Montenegro critica aproximação ao PS. Abreu Amorim sugere pedido de desculpas a Rio
Na primeira vez que Rui Rio se juntou à banca social-democrata, Luís Montenegro deixou críticas à estratégia seguida pela direção do partido pela aproximação aos socialistas.
O ex-líder parlamentar do PSD Luís Montenegro criticou, esta quinta-feira, duramente a estratégia seguida pela direção do partido na relação com os deputados e na aproximação ao PS, enquanto Carlos Abreu Amorim sugeriu a Rui Rio um pedido de desculpas.
A reunião do grupo parlamentar do PSD, que ainda decorre, começou com uma intervenção do presidente do partido, Rui Rio, na primeira vez que se juntou à bancada social-democrata, e que terminou sem palmas, ao contrário do que era habitual com o anterior líder, Pedro Passos Coelho.
De acordo com relatos feitos à agência Lusa, entre as intervenções mais duras contam-se, até agora, as de Luís Montenegro, Teresa Morais e Carlos Abreu Amorim.
Luís Montenegro, que já admitiu poder vir a candidatar-se à liderança, considerou que a estratégia de Rui Rio de aproximação ao PS “está a servir para branquear” a atitude do Governo no passado, dizendo que foram sempre os socialistas que não quiseram dialogar com o PSD.
“A posição de Costa é um insulto ao diálogo partidário”, afirmou Montenegro, considerando que o líder do PS e primeiro-ministro “anda a gozar” com o PSD. “O que o PS fará connosco é o que o PCP e o BE deixarem”, afirmou.
Por outro, o antigo líder parlamentar do PSD pediu a Rui Rio que seja capaz de motivar os deputados, considerando que estes não podem ser “convencidos à força” e frisou que a sua motivação será “o maior crédito” para o sucesso do seu caminho.
Por outro lado, Carlos Abreu Amorim, antigo vice-presidente da bancada do PSD, destacou a “atitude grandiosa” de Fernando Negrão na semana passada, quando o líder parlamentar pediu desculpas aos deputados por alguns excessos de linguagem e sugeriu ao presidente do partido que faça o mesmo.
Rio diz que reunião não podia ter corrido melhor
Sobre esta mesma reunião, o presidente do PSD, Rui Rio, disse, esta quinta-feira, não ver como é que “o encontro com a bancada pudesse correr melhor”, salientando as “muitas intervenções construtivas” durante as cerca de três horas e meia que durou o encontro.
“Eu disse [na quarta-feira], quando muito se houver é uma convulsãozita, para ser sincero não a notei, bem pelo contrário, notei uma reunião muito prolongada, com muitas intervenções, intervenções construtivas”, afirmou Rui Rio, em declarações aos jornalistas no final da sua primeira reunião com o grupo parlamentar do PSD.
Perante as várias perguntas sobre críticas que lhe terão sido dirigidas, o presidente do PSD considerou que aconteceu aquilo que esperava: “Uma realidade dentro da sala e outra difundida para fora, já estava à espera, a reunião correu de forma absolutamente normal”.
Questionado se não ouviu críticas sobre a sua estratégia de aproximação ao PS – feitas pelo ex-líder parlamentar Luís Montenegro -, Rui Rio disse que o que ouviu foi “algum ceticismo relativamente à boa vontade” dos socialistas nos acordos com o PSD.
“Em 89 deputados cada um diz o que sente, não é por um dizer uma coisa que isso possa fazer regra. Naquilo que é o traço comum da reunião, eu não vejo como é que a reunião pudesse correr melhor, há lideres que gostam muito que se levantem todos a bater-lhe palmas, não é propriamente o meu estilo”, afirmou.
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