ADSE paga mais de 20% dos gastos dos hospitais privados

  • ECO
  • 13 Fevereiro 2019

O grupo Luz Saúde é o que mais depende da ADSE, com o subsistema a gerar 22,5% da sua faturação, em 2017. Em segundo lugar está o grupo José de Mello, com a ADSE a responder por 12,9% da faturação.

A ADSE suporta mais de 20% dos gastos correntes dos hospitais privados, avança esta terça-feira o Jornal de Negócios (acesso pago). Os dados da Conta Satélite da Saúde do INE revelam que, em 2016, 20,8% dos gastos correntes dos hospitais privados ficaram a cargo do subsistema de saúde. Mas este valor sobe para 25,9% se for expurgada a despesa com os hospitais em regime de Parceria Público Privada, já que nestes casos os gastos com os beneficiários da ADSE são considerados despesas do SNS.

Os valores de 2016 revelam uma subida de cinco pontos percentuais do financiamento aos privados, após quatro anos em que o peso da ADSE na faturação dos privados se manteve estável. O aumento deverá estar relacionados com o crescimento da rede dos grupos privados, com a política da ADSE de aumentar a sua rede de prestadores convencionados e com o contexto de recuperação económica, avança o Negócios.

Num momento em que os privados suspenderam o acordo com a ADSE, a interdependência entre as duas partes complica a questão. O grupo Luz Saúde é o que mais depende da ADSE, com o subsistema a gerar 22,5% da sua faturação, em 2017, refere o Negócios. Em segundo lugar está o grupo José de Mello, com a ADSE a responder por 12,9% da faturação, seguido pelos grupos Lusíadas Saúde, Troja Saúde e Fundação Champalimaud.

Segundo o presidente Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, “a atividade com a ADSE representa cerca de 18% do total dos hospitais privados”. “Tratamos cerca de quatro milhões de cidadãos por ano, dos quais cerca de 800 mil são beneficiários da ADSE”, disse Óscar Gaspar, em declarações ao Dinheiro Vivo.

Misericórdias aberta a acolher beneficiários da ADSE

Perante a possibilidade de a rutura com o Grupo José de Mello e com a Luz Saúde se tornar definitiva, a União das Misericórdias diz estar disponível para acolher os beneficiários da ADSE. Mas não todos, porque não teria capacidade para tal.

“As Misericórdias estão disponíveis para acolher os portugueses, existimos por causa disso. Agora, não pensem que as Misericórdias resolvem os problemas todos das pessoas que lá vão. Não é possível. Estamos a falar de mais de um milhão de pessoas”, disse Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias, em entrevista à Renascença.

O responsável acusa ainda a ADSE de não cumprir os acordos estabelecidos com o setor social. São situações pontuais que retiram capacidade para absorver a totalidade de utentes que o fim das convenções pode afetar, explica. “É importante que a ADSE também olhe um bocadinho para dentro e perceba que, por exemplo, se cumprisse os acordos que celebrou com o setor social também haveria mais unidades a funcionar”, defende Manuel Lemos.

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