PT: Adesão à greve de 19%? “Devem estar noutro país”

A PT diz que a adesão à greve fixou-se nos 19% até às 18h desta sexta-feira. Os sindicatos falam em 80% e, citando números da polícia, em cinco mil trabalhadores na rua.

Eram esperadas no mínimo 1.500 pessoas. Segundo os sindicatos contactados pelo ECO, a polícia falava em 5.000 pessoas. Da sede de Picoas até à residência oficial do primeiro-ministro, onde este não estava por causa do Conselho de Estado, seguiu o desfile da manifestação. A PT, que emprega cerca de 9.400 trabalhadores, diz que a adesão foi de 19%.

Em comunicado, a PT garante que os serviços prestados aos clientes foram “todos” assegurados. “Até às 18h de hoje a adesão [nacional] à greve foi de 19%“, indicou a empresa ao final da tarde desta sexta-feira. Ou seja, cerca de 1.800 trabalhadores. Em reação, o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (SINTTAV), Manuel Gonçalves, diz que “devem estar noutro país”. “Isso só revela o que eles são”, critica.

“Esta foi uma greve sui generis”, classifica. Apesar de admitir que não foi possível apurar os dados com rigor, em declarações ao ECO, Manuel Gonçalves fala de uma adesão à greve fora de Lisboa na ordem dos 80%, reconhecendo que na capital a adesão foi menor por causa da concentração de quadros superiores. Na Madeira refere 98% e nos Açores 80%. “Ultrapassou as nossas expectativas, particularmente a manifestação“, assinala o sindicalista.

A mesma tese é confirmada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Portugal Telecom. Jorge Félix reconhece que em Lisboa a adesão foi menor, mas por causa da “pressão enorme” da própria empresa. Sobre números globais, Félix é mais cauteloso, referindo entre 60% a 70%, citando números da polícia de 5.000 trabalhadores na rua. “Esse número [19%] é uma tentativa de minimizar esta greve histórica, que juntou a UGT e a CGTP“, afirma ao ECO.

Este é o primeiro protesto de trabalhadores da PT a contar com a participação de todos os sindicatos da dona da Meo, juntando ainda a CGTP, a UGT, o PCP e o BE. A PT pôde garantir serviços mínimos nos termos da lei, mas foi acusada de estar a convocar trabalhadores de forma irregular.

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