Portugal paga juros mais baixos de sempre na dívida a cinco e dez anos
Portugal levantou cerca de 1.200 milhões de euros em dívida a cinco e dez anos. Conseguiu os juros mais baixos nas duas maturidades.
Portugal financiou-se em 1.207 milhões de euros com dívida a cinco e dez anos, conseguindo em ambas as maturidades os juros mais baixos de sempre. No prazo a dez anos, a taxa de juro foi de 1,670%.
Esta taxa nas obrigações do Tesouro a dez anos compara positivamente com a do leilão realizado em março, em que Portugal pagou 1,778%. No caso das obrigações a cinco anos, a taxa foi de 0,529%, também esta um recorde. Na emissão de fevereiro tinha sido de 0,577%.
Para Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa, “o país conseguir financiar-se a longo prazo com as taxas mais baixas de sempre é o melhor que se pode esperar”.
“As taxas foram mais baixas do que estávamos à espera: não só foram mais baixas do que as dos últimos leilões comparáveis como foram até inferiores àquilo que o mercado secundário está a fazer”, refere o especialista, salientando que “as duas emissões correram melhor do que o esperado, quer em termos de taxa, quer quanto à procura.”
"As taxas foram mais baixas do que estávamos à espera: não só foram mais baixas do que as dos últimos leilões comparáveis como foram até inferiores àquilo que o mercado secundário está a fazer.”
O IGCP tinha estabelecido como objetivo angariar entre mil milhões e 1.250 milhões. Acabou por arrecadar 724 milhões a dez anos e 483 milhões no prazo mais curto. O total ficou dentro do intervalo definido: 1.207 milhões de euros.
Os investidores até queriam mais obrigações, mas a agência liderada por Cristina Casalinho acabou por não colocar o máximo. A procura pelas obrigações a dez anos foi bem mais forte do que no leilão anterior. Pelo contrário, no prazo mais curto esta ficou atrás da emissão de março, mas foi quase três vezes superior à oferta.
Acelerar financiamento
Portugal continua a conseguir colocar dívida de longo prazo com taxas atrativas. O contexto de juros baixos, patrocinado tanto pelo BCE como pelas revisões em alta dos ratings — falta só a Moody’s tirar o país de “lixo” –, tem sido aproveitado para acelerar o programa de financiamento deste ano.
No final dos primeiros quatro meses do ano, o IGCP já tinha assegurado mais de 60% das necessidades de financiamento para 2018. Ao ECO, Cristina Casalinho disse, recentemente, que quer chegar a dois terços das necessidades totais até ao final do semestre.
“A regra do financiamento dos soberanos aponta para o financiamento no primeiro semestre corresponder a, no mínimo, 65% das necessidades do ano. A justificação desta regra assenta no próprio calendário, ou seja, no segundo semestre temos menos dois meses para emitir: agosto e dezembro”, rematou.
(Notícia atualizada às 11h15 com mais informação)
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