Reembolsos de IRS travam queda da poupança no trimestre

A taxa de poupança das famílias portuguesas estabilizou no segundo trimestre do ano. Reembolsos antecipados do IRS justificam estabilização.

A taxa de poupança das famílias portuguesas estabilizou nos 5,2% do rendimento disponível no segundo trimestre do ano, igual à observada no trimestre anterior. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), houve um aumento do rendimento dos portugueses neste período que é justificado sobretudo com os reembolsos antecipados do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS).

“O crescimento do rendimento disponível das famílias resultou principalmente da diminuição em 7,7% dos impostos sobre o rendimento pagos pelas famílias e do aumento de 1,1% das remunerações recebidas”, refere o destaque do INE sobre as Contas Nacionais do segundo trimestre.

“A redução dos impostos sobre o rendimento pagos pelas famílias traduziu sobretudo o efeito positivo da antecipação de reembolsos do IRS. Este efeito tenderá a ser compensado no trimestre seguinte”, explica ainda a autoridade de estatística nacional.

Taxa de poupança estabilizou no segundo trimestre.INE

A taxa de poupança das famílias mede a parte do rendimento disponível que não é utilizado em consumo final, sendo calculada através do rácio entre a poupança bruta e o rendimento disponível dos lares portugueses.

No primeiro trimestre do ano, o INE tinha revelado que a taxa de poupança havia caído para mínimos de sempre, nos 3,8%. Mas estes dados foram revistos em alta: afinal, ficou nos 5,2% nos três primeiros meses do ano. E não está em mínimos históricos.

Aliás, o instituto procedeu a uma revisão desta série desde 2015 em função da “incorporação de nova informação” nestas Contas Nacionais, que apresentam assim “as consequentes revisões das estimativas anteriores de alguns agregados”. “Assim, comparativamente com a publicação anterior referente ao primeiro trimestre de 2017, são de destacar a incorporação dos resultados finais relativos a 2015”, esclarece o INE.

As diferenças face aos dados publicados anteriormente pelo INE são evidentes. No reporte anterior, efetuado a 23 de junho, o INE dava conta de que a taxa de poupança nunca se tinha situado acima dos 5% desde 2015 até esta parte. Estes dados foram agora revistos em alta.

Dados foram publicados a 23 de junho. Mas já estão desatualizados.INE

(Notícia atualizada às 12h06)

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