo para que as reformas produzissem os resultados esperados e conduziu os países a recessões mais graves.
Mas agora a “economia europeia tem tudo para ser bem-sucedida”. O equilíbrio e estabilidade das finanças da região permite “desenhar políticas na área do euro para fazer face aos desafios” que enfrentamos, nomeadamente o reforço do setor financeiro e estimular a procura. E é aqui que Centeno sugere algumas medidas, incluindo a criação de subsídio de desemprego europeu.
“Devemos completar a União Bancária, o Fundo Europeu de Garantia de Depósitos e encontrar soluções adequadas e estruturais para o crédito malparado. Devemos definir políticas que promovam o crescimento e a convergência na Europa, como um mecanismo de apoio europeu face ao desemprego que permita a afetação de recursos financeiros de acordo com o ciclo económico e tendo sempre em vista a convergência. Partilharemos sucessos e riscos de forma equilibrada, partilhando benefícios e responsabilidades”, escreve o ministro no artigo de opinião intitulado “Um ponto de viragem para Portugal: construir o futuro com base na confiança”.
Geringonça invejada na Europa
Centeno diz que Portugal é hoje um país onde vale a pena ficar, depois de “uma das mais profundas crises financeiras de sempre”, que o anterior Executivo não conseguiu fazer frente da forma mais apropriada.
“Durante todo este período, registou-se uma insistência excessiva nas reformas estruturais, não porque não fossem necessárias – porque o são – mas porque a recessão não foi causada por falta de produção”, salienta o governante.
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" Devemos definir políticas que promovam o crescimento e a convergência na Europa, como um mecanismo de apoio europeu face ao desemprego que permita a afetação de recursos financeiros de acordo com o ciclo económico e tendo sempre em vista a convergência. ”
Superada a crise, a economia atravessa um bom momento, refletido “numa situação orçamental equilibrada e sustentável, num contexto de crescimento económico que assegura uma redução continuada da dívida pública”. Para o ministro das Finanças, tal se se deve às reformas iniciadas há mais de uma década, que têm agora o “espaço económico necessário” para que possam ter impacto na economia.
Para esta estabilidade económica também contribuiu a estabilidade política. Ora, Centeno diz que a Geringonça, uma solução de governo “tantas vezes questionada”, é hoje “é invejada em muitas partes da Europa”, mas que “Portugal não deve ter vergonha de ser um exemplo”..
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