Governo trava operação da CP nas linhas de longo curso

  • ECO
  • 29 Julho 2018

O aluguer e a compra de comboios rápidos foram proibidas pelo ministro das Infraestruturas, o que poderá antever uma privatização do serviço de longo curso.

O Governo só deverá autorizar a CP a comprar 22 comboios para o serviço regional, deixando de fora a aquisição de comboios idênticos aos pendulares para reforçar o longo curso. A notícia é avançada pelo Público (acesso condicionado) neste domingo, que diz ainda que o executivo de António Costa poderá estar a preparar-se para privatizar o serviço de longo curso.

O caderno de encargos da anterior administração da CP, liderada por Miguel Queiró, previa a aquisição de 35 comboios, dos quais dez para as ligações internacionais e para “o serviço de alta qualidade nacional”, cita o jornal. Essa proposta visava responder à crescente procura e preparar a CP para o impacto da liberalização do transporte ferroviário de passageiros, prevista para 2019. A tutela só estará, contudo, a preparar a aquisição de automotoras híbridas (que podem circular com tracção diesel ou eléctrica) destinadas ao serviço regional.

É referido um documento de 97 páginas a que o Público teve acesso que foi entregue pela CP ao Governo em março de 2017, onde previa a aquisição dessas 35 composições (das quais dez para o longo curso), num investimento global estimado em 339 milhões de euros.

O Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, porém, não deu seguimento a esta proposta, que nunca chegaria a ser formalmente discutida entre a tutela e a CP. O jornal dá conta de que esta última tentou forçar, em Junho de 2017, o lançamento do concurso público para que os novos comboios começassem a operar em finais de 2019, ainda a tempo da liberalização do transporte ferroviário de passageiros. Mas Pedro Marques não se terá deixado convencer e semanas depois, em Junho de 2017, a administração de Manuel Queiró é substituída pela equipa liderada por Carlos Nogueira.

O diário salienta que não é a primeira vez que o ministério de Pedro Marques trava as intenções da CP em potenciar o serviço de longo de curso. Dá como exemplo, o que aconteceu em dezembro de 2015, quando a administração da empresa pretendia alugar à sua congénere Renfe comboios S-120, capazes de circular a 250 Km/hora, para reforçar a frota dos 10 pendulares que estavam a atingir o período de meia vida. Nove meses mais tarde, em setembro de 2016, Pedro Marques, ministro das Infraestruturas negou os pedidos da administração da CP.

Entretanto a liberalização do serviço ferroviário de passageiros terá aberto o mercado português às empresas estrangeiras, explica o jornal, nomeadamente, à Renfe, mas também à DB (através da Arriva), à SNCF e até a operadores portugueses de que a Barraqueiro é um exemplo. No cenário limite, poderá estar uma eventual privatização do serviço de longo curso da CP, antecipa o Público.

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