Centeno: “Não temos condições para colocar mais 8.500 trabalhadores na Saúde nos próximos três anos”

Em clima de guerra entre o Governo e a Ordem dos Enfermeiros, o ministro das Finanças lembrou que existem limites ao investimento no pessoal do setor.

O ministro das Finanças salientou esta quarta-feira o custo para os cofres do Estado da greve dos enfermeiros e avisou esta classe profissional de que o Estado não tem recursos para continuar a investir neles ao ritmo mantido até agora.

O recado de Mário Centeno foi dado numa altura em que os enfermeiros mantêm a greve, que já vem do ano passado, e quando o primeiro-ministro já anunciou que vai denunciar a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, por considerar que está a envolver esta estrutura da classe profissional num ato de natureza sindical.

“Não temos condições para colocar mais 8500 trabalhadores na Saúde nos próximos três anos”, disse Mário Centeno no Parlamento, sinalizando assim que os profissionais deste setor devem esperar nos próximos anos um investimento menor do que aquele que foi feito até agora.

Sem adiantar números quanto a gastos, o ministro chamou a atenção para os custos desta greve para os cofres do Estado. “Ao mesmo tempo que assistimos a uma greve, que obviamente causa o dano máximo nos utentes com o prejuízo mínimo ou até inexistente para quem a faz, são adiadas cirurgias”, disse.

O ministro socorreu-se de números de dezembro, que atualizam informações reveladas pelo próprio a 19 de dezembro do ano passado, para adiantar que foram adiadas um número “próximo de 6.000 cirurgias” nos hospitais onde os enfermeiros estão em greve.

No mesmo período de tempo, “os mesmos hospitais emitiram 2.300 cheques-cirurgia para as cirurgias que não eram adiáveis”. As que foram consideradas adiáveis foram reprogramadas.

É preciso pensar “como o dinheiro público é utilizado nestas circunstâncias. O crescimento que observámos nos últimos anos não se vai repetir”, avisou.

A greve dos enfermeiros, que decorre nos blocos operatórios de hospitais públicos desde 31 de janeiro (data em que foi novamente retomada), levou ao adiamento nos dois primeiros dias de 650 cirurgias, 57% das 1.133 previstas, revelou o Ministério da Saúde este segunda-feira.

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