Catalunha: Governo Regional pede “mediação internacional”

  • Juliana Nogueira Santos
  • 2 Outubro 2017

O governador catalão acusou a Europa de "desviar o olhar" do que está a acontecer no território, sendo necessária uma "mediação internacional". A Comissão Europeia delega responsabilidade em Espanha.

Um dia depois de milhares de catalães terem expresso a vontade de se tornarem independentes de Espanha, o governador regional da Catalunha, Carles Puigdemont, apelou à ajuda internacional para mediar as negociações entre Barcelona e Madrid, para que estas sejam eficazes.

“O momento pede mediação e a mediação tem de ser internacional para que seja eficaz”, afirmou esta segunda-feira Puigdemont. O governador regional considerou também que a Europa não pode “desviar o olhar daquilo que está a acontecer”, visto que “o que se passa na Catalunha é um assunto europeu”.

Em declarações aos jornalistas, Carles Puigdemont exigiu também a retirada total das forças militares destacadas por Madrid para atuarem na Catalunha, uma vez que ainda não teve qualquer contacto com o Governo central. No caso de as negociações não terem sucesso, o governador afirmou também que há a possibilidade de o território declarar unilateralmente a independência.

Comissão Europeia delega responsabilidade a Espanha

Por outro lado, a Comissão Europeia, pela voz de Maragaritis Schinas, porta-voz da instituição, já considerou que esta é uma questão que tem de ser resolvida em concordância com as leis espanholas, delegando assim as responsabilidades para Madrid. “Como o presidente Junker já reiterou, assuntos internos têm de ser resolvidos dentro da linha constitucional do país”.

“De acordo com a Constituição espanhola, o referendo de ontem não foi legal”, declarou Schinas. Desta forma, os responsáveis europeus confiam em Mariano Rajoy e na sua capacidade de liderança “para gerir este processo difícil no pleno respeito da constituição espanhola e pelos direitos dos indivíduos que lutam pelo seu objetivo”.

Ainda assim, o mesmo considera que “a violência nunca pode ser um instrumento na política”, pelo que o porta-voz deixou claro que se tem de passar “rapidamente da confrontação ao diálogo”, nestes que têm de ser tempos de “unidade e estabilidade” e não “divisão e fragmentação.”

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