Conselho Nacional reúne na quinta. Montenegro acusa Rio de ter “medo de ouvir os militantes”
Montenegro à saída do encontro com Marcelo lamentou que a opção de Rui Rio tenha sido convocar o conselho nacional em vez de realizar eleições diretas. Órgão tem reunião marcada para quinta-feira.
Luís Montenegro foi recebido esta segunda-feira pelo Presidente da República para lhe dar conta das suas “impressões sobre a situação” do PSD. À saída lamentou que a opção de Rui Rio tenha sido convocar o Conselho Nacional, em vez de realizar eleições diretas. Na sua avaliação o líder do partido “tem medo de ouvir os militantes”.
O Conselho Nacional extraordinário já está agendado para quinta-feira, no Porto, para submeter a votação a moção de confiança apresentada por Rui Rio no sábado à noite. A reunião foi agendada com maior celeridade do que inicialmente previa o presidente deste órgão, Paulo Mota Pinto.
Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas à saída do encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, disse lamentar a opção de Rio de recorrer ao Conselho Nacional. “Lamento que Rui Rio não tenha tido a coragem de convocar eleições diretas e que tenha medo de ouvir a voz dos militantes que foi o repto que lancei“, disse. E justifica a sua opção. “Entendo que uma verdadeira clarificação da posição política do PSD, como deve enfrentar os próximos atos eleitorais, só tem efeito com o pronuncio de todos os militantes”, acrescenta.
“O Conselho Nacional não é a minha praia“, afirma perentório dando a entender que não vai pedir diretamente ao conselho que delibere a possibilidade de realizar eleições diretas. Uma figura que Montenegro acredita ser a opção preferida da maioria dos militantes do PSD, incluindo a ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, ou o antigo presidente do PSD, Luís Marques Mendes.
“Nunca esteve nos meus propósitos apresentar moções de censura ou de confiança, mas antes realizar eleições diretas para dar a palavra às bases. No entanto, o conselho nacional vai reunir-se sabendo da minha disponibilidade”, frisou Montenegro, dando a entender que está nas mãos do conselho pedir diretas se assim o entender. “Se o conselho nacional vier a decidir pela realização de eleições, sou obviamente candidato”, assegurou.
"Lamento que Rui Rio não tenha tido a coragem de convocar eleições diretas e que tenha medo de ouvir a voz dos militantes que foi o repto que lancei.”
“Ainda estamos a tempo de o fazer“, garante. Montenegro frisa que a situação a que o partido chegou “é má” e que a “responsabilidade” desse resultado, expresso nas últimas sondagens como o pior desempenho do PSD desde 1976, deve ser “assacada a quem delineou a estratégia”, ou seja, a Rui Rio.
Luís Montenegro recusa que o seu repto tenha que ver com o desejo de assegurar lugares em listas, uma acusação feita por Rio na sua intervenção de sábado. “É um absurdo que se possa associar a minha preocupação” a isso, frisou, lembrando que abandonou pelo seu próprio pé a liderança da bancada parlamentar do PSD. “Se fossemos por esse caminho, que não é o meu, haverá alguns apoiantes do meu lado que podem ter essa preocupação, mas há muitos mais do lado de Rui Rio que têm essa preocupação“, atacou.
(Notícia atualizada às 15h46 com mais informação)
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