CMVM confirma “falta de transparência” de Tanure na Pharol

O regulador de mercado confirma o processo de decisão na investigação a três sociedades acionistas da Pharol. Há falta de transparência.

A CMVM confirma oficialmente a “falta de transparência” de três sociedades acionistas da Pharol e que estarão controladas pelo empresário Nélson Tanure e que têm cerca de 18% do capital da empresa. Num esclarecimento ao mercado, o regulador esclarece que “aprovou um projeto de decisão de falta de transparência das participações qualificadas no capital daquela sociedade [Pharol], comunicadas ao mercado pelas entidades High Seas Capital Investments, LLC., High Bridge Unipessoal, Lda. e Blackhill Holding Limited, LLC”.

Aqueles três sociedades, como o ECO já revelou, estão no universo de controlo de Tanure, o que lhe permite votar com 18% do capital quando a Pharol tem um limite de direitos de voto por acionista fixado em 10%. “A decisão em causa assenta na circunstância de, atentos os elementos recolhidos em sede de supervisão, a CMVM entender que não se encontram devidamente identificados os beneficiários efetivos (ultimate beneficial owners) da High Seas Capital Investments, LLC. e da High Bridge Unipessoal, Lda., e que não foi assumida a atuação concertada entre as três referidas entidades”.

o resultado desta investigação da CMVM, que foi acelerada por causa da assembleia geral de acionistas desta sexta-feira, dia 29 de março. Inicialmente, Tanure tinha apresentado um pedido de destituição de quatro administradores a ser votado nesta assembleia, mas acabou por retirar o ponto da agenda depois das investigações da CMVM.

“O referido projeto de decisão foi remetido a estas entidades para que, querendo, sobre ele se pronunciem no prazo de 30 dias, apresentando prova destinada a esclarecer os aspetos suscitados, ou tomando medidas com vista a assegurar a transparência da titularidade das participações qualificadas em causa”.

Sem pontos polémicos, os acionistas da Pharol aprovaram todos os pontos da ordem de trabalhos na assembleia-geral que decorreu esta sexta-feira, incluindo o relatório de gestão, o balanço e as contas individuais de 2018. Os pontos foram todos aprovados por larga maioria e Diogo Lacerda Machado aceitou a votação daquelas três sociedades sem qualquer limitação de votos, apesar da decisão prévia da CMVM. Também porque não estava em causa qualquer ponto polémica.

 

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