Yellen dá gás a Wall Street. Bitcoin cai 7%
O verde domina os índices norte-americanos esta quarta-feira. O acordo dos republicanos na reforma fiscal e a decisão da Fed de aumentar a taxa de juro contribuíram para o otimismo dos investidores.
O mercado dava como certa a subida da taxa de juro que a Fed veio anunciar esta quarta-feira: a subida de 25 pontos base levou o intervalo para de 1,25% a 1,5%. A decisão, assim como o acordo dos republicanos no corte de impostos, deram gás a Wall Street com os índices a quebrarem novamente recordes. Os futuros da bitcoin, criptomoeda que Yellen criticou, estão a desvalorizar mais de 7%.
O Dow Jones valorizou 0.33% para os 24.585,43 pontos e o Nasdaq subiu 0,2% para os 6.875,80 pontos. Contudo, o S&P 500 fechou na linha de água com uma ligeira derrapagem de 0,05% para os 2.662,85 pontos. Já os futuros de janeiro da bitcoin transacionados no CBOE estão a desvalorizar mais de 7%, após a presidente da Fed ter classificado a bitcoin de “um ativo altamente especulativo”.
A decisão da Fed de subir a taxa de juro veio com uma atualização de previsões que revê em alta o PIB para o próximo ano. A entidade ainda liderada por Janet Yellen vê a economia norte-americana a crescer 2,5% em 2018, acima dos 2,1% inicialmente estimados. Nesse ano a Reserva Federal prevê que existem mais três subidas na taxa diretora. Contudo, o mercado de trabalho vai arrefecer e os problemas com a inflação continuam, apesar de a meta de 2% estar mais perto de ser alcançada.
A contribuir negativamente esteve um dado económico: o Departamento do Trabalho norte-americano tinha anunciado esta quarta-feira que a inflação desacelerou, ao contrário do esperado. A inflação core continua aquém do objetivo de 2% da Fed. Durante este ano, a inflação apenas foi igual ou superior a 2% no primeiro trimestre. Até novembro a inflação foi desacelerando e fixou-se nos 1,7%.
Além dos juros, os investidores ficaram a saber que os republicanos já chegaram a acordo para avançar com uma reforma fiscal que deverá ser votada na próxima semana. O plano prevê um corte nos impostos para as empresas e particulares, mas a entidade que avalia o Orçamento já veio dizer que quem vai sofrer são os mais pobres. Além disso, a diminuição da receita fiscal aumentará o défice dos EUA em biliões de dólares.
O dia ficou ainda marcado pelo resultado das eleições no Alabama. O democrata Doug Jones (49,9%) conseguiu vencer por uma margem muito curta o republicano Roy Moore (48,4%), o candidato apoiado por Donald Trump que foi acusado de ter encontros com menores. Há 25 anos que nenhum democrata conseguia ser eleito para o Senado naquele estado. Esta eleição encurta a vantagem que o Partido Republicano tem no Senado (51-49).
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