IPO do retalho da Sonae em três números (e três que ainda falta saber)

A Sonae MC está a dar passos largos rumo à bolsa. Semana a semana vai deixando cair o véu sobre a operação. Já se conhecem alguns detalhes daquele que promete ser o IPO do ano.

A Sonae está cada vez mais perto de ter mais uma empresa em bolsa. Desta vez é a Sonae MC, que está prestes a entrar no mercado de capitais português naquela que será a operação do ano em Lisboa.

Já vão sendo conhecidos alguns detalhes da operação de dispersão. Conheça, neste artigo, três números relevantes para este IPO, mas também outros três que falta saber para que os investidores possam decidir se querem, ou não, participar nesta estreia na praça portuguesa.

IPO ainda em 2018. É no quarto trimestre

Uma das novidades na mais recente informação prestada ao mercado é o timing da operação de dispersão das ações do negócio do retalho. “A Sonae MC pretende solicitar a admissão à negociação das ações na Euronext Lisbon e, sujeita às aprovações necessárias e condições de mercado favoráveis, é expectável que a admissão à negociação ocorra no último trimestre de 2018″, refere a Sonae em comunicado enviado à CMVM.

  • O que falta saber? O dia

O que a Sonae não diz ainda é o dia em que espera que as suas ações entre efetivamente em bolsa — e, consequentemente, o período em que será possível colocar ordens de compra junto dos intermediários financeiros que, habitualmente, ocorre duas semanas antes do toque do sino na Euronext Lisboa.

O quarto trimestre do ano compreende os meses de outubro, novembro e dezembro, sendo que este último tende a ser menos propício a operações deste género tendo em conta a época festiva. Ainda assim, um dos mais recentes IPO em Lisboa aconteceu neste mês. Foram os CTT.

Pelo menos um quarto da empresa vai para a bolsa

A Sonae quer manter “uma posição acionista maioritária” na nova empresa que vai colocar em bolsa. Tem como “objetivo atingir um ‘free-float’ mínimo de aproximadamente 25%“, refere no comunicado enviado à CMVM, acrescentando que ao contrário do plano inicial, afinal a oferta vai ser destinada tanto a grandes como a pequenos investidores.

“Sujeita às condições de mercado e à obtenção das autorizações regulatórias necessárias, é expectável que a oferta seja composta por uma oferta pública a investidores qualificados e não qualificados em Portugal e uma oferta particular internacional a certos investidores institucionais” de várias nacionalidades, conclui.

  • O que falta saber? A percentagem para os pequenos investidores

Houve uma mudança nos planos da Sonae. Agora, os pequenos investidores também vão poder participar naquela que será a operação do ano na bolsa nacional. Contudo, não é revelado qual a percentagem do capital que a empresa vai reservar para estes pequenos subscritores.

25% do capital, no mínimo, irá para o mercado, com a Sonae a manter o remanescente. Destes 25%, a maior “fatia” estará reservada aos institucionais, que em regra têm montantes mínimos de investimento elevados. Aos pequenos investidores deverá caber uma tranche reduzida, sendo que poderá ser utilizado o mecanismo do “clawback“, que permitirá ajustar a oferta de ações para os dois lados (institucional e pequenos investidores) consoante a procura registada.

40% a 50% dos lucros vão para os investidores

Outra das novidades rumo ao IPO da Sonae MC é a promessa de dividendos que é feita pela empresa no comunicado enviado à CMVM. “A Sonae MC tenciona manter um rácio de dívida líquida de final de ano sobre EBITDA ajustado inferior a duas vezes no médio prazo, com o objetivo de ter um pay-out ratio [rácio entre dividendos a distribuir e os lucros obtidos] de 40% a 50% do resultado líquido ajustado e após interesses minoritários”, diz.

  • O que falta saber? A rentabilidade do dividendo (e o preço das ações)

A Sonae MC registou um lucro de 115 milhões de euros no ano passado. Tendo em conta estes resultados, à luz da promessa feita pela empresa, isto significaria que entre 46 milhões e 57 milhões de euros iriam para os bolsos dos acionistas.

A dúvida está na rentabilidade da remuneração prometida. Para saber o dividend yield que os títulos vão oferecer, será necessário conhecer qual o número de ações que vão ser colocadas no mercado, mas principalmente qual o valor que cada uma dessas ações terá. Aquando da apresentação do prospeto da operação, a Sonae deverá divulgar os dois números, sendo que o segundo deverá apontar para um intervalo de valores. Só mediante a procura é que será definido, depois, o preço final de cada ação, servindo esse de referencial para a primeira sessão em bolsa.

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