Bom ano para os negócios da Sonae, mas os lucros caíram. Dividendo vai aumentar 5%

A empresa liderada por Ângelo Paupério e Paulo Azevedo registou um crescimento das vendas de 7,1% para 5.710 milhões de euros. Os lucros caíram, mas por não haver ganhos extraordinários como em 2016.

A Sonae fechou o ano de 2017 com um resultado líquido de 166 milhões de euros, uma queda de 22,9% face ao ano passado, segundo o comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A penalizar o lucro da Sonae está a mais -valia de 53 milhões de euros registada o ano passado resultante do ganhos de capital obtidos nas operações de sale and leaseback. Excluindo os ganhos de capital não recorrentes, o resultado líquido teria crescido 6,5%.

O EBITDA subjacente atingiu os 336 milhões de euros, crescendo 6,9%. Já o EBITDA totalizou os 396 milhões de euros, uma descida de 3,1%. Com a margem do EBITDA a diminuir 0,7 pontos percentuais para os 6,9% e o resultado direto a cair 11,2% para os 132 milhões de euros. Mais uma vez são os ganhos não recorrentes obtidos durante o ano de 2016 penalizam estes números. O volume de negócios do grupo aumentou 7,1% para os 5.710 milhões de euros, com todos os negócios a crescerem.

“A forte performance operacional dos negócios em 2017 contribuiu positivamente para os indicadores de rentabilidade da Sonae. No entanto, durante o ano passado, tinha sido registado um impacto positivo líquido de 53 milhões de euros na rubrica de itens não recorrentes, beneficiando sobretudo, dos ganhos de capital obtidos nas operações de sale and leaseback concluídas, o que prejudica a comparabilidade dos períodos”, adianta a Sonae.

Ângelo Paupério, por seu turno, afirma: “2017 foi um ano bom para os negócios da Sonae que continuaram a crescer a bom ritmo e progrediram significativamente no desenvolvimento estratégico”.

O co-CEO da Sonae diz ainda que “também a nível global evoluímos na construção de um portfólio de negócios mais autónomos, focados e flexíveis, preparados para atuar no mercado com elevado padrões de governação corporativa, nomeadamente como empresas cotadas ou integrando parcerias estratégicas”.

Lucro cai, dividendo aumenta

O lucro da Sonae caiu, mas a empresa pretende dar mais dinheiro aos acionistas. “Considerando o resultado líquido obtido de 2017 e, de acordo
com a política de dividendos da Sociedade, o Conselho de Administração irá propor em Assembleia Geral de Acionistas o pagamento de um dividendo bruto de 0,042 euros”, refere o documento enviado à CMVM.

Este dividendo de 4,2 cêntimos por ação corresponde a um aumento de 5% face à remuneração distribuído no ano anterior. “Este dividendo
corresponde a um dividend yield de 3,7% relativamente à cotação de fecho do dia 31 de dezembro de 2017 (que se fixou em €1,126), e a um payout ratio de 64% face ao resultado direto atribuível aos acionistas da Sonae”, nota a empresa.

Dívida encolhe 100, investimento chega aos 300 milhões

Em termos de dívida, a Sonae, a exemplo dos anos anteriores, voltou a registar uma redução. A dívida líquida da Sonae caiu 103 milhões de euros para os 1.112 milhões de euros no final de 2017. A empresa indica que continua “a apresentar uma estrutura de capital robusta, otimizando os custos de financiamento e, ao mesmo tempo, mantendo reservas de liquidez e um perfil longo de maturidade da dívida”.

Em paralelo, a Sonae investiu 316 milhões de euros em 2017, um valor que representa cerca de 5,5% do volume de negócios do grupo. Este investimento foi canalizado para a abertura de novas unidades, lançamento e desenvolvimento de novos negócios e reforço da internacionalização, tendo atingido 164 milhões de euros na Sonae MC, 45 milhões na Worten, 40 milhões na Sonae Sports & Fashion, 41 milhões na Sonae RP e 19 milhões na Sonae IM.

A Sonae fechou o ano com mais de 45 mil colaboradores, tendo em 2017 criado mais de 1700 postos de trabalho. A Sonae justifica a criação de emprego “com o crescimento das várias áreas de negócios da Sonae, que expandiram as suas atividades em Portugal e a nível internacional”.

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