SIBS desiste de comprar Redunicre

A dona da rede Multibanco estava a negociar com a Autoridade da Concorrência a compra da Redunicre, mas considera "desproporcionadas" as exigências do regulador.

A SIBS desistiu de comprar a Redunicre e retirou o processo que tinha enviado à Autoridade da Concorrência. A informação é avançada pelo Expresso e já foi confirmada pelo ECO. A empresa considera que as exigências da Concorrência neste processo são “desproporcionadas” em relação a outros processos e acusa o regulador de fazer “discriminação negativa”.

A intenção de comprar o negócio de processamento de transações da Unicre, que pertence à Redunicre, foi anunciada pela SIBS em setembro do ano passado. Contudo, em dezembro, a Autoridade da Concorrência abriu uma investigação aprofundada a esta operação. O objetivo da SIBS era “passar a servir diretamente as empresas para as quais já assegura o processamento de transações através dos serviços que presta à Redunicre”.

Ao longo dos últimos dez meses, “a SIBS colaborou, sem reservas, com a Autoridade da Concorrência, revelando total disponibilidade para demonstrar os benefícios desta operação e também esclarecer as dúvidas da Autoridade e das partes interessadas no processo”, justifica agora a empresa, em comunicado enviado às redações. A dona da rede Multibanco diz ainda ter apresentado “soluções e compromissos destinados a resolver os obstáculos que a Autoridade foi identificando”.

Contudo, “a negociação de soluções e compromissos com a Autoridade revelou-se infrutífera“, sublinha a SIBS.

“A SIBS considerou a atuação e exigências da Autoridade desproporcionadas face à sua própria prática em processos anteriores, e à prática das Autoridades congéneres em operações semelhantes, tendo optado por retirar da Autoridade da Concorrência o seu processo de aquisição da Redunicre”, refere ainda o comunicado.

“A Autoridade da Concorrência insiste numa visão de mercado de pagamentos estritamente nacional, de forma contraditória aos diversos atos legislativos e regulamentares das autoridades europeias, e não atribuindo relevância à evidente facilidade de prestação de serviços interoperáveis pelos vários players internacionais em Portugal”, acrescenta a SIBS, que acusa a Autoridade da Concorrência de fazer uma “discriminação negativa dos players nacionais, que ficam impedidos de ganhar dimensão e de reunir as mesmas valências competitivas que os demais players europeus com os quais concorrem”.

Entretanto, é a própria SIBS que está à venda. Os moldes dessa operação, que está a ser assessorada pelo Deutsche Bank, ainda não estão definidos e a venda não deverá estar concluída antes do final deste ano. Atualmente, a SIBS é controlada pelos bancos do sistema nacional.

Notícia atualizada às 16h00 com declarações da SIBS.

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