Marcelo tenta proteger Caixa de auditoria ao passado

O Presidente da República salientou que a credibilidade do sistema financeiro é hoje reconhecida até lá fora. Marcelo volta ao tema quando apreciar o diploma do Parlamento sobre dívidas aos bancos.

O Presidente da República evitou esta terça-feira comentar diretamente as notícias que dão conta de conclusões da auditoria da EY aos atos de gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) entre os anos de 2000 e 2015, mas tentou proteger o banco público de práticas do passado que podem ter penalizado a instituição.

“Se há um dado importante, que tem sido reconhecido por instituições internacionais, é a estabilização crescente do sistema financeiro português relativamente àquilo que viveu ainda há poucos anos. E essa estabilização é reconhecida não apenas e sobretudo por nós, mas por instituições credíveis internacionais”, disse o Presidente da República aos jornalistas, na RTP, quando questionado sobre se teme que atualmente a Caixa ainda possa sofrer da má gestão apontada no relatório da EY.

Nas mesmas declarações, onde comentou outros temas de atualidade, Marcelo Rebelo de Sousa evitou comentar diretamente as conclusões da auditoria que indica que a CGD perdeu 1.200 milhões em crédito de risco e que 7% das operações de crédito analisadas pela auditora para os anos entre 2017 e 2012 foram aprovadas apesar do parecer desfavorável da Direção Global de Risco.

Confrontado sobre se considera que é menos provável estas praticas acontecerem agora, o chefe de Estado respondeu: “Não me vou pronunciar. Isso é fazer uma comparação com os dados tornados públicos”.

No entanto, os jornalistas insistiram para perguntar se o Presidente não considera que, tendo em conta a recapitalização da Caixa de quase 4.000 milhões de euros, não seria de apurar responsabilidades. “Essa é uma matéria que levou o Parlamento a estar agora, ou a ter apreciado, precisamente a propósito de uma lei matéria que diz respeito a dividas a instituições financeiras portuguesas. Isso há-de chegar às minhas mãos. Vou ter de me pronunciar. Vou esperar por esse momento”, respondeu, prometendo assim voltar ao tema em breve.

O PS defendeu esta terça-feira que a própria administração da Caixa deve pedir responsabilidades civis aos ex-administradores caso se prove que o banco público foi prejudicado. O Ministério das Finanças também pediu a Paulo Macedo que tome medidas em resultado da auditoria à CGD. O caso está em investigação no Ministério Público.

A auditoria foi pedida pela CGD que a enviou para o Banco de Portugal e as autoridades competentes. Ao ECO, a instituição liderada por Carlos Costa adianta que “o Banco de Portugal tem em atenção toda a informação relevante para efeitos de supervisão prudencial”.

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