Europa afunda, euro em máximos, Coreia faz brilhar o ouro
A Coreia do Norte disparou um míssil em direção ao Japão... e os mercados tremeram. Numa procura por refúgio, o ouro é que brilha, superando a fasquia dos 1.300 dólares por onça.
A Coreia do Norte disparou um míssil contra o Japão… e fez tremer o mercado. Por temerem estar perante uma guerra nuclear, os investidores acabaram por procurar ativos considerado seguros, como é o caso do euro. A moeda única valorizou para máximos de mais de dois anos, com o foco também virado para a reunião do Banco Central Europeu (BCE), na próxima semana. Mas o ouro é a verdadeira “estrela”, superando a fasquia dos 1.300 dólares a onça.
A Coreia do Norte disparou na madrugada de terça-feira (cerca das 05h57 locais, 21h57 de segunda-feira, em Lisboa) um “projétil não identificado”, aparentemente um míssil, em direção ao Mar do Japão, indicaram os militares sul-coreanos. O projétil terá sobrevoado o arquipélago japonês antes de cair a leste da ilha de Hokkaido em águas do Pacífico. Este lançamento acabou por intensificar as tensões entre a Coreia do Norte e os EUA e assustar os investidores.
“Alguns observadores pensavam que os EUA e a Coreia do Norte estavam em conversações à porta fechada, mas parece que a Coreia continua a usar mísseis”, afirma Chihiro Ohta, estratega sénior da SMBC Nikko Securities, à Bloomberg. “A aversão ao risco deve continuar, mesmo que os EUA respondam calmamente”, explica.
As principais praças europeias registam perdas que rondam os 1%, com o francês CAC-40 e o alemão DAX a caírem entre 1,31% e 1,09%, respetivamente. Lisboa está já a cair 1,2%, com o BCP a ceder mais de 4%, elevando para 11,72% a queda acumulada só este mês. O índice cede 2,47% em agosto.
É nos principais índices europeus que se encontra o maior número de empresas exportadoras, que acabaram por ser pressionadas pela valorização da moeda única face ao dólar. O euro superou a fasquia dos 1,20 dólares, tocando mesmo 1,2070 dólares, em resposta ao míssil da Coreia do Norte. Esta valorização também está a ser influenciada pela expectativa dos investidores em torno da reunião do BCE, que vai acontecer na próxima semana. Isto depois de Mario Draghi ter mantido o silêncio sobre o desempenho da divisa durante a reunião de bancos centrais em Jackson Hole, nos EUA.
Nesta procura por refúgio, as Bunds, as obrigações do Tesouro da Alemanha, são um dos ativos preferidos pelos investidores — estão a aliviar quatro pontos base — assim como os Treasuries, as obrigações norte-americanas, que estão em máximos de nove meses e abaixo dos 2,10%.
Mas o destaque vai para o ouro, considerado o ativo de refúgio por excelência. O metal preciso superou o patamar dos 1.300 dólares por onça, subindo agora 1,07% para 1.329,40 dólares por onça, acumulando um ganho de mais de 15% desde o início do ano. Também a prata segue a tendência ao valorizar 0,92%.
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