António Costa: Mais alívio no IRS implica subida de impostos

  • ECO
  • 27 Setembro 2017

O primeiro-ministro avisou que ir mais além do que o Governo quer nos escalões do IRS vai implicar uma subida de outros impostos. Além disso, deixa menor margem para o descongelamento das carreiras.

António Costa deixou esta quarta-feira um aviso aos parceiros de coligação: caso se vá mais longe no alívio fiscal dos escalões do IRS, outros impostos terão de subir ou o crescimento da despesa terá de ser menor. “Um orçamento é um puzzle e as peças têm de encaixar“, resumiu o primeiro-ministro, em entrevista ao Correio da Manhã. Além de mais impostos, Costa avisa que a medida pode também limitar o descongelamento das carreiras da função pública.

Se formos mais longe na diminuição da receita de IRS, ou aumentamos outros impostos ou subimos menos despesa“, garante o primeiro-ministro, referindo que “a prioridade é melhorar a justiça fiscal pelo desdobramento dos escalões de menor rendimento”. Além disso, Costa avisa que se a receita fiscal diminuir por causa do IRS, então haverá “menos margem para o descongelamento” das carreiras da função pública.

Relativamente às pensões, António Costa garantiu apenas que “haverá uma atualização”, não referindo se o Orçamento do Estado para 2018 irá ao encontro das expectativas à esquerda de um novo aumento extraordinário como aquele que foi introduzido no OE2017.

Contudo, há uma garantia que Costa dá: não está “prevista nenhuma remodelação” no Governo. Depois da pequena renovação do Executivo durante o verão, o primeiro-ministro exclui novas mudanças, numa altura em que a pressão política sobre o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, cresce. Questionado sobre o desempenho do ministro, Costa diz que “se não estivesse satisfeito com a atuação dos membros do Governo substituía-os”.

Quanto a Constança Urbano de Sousa, o entendimento é semelhante. “Os ministros alteram-se, mas os problemas mantêm-se“, argumentou, justificando a sua decisão de manter a ministra da Administração Interna no cargo.

Na mesma entrevista, o primeiro-ministro criticou o líder da oposição por ter “uma enorme dificuldade em não ser um prisioneiro do passado”, mas garantiu que abrirá sempre o diálogo a Passos Coelho. “Que é um diálogo tendencialmente difícil? Sim, é. Tem sido, a experiência tem-no revelado“, sintetizou Costa, apontando o dedo ao PSD pela “forma como atacou instituições”, o que “não é próprio de um partido com a história do PSD”.

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