Compras do BCE em Portugal sobem pela primeira vez em quatro meses

No final de julho, o Banco Central Europeu detinha 28,6 mil milhões de euros em títulos de dívida do governo português. Durante esse mês, a autoridade monetária adquiriu 517 milhões.

Continua a ser tímida a presença do Banco Central Europeu (BCE) no mercado de dívida pública de Portugal. Em julho, o banco central comprou 517 milhões de euros em obrigações do governo português. Embora continue muito aquém do que lhe é permitido comprar, a autoridade aumentou as suas compras em Portugal pela primeira vez em quatro meses.

De acordo com a atualização do programa de compra no setor público (PSPP), a instituição reforçou a sua carteira com dívida portuguesa em 517 milhões de euros no mês passado, isto depois de ter comprado apenas 498 milhões de euros no mês anterior. Tratou-se do primeiro aumento desde abril, embora as regras deste plano permitam a Mario Draghi comprar o triplo de dívida nacional por mês.

Assim, no final de julho, o BCE passou a deter 28,662 mil milhões de euros em dívida, na sequência das compras realizadas nos últimos 29 meses através do plano que tem ajudado a conter a subida do risco da dívida em muitos países.

Desde março de 2015 que a autoridade monetária tem sido um agente ativo na aquisição de obrigações do Tesouro na Zona Euro, como forma de evidenciar a retoma da economia e de puxar pelos preços em torno do seu objetivo de perto de 2%. O BCE esteve a comprar ao ritmo de 80 mil milhões de euros por mês, tendo diminuído para os 60 mil milhões mensais em abril deste ano, naquilo que sinaliza já uma retirada gradual das políticas monetárias menos convencionais por parte da instituição.

Compras do BCE sobem em julho

Fonte: BCE

O programa tem fim previsto para o final do ano e no próximo outono haverá novidades em relação ao seu futuro, segundo anunciou Mario Draghi na última reunião do Conselho de Governadores.

Em entrevista ao ECO, Cristina Casalinho, presidente do instituto que gere a dívida pública, admitiu que nunca se está totalmente preparado para o fim do plano do BCE, embora tenha sublinhado que Portugal se encontra relativamente protegido com essa retirada dos estímulos porque há algum tempo que o banco central tem vindo a diminuir as compras no mercado nacional.

“O BCE ficou sempre a realizar compras abaixo. E, posteriormente, essa diminuição tornou-se até mais acentuada. Portanto, Portugal já está num processo de redução do programa, que decorre da forma como é implementado”, declarou Casalinho.

(Notícia atualizada às 15h35)

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