Banco CTT baixa spread para 1,1%. E empresta 90% do valor da casa

O Banco CTT pôs a margem mínima que cobra para financiar a compra de casa em 1,1%, aproximando-se dos 1% em vigor no Bankinter. Também alargou até 90% o limite para o rácio de financiamento do imóvel.

Mais um episódio na “guerra” do crédito à habitação. Quatro meses após a última descida, o Banco CTT volta a baixar a margem mínima que cobra para financiar a compra de casa. Colocou o spread mínimo do crédito à habitação em 1,1%, encurtando a distância para o Bankinter que tem a margem mínima mais baixa do mercado: 1%. Mas há mais novidades: o banco também aumentou para 90% o montante máximo da casa que se dispõe a financiar.

A descida do spread mínimo para 1,1%, publicitada no preçário atualizado a 1 de outubro, acontece cerca de quatro meses após a última revisão em baixa levada a cabo pelo Banco CTT — foi no início de junho. Nessa ocasião, a instituição financeira liderada por Luís Pereira Coutinho colocou a margem mínima nos 1,2%, isto após um ano em que não tinha efetuado qualquer mexida.

"Os pequenos ajustamentos introduzidos no preçário não são reação a eventuais ações de concorrentes nem configuram uma alteração da política comercial adotada.”

Banco CTT

O novo spread disponibilizado pelo banco é agora a segundo mais baixo do mercado. E acontece menos de um mês depois de o Bankinter também ter descido o seu spread mínimo, mas para 1%, patamar que lhe permite ainda manter o estatuto da oferta mais competitiva do mercado. Mas a distância entre as margens mínimas disponibilizadas pelos dois bancos foi encurtada para apenas 10 pontos base.

“Os pequenos ajustamentos introduzidos no preçário não são reação a eventuais ações de concorrentes nem configuram uma alteração da política comercial adotada“, garante fonte oficial do Banco CTT ao ECO. “O preço mínimo [spread mais baixo] não é um elemento da proposta do Banco CTT”, remata.

Independentemente de o banco garantir que não é uma resposta, certo é que vem contribuir para acicatar a concorrência entre as instituições financeiras que, regra geral, se traduz em spreads mais baixos. Atualmente, a distância entre os limites mínimos cobrados pelos diferentes bancos nacionais na concessão de crédito à habitação está compreendida no intervalo entre 1% e 1,5%. Logo a seguir ao Bankinter e ao Banco CTT, surgem o BCP, o Novo Banco e o Santander que partilham uma margem mínima de 1,25%.

Spreads mínimos da casa em dez bancos

Fonte: Preçários dos bancos

Já a Caixa Geral de Depósitos apresenta um valor mínimo de 1,3%, seguida pelos 1,4% e 1,49%, oferecidos pelo Crédito Agrícola e o EuroBic, respetivamente. O grupo fica completo com os 1,5% de margem mínima em vigor no BPI e no Montepio, valor que os coloca como tendo as ofertas menos competitivas do mercado.

Mais crédito para cada casa

A revisão em baixa do spread mínimo não é a única novidade que o novo preçário do Banco CTT trás. A instituição financeira introduziu ainda um patamar adicional na sua grelha a aplicar em créditos à habitação em que o rácio de financiamento/garantia seja compreendido no intervalo entre 85% e 90%. Mas para esses casos aplica margens mínimas a partir de 1,55%.

Até agora, o banco apenas disponibilizava empréstimos em que o rácio fosse no limite de 85% do preço do imóvel. Ao subir para 90%,”está conforme as recentes orientações que o Banco de Portugal publicou, em julho de 2018″, diz o banco. Mas, ao mesmo tempo, dá um passo no sentido de tornar a sua oferta mais competitiva face à da concorrência.

Nos restantes bancos, o teto é habitualmente de 80%, mas do valor de avaliação feita ao imóvel que o cliente vai adquirir. Ou seja, enquanto no CTT uma casa que seja comprada por 100 mil terá acesso a 90 mil de crédito, na generalidade dos restantes bancos do sistema, a casa de 100 mil pode ter crédito dos mesmos 100. Basta, para isso, que a avaliação seja, por exemplo, de 125 mil (os 100 mil são 80% da avaliação).

Regulador põe travão

As recentes revisões do Banco CTT, mas também por parte da concorrência surgem num período marcado pelos alertas sobre o facilitismo na concessão de crédito, e em concreto para a compra de casa. Essa situação levou mesmo o Banco de Portugal a emitir um conjunto de recomendações aos bancos a impor três tipos de limites na avaliação das condições de financiamento a disponibilizar.

Estas incidem sobre os rácios de financiamento/garantia (LTV), taxas de esforço e maturidades dos empréstimos. Todas elas entraram em vigor no início de julho, sendo que nesse seguimento já não há, por exemplo, bancos a disponibilizar crédito a 50 anos. No máximo apenas 40 anos, um passo no sentido de cumprir o objetivo traçado pelo Banco de Portugal de reduzir as maturidades até ao limite dos 30 anos no final de 2022.

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