Se houver “decisões políticas antagónicas” relativas à Huawei teremos de estudar situação
Alexandre Fonseca diz que a chinesa Huawei é uma parceira estratégica, mas que se houver "decisões políticas antagónicas" a dona da Meo terá de "estudar e esclarecer" como trabalhar nesse ambiente.
O presidente executivo da Altice Portugal disse que a chinesa Huawei é uma parceira estratégica, mas que se houver “decisões políticas antagónicas” a dona da Meo terá de “estudar e esclarecer” como é que poderá trabalhar nesse ambiente.
Em dezembro, durante a visita a Lisboa do Presidente chinês, Xi Jinping, foi assinado entre a Altice e a Huawei um acordo para o desenvolvimento da tecnologia 5G no mercado português.
Os Estados Unidos estão entre um grupo de países que têm manifestado preocupações relativas à segurança dos serviços prestados pela empresa chinesa, tendo a Huawei sido ‘banida’ de alguns mercados.
“A Huawei é um player a nível mundial. Há países que decidiram ‘bani-los’ nessa perspetiva”, começou por dizer Alexandre Fonseca, quando questionado sobre o tema, em entrevista à Lusa.
“Admito que seja um cenário. Não vou comentar. Do nosso lado, do grupo Altice, em particular da Altice Portugal, são um parceiro estratégico, têm estado à altura daquilo que são os seus desafios. Não temos qualquer suspeita de qualquer tipo de atuação menos rigorosa por parte da Huawei”, prosseguiu.
“Enquanto assim for, continuarão a ser um parceiro. Se houver decisões políticas antagónicas, teremos que as estudar e esclarecer como é que poderemos trabalhar nesse ambiente”, afirmou Alexandre Fonseca.
Relativamente ao 5G, o presidente da Altice Portugal disse esperar que, no que toca à atribuição de frequências, haja “um processo de diálogo”, já que “o leilão é um mecanismo legítimo, mas há outros que já foram experimentados noutras regiões e há outros mecanismos”.
“Eu gostava de ser auscultado no que toca aos mecanismos para atribuição do espetro”, disse.
"O nosso lado, do grupo Altice, em particular da Altice Portugal, são um parceiro estratégico [Huawei], têm estado à altura daquilo que são os seus desafios. Não temos qualquer suspeita de qualquer tipo de atuação menos rigorosa.”
Além disso, “gostava que a atribuição do espetro não fosse vista como um mecanismo de encaixe financeiro do Estado, mas sim como um mecanismo efetivo de garantir que o 5G avance em Portugal em condições reais de real utilização por parte das empresas e dos cidadãos” e que “se tomassem decisões também com base em racionais de gestão”.
Atualmente, sublinhou, a rede 4G, não só da Altice Portugal, mas também dos concorrentes, é aquela que tem “maior capilaridade a nível europeu” e a sua capacidade de utilização está longe de estar esgotada.
“A utilização que o cidadão comum faz da rede móvel não está nem perto nem de longe dos limites da rede 4G, um cidadão comum hoje não consome um terço daquilo que a rede 4G pode dar ainda em termos de volume de dados. Agora, eu percebo que existe uma pressão enorme para que o 5G avance”, comentou.
A rede 5G vai ser importante num ambiente de automóveis autónomos, Internet das coisas, ou seja, quando vários dispositivos estão ligados ao mesmo tempo, um potencial por explorar.
Há dois critérios fundamentais no 5G, a latência, ou seja, o tempo que demora um sinal a ir e voltar até ao terminal de um consumidor, e a densidade, que corresponde ao número de dispositivos ligados por metro quadrado ou quilómetro quadrado.
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