Governo conclui venda da EID à britânica Cohort
O Estado português vai manter uma posição estratégica de 20% do capital e "direitos especiais" na empresa tecnológica de defesa EID.
O Estado português vai manter uma posição estratégica de 20% do capital e “direitos especiais” na empresa tecnológica de defesa EID, no final de um processo de venda de 80 por cento à britânica Cohort.
Em comunicado, o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, congratulou-se com o resultado das negociações, que terminaram na sexta-feira com a venda de uma parcela de 23% da EID (Empresa de Investigação e Desenvolvimento da Eletrónica, SA) por 4,3 milhões de euros.
Com a operação, que culmina mais de um ano de negociações, a Cohort passa a deter 80% do capital social da EID e o Estado português mantém “uma participação estratégica de 20%”, através da EMPORDEF – Empresa Portuguesa de Defesa, que fica com 18% e do IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, com 2%.
Segundo o Governo, o acordo com a Cohort “estabelece a reserva de direitos especiais de proteção dos interesses do Estado”, prevendo a “designação de um membro do Conselho de Administração, a aprovação do plano estratégico da empresa e a autorização para mudança de local de sede e de produção”.
Pelos 23% da EID, a Cohort já tinha pago, a título de sinal, 408.943 euros, faltando liquidar 3.974.000 euros, é referido no comunicado.
“O desfecho salvaguarda, plenamente, os interesses nacionais numa das empresas portuguesas de desenvolvimento tecnológico mais avançadas e estratégicas no domínio da eletrónica e das comunicações militares”, considera a tutela.
Em junho do ano passado a Cohort anunciou a compra de 56,89% da empresa portuguesa. Na mesma altura, divulgou a intenção de adquirir mais 23%, deixando ao Estado português 20%. A “reserva de direitos especiais” para o Estado português resultou da negociação que ficou concluída na sexta-feira.
A EID é uma empresa portuguesa de alta tecnologia, especializada em comunicações navais, comunicações táticas e sistemas de informação e atua no mercado da Defesa em geral, empregando cerca de 140 trabalhadores.
Entre outras empreitadas, a empresa, criada em 1983, equipou com sistemas de controlo de comunicações mais de 140 navios das marinhas de Portugal, Espanha, Reino Unido, Brasil e Austrália, entre outras, e instalou sistemas de intercomunicações em mais de 2.600 viaturas militares portuguesas, alemãs, egípcias, turcas e outras.
De janeiro de 2016 a abril de 2017, a empresa faturou 28,3 milhões de euros, 24,2 dos quais em exportações.
A Cohort, que foi criada em 2006, trabalha nas áreas de sistemas de informação, guerra eletrónica, comunicações, cibersegurança e ‘drones’, entre outras.
Em 2014, o governo anterior (PSD/CDS-PP) decidiu alienar a totalidade da EID, mas o atual executivo quis renegociar para manter uma participação pública na empresa, pretendendo “corrigir irregularidades significativas identificadas pela Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial (UTAM) no procedimento inicial”.
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