PGR está a “recolher elementos” sobre viagens de autarcas à sede de Microsoft
A Procuradoria-Geral da República está a “recolher elementos” sobre alegadas viagens de dezenas de autarcas à sede da Microsoft, nos Estados Unidos, desde 2011. E DIAP de Lisboa investiga Oracle.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) está a “recolher elementos” sobre alegadas viagens de dezenas de autarcas à sede da Microsoft, nos Estados Unidos, desde 2011, a convite da empresa, que tem vindo a vender serviços aos municípios.
Instada a comentar a notícia publicada pelo jornal I na sua edição desta quarta-feira, fonte oficial da PGR admitiu à Lusa que a Procuradoria se encontra a “recolher elementos sobre a matéria”.
O jornal i chamou hoje a manchete um trabalho a que deu o titulo: “O Polvo Laranja da Microsoft”, em que noticiou que a gigante da informática “tem vindo a convidar autarcas para viajar até à sede da multinacional em Seattle, com apoio nas despesas”, tendo “Mauro Xavier e Pedro Duarte, quadros da Microsoft e do PSD”, sido “responsáveis por endereçar os convites”.
Instado a comentar a notícia, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, considerou necessário haver um “esclarecimento cabal” sobre estas viagens polémicas alegadamente pagas por multinacionais e a penalização de quem não cumpre a lei.
Confrontado com a indicação de que os autarcas visados na notícia serem maioritariamente social-democratas, Passos Coelho afirmou não ter “nenhuma ideia” sobre isso. “É verdade que há grandes empresas, nomeadamente multinacionais, que têm essa abordagem de natureza comercial”, acrescentou o presidente do PSD em declarações em Aguiar da Beira.
Segundo Passos Coelho, deve haver investigação do Ministério Público, “para que todos possam ter noção do que deve ser feito e do que não deve ser feito”, e deve ser penalizado “quem não cumpriu as regras que estão prescritas na lei”.
“O resto é um debate que acho que é importante um dia fazer-se em Portugal sobre a forma como muitas vezes estas empresas atuam“, disse.
DIAP de Lisboa investiga caso das viagens pagas pela Oracle
Mas as investigações não se ficam por aqui. O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa vai investigar o caso das viagens pagas pela multinacional tecnológica norte-americana Oracle a altos quadros do Estado Português.
“A Procuradoria-Geral da República procedeu à recolha de elementos e decidiu enviá-los ao DIAP de Lisboa com vista a investigação“, revelou ainda o gabinete de imprensa da PGR, à agência Lusa.
Em agosto, numa altura em que o Ministério Público (MP) abriu uma investigação relacionada com o pagamento pela NOS a dirigentes do Ministério da Saúde de viagens e estada na China, a PGR indicou estar a recolher elementos sobre as viagens pagas pela Oracle.
A PGR adiantou, nessa altura, que estava a “recolher elementos” sobre as notícias surgidas nas últimas horas do pagamento a quadros do Estado de viagens e estada nos EUA pela empresa tecnológica norte-americana Oracle.
Além das viagens pagas pela Oracle e pela NOS, a PGR está ainda a investigar viagens ao campeonato europeu de futebol de França, em 2016, pagas pela Galp e que levaram à demissão de três secretários de Estado do atual Governo, entretanto constituídos arguidos.
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