Grandes credores do BES enviam carta aos deputados para ouvir Carlos Costa no Parlamento
Grandes fundos como a Pimco e BlackRock voltam à carga contra Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, por causa da retransferência de obrigações do Novo Banco para o BES mau em 2015.
O grupo de grandes investidores internacionais, que inclui a Pimco e a BlackRock, enviou uma carta aos deputados pedindo uma audição parlamentar com o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, por causa do impacto nos bolsos dos contribuintes portugueses com a retransferência de obrigações do Novo Banco para o BES mau em dezembro de 2015.
“É evidente e gravoso o prejuízo causado aos contribuintes portugueses em resultado da atuação do Banco de Portugal, o qual foi manifestamente ignorado aquando da avaliação da decisão de retransmissão, mas não parece ter sido ainda cabalmente apreendido pelas autoridades portuguesas”, diz o Novo Note Group numa missiva dirigida aos deputados da Assembleia a que o ECO teve acesso.
Estes investidores, que perderam a quase totalidade do investimento aquando da transferência de cinco séries de obrigações do Novo Banco para o BES mau, calculam que a decisão do Banco de Portugal custou aos cofres públicos cerca 2,2 mil milhões de euros só em 2016 e 2017, isto assumindo os encargos adicionais com juros mais altos que Portugal teve de suportar nas emissões de dívidas que fez nos últimos dois anos.
Por isso, e para lá do impacto negativo que a mesma decisão pesou e vai continuar a pesar nos bancos nacionais, dizem que “a audição parlamentar com o governador é essencial para tornar evidente a verdadeira extensão dos danos causados pela decisão de retransferência”. “O impacto financeiro e económico, suportado em grande parte pelo Tesouro público e pelos contribuintes portugueses, deve ser tido em conta pelos responsáveis e esclarecido aos cidadãos portugueses“, argumenta o The Novo Note Group, que tem como coordenadores a Pimco, a BlackRock, a Attestor Capital e a CQS.
Em causa está a transferência de obrigações no valor de 2,2 mil milhões de euros do Novo Banco para o BES mau em dezembro de 2015, numa decisão do Banco de Portugal que levou os grandes credores lesados a avançarem com várias ações judiciais contra as autoridades portuguesas e a boicotarem investimentos no país.
Estes lesados esperam voltar à mesa das negociações com o Banco de Portugal para “restaurar a confiança no mercado português, a qual foi tão profundamente prejudicada pelas ações do Banco de Portugal. Isso permitiria ao Novo Note Group e outro investir em Portugal novamente”.
(Notícia atualizada às 15h32 com mais informação)
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