Fed sobe taxa de juro pela terceira vez em 2017. Vê mais três subidas em 2018

A última reunião do ano da Reserva Federal trouxe mais uma subida da taxa de juro. O aumento de 25 pontos base leva a taxa de juro para o intervalo entre 1,25% e 1,5%.

Janet Yellen está prestes a deixar o cargo, mas ainda antes de sair aumentou novamente a taxa de juro. A subida de 25 pontos base, já prevista pelos economistas, leva a taxa de juro para o intervalo entre 1,25% e 1,50%. O seu sucessor, escolhido por Donald Trump, Jerome Powell, também já defendeu a subida da taxa de juro. E a mensagem dos governadores para o próximo ano é clara: há mas três subidas em carteira.

A economia recupera — o PIB subiu mais de 3% no terceiro trimestre –, os mercados valorizam — Wall Street tem batido recordes constantemente — e a normalidade volta à política monetária, após um período de empréstimo mais fácil para dinamizar a economia norte-americana pós-crise. A fechar o ano, a Reserva Federal decidiu aumentar de novo a taxa de juro com sete votos a favor e dois contra — estes dois governadores consideram que a economia ainda não não está preparada, dado que a inflação não descola. Os governadores confirmaram ainda a diminuição do balanço tal como estava agendado.

A inflação deste ano continua a desiludir, tal como os dados desta quarta-feira sobre a inflação core mostraram. A realidade continua aquém do objetivo de 2% da Fed. Durante este ano, a inflação apenas foi igual ou superior a 2% no primeiro trimestre, segundo os dados do Departamento do Trabalho norte-americano. Até novembro, a inflação foi desacelerando e ficou-se pelos 1,7%.

Esta quarta-feira a Fed atualizou várias previsões económicas: o desemprego deverá descer para os 3,9% em 2018, o PIB dos EUA deverá crescer 2,5% em 2018 (acima da estimativa inicial de 2,1%) e a inflação do próximo ano deverá atingir os 1,9%, mantendo-se abaixo da meta anual da Fed. Uma das mudanças face aos textos anteriores é uma omissão, segundo a Bloomberg: a Fed prevê que as melhorias no mercado de trabalho desacelerem.

Nem o mercado de trabalho, nem a inflação, impediram os governadores da Reserva Federal de aumentarem a taxa de juro por duas vezes durante este ano: a primeira foi em março (altura em que já prometia mais duas subidas este ano) e a segunda em junho. A ideia é retirar os estímulos de forma gradual e moderada para evitar a criação de bolhas na economia. Na avaliação desta quarta-feira, a Fed considera que o estímulo da reforma fiscal e a desregulação podem impulsionar a economia no curto prazo, mas a longo prazo prevê uma desaceleração da economia norte-americana.

Os mercados continuam no verde após o anúncio da decisão. O Dow Jones valoriza 0,44% para os 24.613,57 pontos, o S&P 500 sobe 0.16% para os 2.668,27 pontos e o Nasdaq aumenta 0.29% para os 6.882,50 pontos. Além da Fed, os investidores ficaram a saber que os republicanos já chegaram a acordo para avançar com uma reforma fiscal que deverá ser votada na próxima semana.

Na despedida, Yellen elogia Powell

Janet Yellen deu aquela que se espera que seja a sua última conferência de imprensa às 19h30 (hora de Portugal). A atual presidente sairá em breve do cargo e será substituída por Jerome Powell, ao qual deixou elogios: “Estou confiante de que [Powell] estará profundamente comprometido como eu tenho estado com a vital missão pública da Reserva Federal“.

Quanto à economia, Yellen repetiu a análise que saiu da reunião de dois dias: o mercado de trabalho vai melhorar, mas menos; a compreensão das forças que influenciam a inflação é “imperfeita” e a reforma fiscal terá pouco impacto na economia, ainda que preveja um impulso no consumo e no investimento. Janet Yellen considera que a taxa de juro continuará a subir gradualmente até aos 3%.

“Isto é algo que eu venho dizendo há muito tempo: eu estou pessoalmente preocupada com a situação da dívida [pública] dos EUA“, avisou a presidente da Fed numa altura em que o presidente norte-americano quer cortar os impostos, o que vai juntar mais biliões ao défice do país. Yellen considera que a dívida pública em percentagem do PIB não é “extraordinariamente alta”, mas aconselhou à sua diminuição.

(Notícia atualizada pela última vez às 20h11)

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