Freguesia de Figueiró dos Vinhos que escapou a incêndio de Pedrógão está a arder

  • ECO e Lusa
  • 13 Agosto 2017

Os incêndios que começaram em Alvaiázere e Ferreira do Zêzere são combatidos, cada um, por mais de 300 operacionais, tal como o incêndio que continua a lavrar em Miranda do Corvo.

O incêndio que lavra em Ferreira do Zêzere, distrito de Santarém, obrigou à retirada de algumas pessoas de Dornes, e, em Figueiró dos Vinhos, arde a única freguesia que tinha resistido no incêndio de Pedrógão Grande.

O incêndio de Ferreira do Zêzere obrigou à retirada de “algumas pessoas” na aldeia de Dornes, face à passagem das chamas pela localidade, disse à Lusa a adjunta nacional de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, sublinhando que este fogo e o que começou no concelho vizinho de Alvaiázere eram “os mais problemáticos”, às 16h30.

Operacionais tiveram de proceder “à defesa perimétrica de habitações” nas localidades de Vale do Prado e Brejo, no concelho de Figueiró dos Vinhos, face ao avanço do fogo que começou em Alvaiázere, distrito de Leiria. “Não foi preciso retirar pessoas”, acrescentou Patrícia Gaspar.

O fogo que deflagrou em Alvaiázere na sexta-feira voltou a ganhar intensidade este domingo no concelho vizinho de Figueiró dos Vinhos, lavrando na Arega, “única freguesia que tinha sido poupada” no grande incêndio de Pedrógão Grande, em junho, sublinhou o chefe de gabinete da autarquia, Gonçalo Brás. “É a última mancha florestal do concelho que está a arder. Já tínhamos perdido mais de dez mil hectares. Agora, não sei quanto vai arder. É complicado”, lamentou Gonçalo Brás.

Os incêndios que começaram em Alvaiázere e Ferreira do Zêzere são combatidos, cada um, por mais de 300 operacionais, tal como o incêndio que continua a lavrar em Miranda do Corvo, distrito de Coimbra.

Este fogo, que começou em Torres do Mondego, Coimbra, e que passou para Miranda do Corvo, “avança rapidamente com muitas projeções”, disse à Lusa fonte da autarquia de Miranda do Corvo, sublinhando que, para além deste incêndio que lavra no norte do concelho, surgiu, perto das 16h00, outro foco de incêndio a sul, que arrancou “com grande força”. De acordo com a página da Proteção Civil, esse segundo incêndio começou na localidade de Barbéns e já mobiliza 52 operacionais e dez veículos.

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No primeiro ‘briefing’ deste domingo da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), realizado pelas 09h00, em Lisboa, a adjunta nacional de operações, Patrícia Gaspar, revelou que no sábado os 268 incêndios foram combatidos com o apoio de 1.762 viaturas, tendo sido realizadas 103 missões com meios aéreos.

Em curso, dominadas ou em vigilância existem atualmente 510 ocorrências, as quais estão a mobilizar 3.079 operacionais.

Questionada sobre as razões de tão elevado número de ocorrências, Patrícia Gaspar referiu que “a culpa não é do tempo. A meteorologia não provoca incêndios florestais, dificulta o seu combate”. A este propósito, recordou que mais de 90% das ocorrências de incêndios florestais têm intervenção humana, seja intencionalmente ou por negligência, e que ambas são crimes.

Sobre a autoria destes crimes, Patrícia Gaspar referiu que este é o momento de combater os incêndios e que o apuramento da sua autoria será mais tarde, estando já no terreno as autoridades responsáveis por este trabalho.

A GNR entretanto anunciou esta manhã em comunicado que constituiu arguidos três indivíduos por alegada autoria de uma queima de sobrantes que provocou um incêndio florestal no Parque Nacional da Peneda-Gerês, em Terras de Bouro, um incêndio que teve início pelas 16h30 de sexta-feira e consumiu cerca de 5.000 metros quadrados de mato. Os arguidos têm entre os 24 e 56 anos e prestaram termo de identidade e residência, pela prática do crime de incêndio florestal de forma negligente.

