Carlos Costa: Há condições para que venda do Novo Banco seja “bem-sucedida”

  • Rita Atalaia
  • 13 Julho 2017

O governador do Banco de Portugal acredita que a venda do Novo Banco ao fundo norte-americano será "bem-sucedida". Carlos Costa defende que "estão criadas as condições" para que isto aconteça.

Carlos Costa está confiante de que a venda do Novo Banco será “bem-sucedida”. O governador do Banco de Portugal afirma aos deputados, na comissão de Orçamento e Finanças (COFMA), que “estão criadas as condições” para que o fundo norte-americano compre o banco de transição que resultou da falência do Banco Espírito Santo. As declarações de Carlos Costa são feitas numa altura em que os obrigacionistas ainda aguardam para conhecer os termos da troca de dívida que vai reforçar os rácios de capital do banco em 500 milhões de euros — uma condição necessária para que esta venda se concretize.

“Estão criadas as condições para que o comprador [fundo norte-americano Lone Star] seja bem-sucedido” na compra do Novo Banco, afirma Carlos Costa, respondendo ao deputado do PS João Galamba. Se a operação for bem-sucedida, diz, o Fundo de Resolução “vai recuperar a sua quota-parte de capital” e vai permitir minimizar as perdas associadas ao grupo de ativos cobertos pelo mecanismo de capital contingente. “Diria que o Fundo de Resolução tem, do ponto de vista financeiro, uma perspetiva positiva.” Um otimismo que é partilhado pelo comprador. O presidente da comissão diretiva do Fundo de Resolução também está seguro de que esta venda se vai concretizar.

Mas para que esta venda se concretize ainda falta conhecer os detalhes da operação de troca de dívida. Como o ECO avançou, a proposta de troca de obrigações do Novo Banco vai ser comunicada ao mercado ainda em julho.

O chamado LME (liability management exercise) – que tem por objetivo garantir um impacto positivo de 500 milhões de euros nos rácios de capital do Novo Banco — é uma condição necessária para fechar o negócio com o fundo Lone Star. A operação será apresentada pela administração do Novo Banco aos investidores internacionais até ao final do mês e, se tiver sucesso, permitirá cumprir a data final do negócio anunciada pelo secretário de Estado Mourinho Félix: novembro.

Fundo de Resolução não deve ter de injetar capital

Carlos Costa não prevê que o Fundo tenha de vir a injetar os 3.890 milhões de euros devido a perdas com ativos problemáticos. “Este valor não deverá ser atingido, mas depende das circunstâncias”, salienta. E esclarece que este é o valor máximo, é um teto. “O valor efetivo calculado hoje, com pressupostos conservadores, é muito inferior”, explica

Se o Fundo de sente confortável com este teto, é porque a possibilidade de lá chegar “é mínima”, adianta o governador do Banco de Portugal.

(Atualizado às 15h38 com mais detalhes)

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