BCP quer limpar 1,5 mil milhões de ativos tóxicos este ano. Dividendos devem chegar em 2019

  • Rita Atalaia
  • 8 Maio 2018

O banco revelou que quer reduzir os ativos tóxicos em 1,5 mil milhões até ao final deste ano. Prevê ainda começar a distribuir dividendos no próximo ano com base nos lucros de 2018.

O BCP revelou uma nova meta para a redução dos ativos tóxicos: quer “limpar” 1,5 mil milhões até ao final do ano. Os esforços para diminuir este fardo, constituído sobretudo por crédito malparado, foram anunciados durante a conference call com analistas sobre os resultados dos primeiros três meses do ano. Neste período, a instituição financeira lucrou 85,6 milhões de euros.

“É muito difícil ser totalmente preciso sobre a previsão [para a exposição a ativos tóxicos]. Diria que a nossa estimativa em termos de redução de NPE [Non Performing Exposure] seria de 1,5 mil milhões de euros até ao final do ano”, afirmou Miguel Bragança, CFO do BCP, que deixa o valor final para um novo plano estratégico a apresentar em meados do ano. Deste valor, o crédito malparado é o que tem maior peso.

"É muito difícil ser totalmente preciso sobre a previsão [para o malparado]. Diria que a nossa estimativa em termos de redução de NPE seria de 1,5 mil milhões de euros até ao final do ano.”

Miguel Brangança

CFO do BCP

De acordo com os resultados do primeiro trimestre, o banco reduziu os NPE em cerca de 500 milhões durante esse período, para 6,3 mil milhões em Portugal, “com o reforço da cobertura por imparidades para 46% (48% para o Grupo), 105% incluindo garantias”.

Com estes 500 milhões, o BCP superou a meta que tinha para este ano, que era de 3.000 milhões, elevando para 3.500 milhões o valor de ativos tóxicos retirados do balanço desde janeiro de 2016.

O BCP tem feito um esforço no sentido de acelerar a “limpeza” do balanço. A redução das imparidades com estes ativos, mas também a melhoria da atividade permitiram ao banco aumentar os lucros para 85,6 milhões de euros nos primeiros três meses do ano. Este valor representa um crescimento de 70,8% face ao mesmo período do ano passado.

Na mesma conference call, Miguel Bragança afirmou que prevê começar a distribuir dividendos já no próximo ano. “Neste momento, estamos a aproximarmo-nos de um rácio de capital CET de 12% (…) estamos a gerar capital orgânico e o que faz sentido é que distribuamos esse capital aos acionistas”, disse o CFO do BCP em resposta às questões dos analistas e investidores.

"Com base na informação atual, pensamos que até ao final deste ano devemos estar em condições de começar a distribuir dividendos”, referiu, salientando, contudo, que esta é uma decisão dos acionistas.”

Miguel Brangança

CFO do BCP

O banco revelou que o rácio CET1 faseado encolheu face aos 13% registados no final do primeiro trimestre de 2017, passando para 11,9%. Já o rácio totalmente implementado registou um aumento de 57 pontos base, terminando os primeiros três meses deste ano nos 11,8%.

“Com base na informação atual, pensamos que até ao final deste ano devemos estar em condições de começar a distribuir dividendos”, referiu o administrador financeiro da instituição, salientando, contudo, que esta é uma decisão dos acionistas.

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