30 pessoas evacuadas em Ferreira do Zêzere

Cerca de trinta pessoas foram retiradas das suas casas em localidades do concelho de Ferreira do Zêzere, Santarém, devido a um incêndio que permanece ativo e lavra em quatro frentes, disse o presidente da Câmara Municipal, Jacinto Lopes. “Não temos propriamente aldeias evacuadas, temos várias localidades que foram evacuadas parcialmente, naquelas onde as pessoas quiseram sair”, declarou à Lusa Jacinto Lopes, acrescentando que esta retirada da população aconteceu em “seis a sete localidades”. De acordo com o autarca, “foram retiradas de casa cerca de 30 pessoas”.

“A região onde retirámos mais pessoas foi numa localidade chamada Ral, na freguesia de Beco, assim como retirámos também pessoas em Vales”, indicou o responsável político. O poder local, segundo Jacinto Lopes, aconselhou “algumas unidades hoteleiras para as pessoas saírem, para mais tarde não criarem uma situação de risco”.

O incêndio continua ativo, com quatro frentes, e temos no local 268 homens, 105 viaturas e seis meios aéreos ao serviço. Temos a previsão de que, ao meio-dia, dois meios aéreos espanhóis entrem ao serviço” para combater o incêndio, sublinhou. O autarca disse ainda que “o Plano Municipal de Emergência de Ferreira do Zêzere foi ativado às 01h30 de domingo”.

A13 continua encerrada devido a incêndio

A Autoestrada 13 (A13) continua encerrada nos dois sentidos entre os quilómetros 147 e 156, entre Pias (Ferreira do Zêzere) e Alvaiázere, devido a um incêndio, e a A14 foi reaberta durante a madrugada, informou este domingo a GNR. O fogo começou na sexta-feira em Alvaiázere, distrito de Leiria, e tinha sido dado como dominado, mas reativou na manhã de sábado e obrigou ao corte da A13.

A A14 (Autoestrada do Baixo Mondego), que no sábado estava encerrada nos dois sentidos ao quilómetro 32, foi reaberta hoje às 03:00 horas, disse à Lusa fonte do Comando Nacional da GNR. O encerramento da A14 foi motivado por um incêndio em Cantanhede, no distrito de Leira, que teve início na tarde de sexta-feira.

Sábado foi um dia especialmente “complicado”

Patrícia Gaspar afirmou que o final da tarde e início da noite de sábado foram especialmente “complicados e difíceis” para os bombeiros, nomeadamente na zona centro, tendo sido acionados um Plano Distrital de Emergência (Coimbra) e quatro Planos Municipais de Emergência.

A propósito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, que foi acionado no sábado, Patrícia Gaspar revelou estar a contar com dois módulos da unidade militar de emergência de Espanha, país que vai enviar ainda mais dois meios aéreos. Mantém-se o avião proveniente de Marrocos, sendo provável que outros meios aéreos venham juntar-se no âmbito de mecanismo europeu. Segundo o jornal Público (acesso condicionado), Espanha enviou “três aeronaves e dois módulos terrestres” para ajudar no combate aos incêndios em Portugal, sendo até ao momento o único país que respondeu ao pedido de ajuda português.

Sobres as ocorrências em curso, a Proteção Civil destaca as mais complexas, que se situam em Aveiro, Alvaiázere, Ferreira do Zêzere, Tomar, Torres de Moncorvo e Castelo Branco. Segundo Patrícia Gaspar, continuam a ajudar no combate às chamas 500 meios miliares.

Questionada sobre as razões de tão elevado número de ocorrências, Patrícia Gaspar referiu que “a culpa não é do tempo. A meteorologia não provoca incêndios florestais, dificulta o seu combate”. A este propósito, recordou que mais de 90% das ocorrências de incêndios florestais têm intervenção humana, seja intencionalmente ou por negligência, e que ambas são crimes.

Sobre a autoria destes crimes, Patrícia Gaspar referiu que este é o momento de combater os incêndios e que o apuramento da sua autoria será mais tarde, estando já no terreno as autoridades responsáveis por este trabalho.

Artigo atualizados às 18h57

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