Lucro do BCP dispara. Cresce quase oito vezes para 186,4 milhões

O banco liderado por Nuno Amado fechou 2017 com lucros de 186,4 milhões de euros. Um resultado bem mais positivo que o do ano anterior, fruto do crescimento da margem financeira.

Depois de encerrar os primeiros nove meses com lucros de 133 milhões de euros, o BCP aumentou o resultado líquido em mais 53,4 milhões no último trimestre. No total, o banco liderado por Nuno Amado apresentou um saldo positivo de 186,4 milhões de euros, 7,8 vezes mais do que no ano anterior. Desta forma, superou as estimativas dos analistas.

“Em 2017, o resultado líquido alcançou 186,4 milhões de euros, representando um crescimento significativo face aos 23,9 milhões de euros registados no ano anterior, alicerçado no desempenho da atividade em Portugal”, refere o banco liderado por Nuno Amado. A média das estimativas dos analistas consultados pela Reuters apontava para um valor de 164 milhões de euros.

“Na atividade em Portugal, o resultado líquido aumentou 196,3 milhões de euros, face ao valor alcançado em 2016, cifrando-se em 39,0 milhões de euros em 2017, merecendo particular destaque a diminuição das imparidades e provisões. Na atividade internacional, o resultado líquido totalizou 146,2 milhões de euros em 2017”, sendo de 174,6 milhões excluindo o impacto decorrente da aplicação da IAS 29 ao Banco Millennium Atlântico. Assim, “o rácio CET1 fixou-se em 13,2% phased-in e em 11,9% em fully implemented, refletindo acréscimos de 80 e de 224 pontos base, respetivamente

O banco nota que “a margem financeira evidenciou um aumento de 13,1% face aos 1.230,1 milhões de euros apurados em 2016, atingindo 1.391,3 milhões de euros em 2017 devido aos desempenhos favoráveis quer da atividade em Portugal, quer da atividade internacional“. “Esta evolução beneficiou da diminuição do custo de funding, incluindo os impactos positivos derivados do reembolso dos CoCos e da manutenção da descida das taxas de juro dos depósitos, não obstante a diminuição do rendimento da carteira de crédito”.

Mais recursos, mais comissões

Os recursos totais de clientes aumentaram 6,6% em 31 de dezembro de 2017 face aos 66.978 milhões de euros registados em 31 de dezembro de 2016, ascendendo a 71.386 milhões de euros e traduzindo os desempenhos positivos quer da atividade em Portugal, quer da atividade internacional”, nota o banco, acrescentando que “na atividade em Portugal, os recursos totais de clientes evidenciaram uma subida de 5,4%”, alcançando os 51.949 milhões de euros em 31 de dezembro de 2017″.

Ao mesmo tempo que os recursos cresceram, também as comissões aumentaram. “As comissões líquidas aumentaram 3,6% face aos 643,8 milhões de euros registados em 2016, ascendendo a 666,7 milhões de euros em 2017, impulsionadas pelo desempenho da atividade internacional, principalmente da operação na Polónia”, diz Nuno Amado.

“Na atividade em Portugal, as comissões permaneceram em linha com os valores observados no ano anterior (-0,2%), não obstante o registo pontual de um valor mais elevado em outras comissões bancárias no primeiro trimestre de 2016. “O aumento das comissões líquidas em 2017 beneficiou do crescimento quer das comissões bancárias (+2,7%), quer das comissões relacionadas com os mercados financeiros (+7,6%) face aos valores registados em 2016″.

Menos imparidades

Em relação aos NPE (Non Performing Exposure), este indicador diminuiu em 1,8 mil milhões no ano, “cifrando-se em 6,8 mil milhões no final de 2017, claramente abaixo do objetivo anunciado de 7,5 mil milhões”. Houve ainda um crescimento da carteira de crédito performing em Portugal, o que “não ocorria há oito anos”, adiantou Nuno Amado na conferência de imprensa de apresentação dos resultados de 2017.

A imparidade do crédito (líquida de recuperações) diminuiu 44,2% face aos 1.116,9 milhões de euros contabilizados em 2016, fixando-se em 623,7 milhões de euros em 2017, refletindo a evolução favorável da atividade em Portugal e a melhoria do custo do risco do Grupo em 2017 para 122 pontos base, face aos 216 pontos base observados no ano anterior”, acrescenta.

“As outras imparidades e provisões totalizaram 301,1 milhões de euros em 2017, apresentando uma diminuição de 37,4% face aos 481,1 milhões de euros registados em 2016, suportada essencialmente no menor nível de provisionamento relacionado com fundos de reestruturação empresarial, instrumentos de dívida e garantias e outros riscos, não obstante o reforço da imparidade para goodwill e outros ativos”, remata o BCP.

(Notícia atualizada às 17h30 com mais informação)

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