Gestores da banca ganharam mais 13% em ano de lucros históricos

Miguel Maya (BCP) e Pedro Castro e Almeida (Totta) foram os mais bem pagos. Bónus atribuídos aos conselhos de administração dos bancos dispararam 30% num ano de lucros recorde.

Os bancos voltaram a estabelecer um novo recorde de lucros no ano passado. Para os gestores isso traduziu-se num aumento dos valores dos cheques que levaram para casa no final do mês. Os conselhos de administração das principais instituições em Portugal ganharam cerca de 34 milhões de euros em 2024, mais 13% em comparação com o ano anterior, de acordo com o levantamento feito pelo ECO com base nos relatórios e contas dos bancos.

Este aumento deveu-se sobretudo ao disparo nos prémios atribuídos aos administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander, BPI e Novobanco – os cinco maiores bancos a operar no país, com 75% de quota do mercado.

Em salários fixos, os gestores ganharam 21,8 milhões de euros, o que corresponde a uma subida de 5,7% face a 2023 – por comparação, os bancos e os sindicatos acordaram aumentos na ordem dos 3% para os trabalhadores no ano passado.

Já os bónus (atribuídos) aumentaram de forma mais expressiva: subiram 30% para cerca de 12,3 milhões de euros, correspondendo a 36% do total das remunerações que os gestores da banca tiveram direito no ano passado.

Entre os cinco principais bancos em Portugal, o BCP foi quem teve mais encargos com as remunerações do conselho de administração no ano passado: ascenderam a 8,17 milhões de euros entre componente fixa e variável, um aumento de 15%.

O Novobanco foi o banco que registou o maior aumento: os encargos com a comissão executiva e conselho geral e de supervisão dispararam 34,4% para 6,64 milhões de euros, com os prémios (que estiveram bloqueados durante o processo de reestruturação) a subirem em flecha no ano passado.

Já os administradores da Caixa tiveram remunerações de 5,8 milhões de euros, mais 1,4% em relação a 2023.

De fora desta análise ficaram os montantes atribuídos em forma de complemento de reforma e ainda outras remunerações como subsídio de expatriação (no Novobanco, Mark Bourke recebeu 230 mil euros), prémios de assinatura ou indemnizações.

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Maya e Castro Almeida foram os mais bem pagos

Do total das remunerações fixas e variáveis atribuídas às administrações no ano passado, 16% serviram para remunerar os presidentes executivos dos bancos, num total de 5,8 milhões de euros, refletindo um aumento de 15% em relação a 2023.

Os CEO do BCP e do Santander voltam a liderar a lista. Miguel Maya teve uma remuneração de quase 1,4 milhões de euros, dividida entre a componente fixa de 765,9 mil euros e a variável de 627,9 mil euros. Já Pedro Castro e Almeida auferiu um salário anual fixo de 850 mil euros, não sendo discriminado o prémio atribuído em 2024 – ainda assim, recebeu 444 mil euros de prémios relativos a anos anteriores. A estes valores somam-se outros benefícios sociais.

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João Pedro Oliveira e Costa (BPI) e Mark Bourke (Novobanco) também entram no clube dos CEO com remunerações acima do milhão de euros.

O presidente da Caixa, Paulo Macedo, ficou perto desse patamar: recebeu um salário de 423 mil euros, foi-lhe atribuído um bónus do mesmo montante (em numerário e em espécie).

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